A proclamação missionária de Jesus foi resumida por São Marcos numa passagem que é considerada a síntese do convite convertedor para a novidade do Evangelho. “O reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,14).
A missão, no sentido global do termo, pode ser entendida como um apelo à conversão, uma interpelação à mudança, um convite a realizar o reino de Deus, uma exortação a entrar no dinamismo criativo da ação divina no mundo, fazendo novas todas as coisas. Esse convite e interpelação é o “coração” da missão.
Através das Santas Missões, o Missionário Redentorista sai de casa, sentindo-se enviado a ir ao encontro das pessoas para apresentar a elas este apelo de Jesus. A postura do missionário é aquela de quem pede hospitalidade, deseja ser ouvido, escuta, comunga com as pessoas que o recebem, apresentando a elas a proposta da conversão de vida.
Essa era a postura de Jesus. Suas viagens e suas visitas às cidades e vilarejos certamente não eram turísticas: Ele tinha uma mensagem importante e urgente para levar, propondo uma renovação radical que devia ser passada adiante.
Jesus não era um líder preocupado só em arrastar as massas atrás de si, bombardeando-as com mensagens fáceis e com falsas promessas como faziam muitos pregadores de seu tempo. A força de sua mensagem unia-se a uma grande capacidade de despertar a atenção das pessoas. E ele se preocupava com cada um de seus ouvintes, sobretudo, com os pequenos e humildes.
Jesus não só expunha uma doutrina boa para qualquer um, mas entrava na vida das pessoas, tocando fundo e seus corações.
Dessa forma, Ele tocou o cego que grita, abençoou as crianças que encontrava, consolou a viúva que perdeu o filho, almoçou na casa do fariseu, descansou na casa de Marta e Maria. Sua mensagem se exprimia através desta atenção para com todos e cada um. Era como se cada pessoa do seu auditório fosse única.
O Missionário Redentorista, sentindo-se convocado para uma missão, procura imitar Jesus Cristo, sendo sinal de redenção junto dos marginalizados de nosso tempo. Ele procura ser um sinal de Deus que não se esquece de ninguém e que está, antes de mais nada, próximo dos que são considerados últimos da sociedade.
Jesus, enviado do Pai, busca as pessoas em nome de Deus e coloca-se no meio delas para servi-las, interage com elas, revelando-se um Deus que conhece, que ama, que acolhe como cada pessoa é, que perdoa, e que recoloca cada pessoa de pé, em condição de ver, ouvir, agir, integrar e participar.
Leia MaisPresença mariana na missão redentoristaEspiritualidade da visitação na missão redentoristaSantas Missões e a ajuda na estruturação de comunidades eclesiais O Missionário Redentorista, como Jesus, não está preocupado em fazer prosélitos, em convencer, mas em dar confiança, em liberar energias.
Com esta postura e como este modo de ser e de agir o Missionário Redentorista, antes de tudo, procura as pessoas, perscruta seu caminho, entende o seu pensamento, seus problemas vitais, com seus medos e presunções. Assim como fazia Jesus, a palavra é inflamada e vem acompanhada, aliás, precedida e manifestada pelos gestos, indo ao encontro de um ser humano concreto, com sua vida, alegrias e tristezas.
Hoje se fala tanto em acolhida, e o que os missionários procuram desenvolver em cada paróquia ou cidade que visitam é a espiritualidade da busca, da acolhida, da escuta, da descoberta e do convívio, a partir do lema próprio da Congregação que síntese esta pastoral: “Junto Dele é Copiosa a Redenção”. Sendo assim, torna-se urgente levar cada pessoa a participar desta missão que é abundante.
Hospedar-se nas casas das famílias durante as missões, seja no centro ou na periferia, visitar e evangelizar as comunidades de perto e de longe, já é uma expressão de obediência a Jesus que envia.
Pe. Ivair Luiz da Silva, C.Ss.R.
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