A beata Maria Celeste Crostarosa ainda é pouco conhecida fora das comunidades e mosteiros redentoristas. Ela viveu uma experiência transformadora em sua vida como uma religiosa contemplativa, oculta e fechada.
Foi ela quem originou a primeira congregação feminina redentorista, em 1731. Com um amor ardente, uma piedade humilde e um coração puro, experimentou muito cedo, por volta dos cinco ou seis anos, uma sensação incomum de intimidade com Jesus. Desses momentos, teve a certeza de que queria ser uma religiosa e servir a Deus.
Sua espiritualidade está centrada no "ser memória viva de Cristo", ou seja, continuar a missão do Redentor, como ensina São Paulo: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).
Alguns fatos históricos podem ajudar a compreender quem é a Beata Celeste Crostarosa, fundadora das Monjas Redentoristas. Confira!
1 - Entrou no convento com suas irmãs de sangue
A beata Celeste, que foi batizada como Giulia Marcela Santa, era a décima filha de doze irmãos, mas se destacou entre eles por sua inteligência, ânimo e sensibilidade. Sua irmã, Úrsula, entrou com ela no mosteiro carmelita de Marigliano, no dia 16 de abril de 1718. Giulia tinha 22 anos. Dois anos mais tarde, a irmã mais nova, Joana, também entrou no mosteiro seguindo a vida religiosa.
2- Teve dois nomes religiosos
Celeste teve várias dificuldades para seguir a vida religiosa, e isso a levou a ter mais de um nome religioso.
Leia Mais7 palavras de São João Paulo II sobre a Beata Celeste CrostarosaNo primeiro mosteiro que entrou, como carmelita, recebeu o nome de Irmã Maria Cândida do Céu. Esse mosteiro acabou fechando as portas. Então, ela e suas duas irmãs prosseguiram no ideal da vida religiosa, entrando num segundo mosteiro, desta vez em Scala, das Irmãs Visitandinas (da Visitação).
Nesta ordem religiosa, ela recebeu o nome de Irmã Maria Celeste do Santo Deserto, e é com este que ela fundaria a Ordem do Santíssimo Salvador - mais tarde, Santíssimo Redentor, em 13 de maio de 1731.
3 - Foi amiga de Santo Afonso
A irmã Maria Celeste conheceu o padre Afonso de Ligório em 1730, quando ele foi encaminhado para Scala como confessor e diretor dos exercícios espirituais do mosteiro. Na convivência e partilha da vida religiosa, cada um em seu momento, descobriu a vocação a qual eram chamados: fundar uma família religiosa para seguir o Redentor.
Eles nasceram no mesmo ano. Santo Afonso no dia 27 de setembro de 1696, e ela no dia 31 de outubro, ambos em Nápoles.
:: Afonso e Maria Celeste, unidos por origens napolitanas
4 - Fundou a primeira congregação feminina redentorista
A Ordem do Santíssimo Redentor (Monjas Redentoristas) foi oficialmente fundada na Festa de Pentecostes, no dia 13 de maio de 1731, o que ocorreu pouco mais de um ano antes da fundação da Congregação do Santíssimo Redentor (Missionários Redentoristas), por Santo Afonso, ramo masculino, que depois deu origem a outras fundações religiosas afiliadas ao carisma redentorista.
Maria Celeste foi acompanhada por Santo Afonso para dar forma a esta nova comunidade religiosa.
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5 - São Geraldo foi seu diretor espiritual
A presença do santo irmão redentorista, São Geraldo Majella, na vida da então Madre Celeste se dá quando ele vai para o mosteiro de Foggia, por intermédio de Santo Afonso para servir como diretor espiritual do mosteiro.
Ele se tornou um grande amigo da beata e, no leito de sua morte, no dia 14 de setembro de 1755, ele diz: "Acabei de ver a alma de Madre Maria Celeste voar para o céu como uma pomba, para receber ali a recompensa que ela mereceu através de seu grande amor por Jesus e Maria".
São Geraldo morreu um mês e alguns dias depois de Madre Celeste.
6 - Causa de canonização iniciou mais de 100 anos depois de sua morte
A causa de canonização da Irmã Maria Celeste Crostarosa começou em 1879, aproximadamente 124 anos após sua morte. Esse longo atraso foi resultado da pobreza do Mosteiro de Foggia e também da falta de conhecimento das Irmãs sobre os procedimentos envolvidos em uma causa de canonização e, depois, pelo desenvolvimento histórico contrastante.
Essas razões paralisaram o processo por muitos anos, até que, em 1987, uma suposta cura milagrosa reiniciou os trâmites.
Maria Celeste foi beatificada pela Igreja em 2016, com aprovação do Papa Francisco. Agora espera-se um outro milagre para que ela se torne santa.
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