Pe. Viana relembra fatos marcantes de sua missão

Gustavo Cabral/A12

Francisco Lenine Viana Pires. O padre de 91 anos que nasceu em Pederneiras (SP) inicia seu relato com uma história sobre a escolha de seu nome, que foi inspirado no revolucionário comunista ao ser escolhido por seu pai. "O padre não quis batizar por eu ter esse nome, logo, meu padrinho escolheu Francisco, seu próprio nome, para que o padre aceitasse me batizar".

Sua vida é marcada por vocações que nem ele mesmo sabe explicar de onde surgiram. A família não era tão religiosa; apenas a mãe que ia à missa aos domingos, e ainda sim nutriu um desejo genuíno de se tornar padre. "Havia um padre ex-redentorista na paróquia que, de tempos em tempos, organizava para que os meninos fossem ao seminário e tinham seus estudos pagos por ele. E assim eu fui", afirma. 

Atuante na busca por direitos humanos, foi contra o governo em tempos de ditadura no Brasil e precisou "sair de cena" para que não fosse pego pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social). A partir daí, outra vocação nasceu. "Eu sempre tive interesse em lecionar, busquei estudar Sociologia e Ciências Sociais e fui professor por 12 anos".

Cansado das salas de aulas, relembrou o desejo maior em ser redentorista: sair em missão e evangelizar. Quis fazer isso com os mais pobres e oprimidos: fez missão em Rondônia com os ribeirinhos que mal sabiam rezar "Ave Maria" ou "Pai Nosso". Criou então a Nossa Senhora dos Ribeirinhos em semelhança a esse povo tão sofrido, moradores de Guajará Mirim.

Hoje, mora em Araraquara (SP) e comemora seus jubileus. Em 2021, celebrou 70 anos como missionário redentorista.

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