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70 anos da presença redentorista em Angola

Brasileiros contribuíram para o enriquecimento no campo da formação dos missionários angolanos

Escrito por Redentoristas

24 SET 2024 - 17H16 (Atualizada em 25 SET 2024 - 10H00)

Scala News

Em 1931, os Missionários Redentoristas vindos da Espanha fundam a Congregação Redentorista em Portugal, depois de fracassadas as duas primeiras tentativas.

E como a Congregação chegou à Angola? Foi através de Dom António Ildefonso, primeiro bispo da então Diocese de Silva Porto, que bateu às portas da nossa Congregação, em Roma, solicitando missionários para a sua diocese. 

Na época, ocupava a função de Superior Geral o Pe. Guilherme Gaudreau, que repassou o pedido à então Vice-Província de Lisboa, cujo superior era o Pe. Manuel Garcia y Garcia, que muito trabalhou para dotar a Congregação em Portugal e depois em Angola com a infraestrutura material necessária para a evangelização.

Desta forma, três anos mais tarde, o primeiro grupo de Redentoristas chegou à Angola vindo de Portugal, sendo constituído por quatro padres (Teodoro, Venceslau, Rocha e Moreira) e dois irmãos coadjutores (Álvaro e Firmino). Esta equipe chegou à Missão do Cúchi em 7 de janeiro de 1954.

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Uma das comunidades redentoristas pertencentes à Vice-Província de Luanda


A Missão do Cúchi, primeiro campo de missão, pertencia à antiga diocese de Silva Porto (atual diocese de Kwito-Bié) se estendendo às províncias de Moxico e de Kuando-Kubango.

Graças a um bom crescimento da missão, em 1966, foi criada a Vice-Província de Luanda, tendo como primeiro Vice-Provincial o Pe. Luís Guerreiro.

A chegada dos missionários brasileiros à Angola 

Com a chamada ‘Revolução dos Cravos’ iniciada em 25 de abril de 1974, em Portugal, foi traçado um novo rumo com a independência das antigas colônias portuguesas na África. Em Angola, a independência foi proclamada a 11 de novembro de 1975

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Pe. Rodolfo G. Anderer quando trabalhou no país africano

O período que se seguiu à independência foi de guerra civil, e o país viveu um período muito tenso e sofrido, com muitos missionários de Portugal tendo que deixar o país.

Em 1976, um desses missionários, o Padre Prada, impossibilitado de continuar sua atividade em Angola, foi trabalhar no Brasil passando um tempo em Garça (SP) e depois em Salgueiro (PE), onde foi assassinado.

Graças à parceria e apoio da então Província de São Paulo, no ano de 1978, chegava à Angola o primeiro redentorista brasileiro, o Pe. Rudolfo Anderer, que foi quem permaneceu mais tempo no país; depois, em 1979, chegou o Pe. Luís Carlos de Oliveira.

Enquanto a Província de São Paulo teve presença em Angola, diversos missionários daqui trabalharam no país africano: Pe. Nazareth Magalhães, Pe. Geraldo Camilo de Carvalho, Pe. Mateo Cirigliano, Pe. Américo Dal’Belo, Pe. Dionísio Zamuner, Ir. José Mauro Gil, Ir. Gercino Tomás de Lima e Ir. Durval (Vice-Província de Brasília).

Pe. Rudolfo Anderer
Pe. Rudolfo Anderer
Mapa de retiros espirituais e visitas pertencente ao Pe. Rudolfo Anderer


A presença brasileira em Angola foi de um enriquecimento muito valioso, sobretudo, no campo da formação dos missionários redentoristas angolanos. Esta presença somente foi realizada graças à colaboração do Pe. José Carlos de Oliveira (Dom Carlinhos), Superior Provincial da antiga Província de São Paulo, que atendeu ao pedido do Pe. Cipriano Njamba, Vice-Provincial em Angola.

Comunidades e áreas de pastoral

Hoje a Vice-Província de Luanda se organiza para atender as seguintes comunidades e áreas de pastoral:

Missão do Cúchi (Paróquia Nossa Senhora das Dores). Esta foi a primeira missão assistida pelos missionários redentoristas vindos de Portugal, substituindo os missionários espiritanos no Sudoeste de Angola, em 1954.

Missão do Vouga -Kunhinga (Comunidade Perpétuo Socorro). Localizada a 340 km do Cúchi e a 28 da sede da diocese (Silva Porto — Kwito), foi fundada em 1955, a partir do zero. A missão dispõe de um grande hospital, que surgiu em 1961, de um internato masculino, a partir de 1969; dispõe ainda de uma escola, residência dos missionários, residência das irmãs, uma capela e a igreja da missão, erguida em 1970. 

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Mapa das comunidades redentoristas em Angola

Missão de Serpa Pinto — Menongue (Comunidade Cristo Redentor). Esta missão foi iniciada em 1958, tal como a de Vouga, a partir do zero. Situada a 4 km de Serpa Pinto (Menongue), a missão de Menongue se transformou numa das nossas grandes missões.

Paróquia da Sagrada Família (Comunidade Sagrada Família). Em 1964, foi inaugurada a paróquia da Sagrada Família. Esta igreja foi-nos confiada por Dom Moisés Alves de Pinho, então bispo da arquidiocese de Luanda que em Portugal ganhou a vocação sacerdotal em uma Missão Popular pregada pelos Missionários Redentoristas. 

Lar do estudante em Silva Porto-Bié (Seminário Propedêutico São Clemente). Esta fundação na cidade sede da diocese de Silva Porto (Kwito-Bié), em 1968, obedeceu a uma necessidade sentida nas Missões do interior: possibilitar o acesso dos alunos mais adiantados das missões ao ensino liceal, técnico ou comercial. No período da guerra civil o edifício foi ocupado pelas crianças vítimas e órfãs da guerra que ali passavam em convalescença. Hoje, devolvido à Congregação, serve como aspirantado Redentorista.

Os missionários desta comunidade também se ocupam da jovem paróquia da Natividade de Nossa Senhora, situada no bairro suburbano do Tchissindo.

Hospital e paróquia da Humpata (Comunidade Gaspar Stangassiger). No ano de 1972, surgiu mais um lançamento hospitalar também fruto do dinamismo do padre Garcia, na vila da Humpata, perto de Sá da Bandeira (Lubango). Ao mesmo tempo, era-nos confiada também a Paróquia da Humpata. Atualmente o Hospital do Vouga II carece de reabilitação, pois se encontra inoperante. Os redentoristas já não assistem à Paróquia da Humpata, mas outra que surgiu na região de Palanca.

Comunidade de Huambo (Seminário Filosófico Santo Afonso). A ideia de abrir uma nova comunidade na província do Huambo surgiu da necessidade de se criar a presença num ambiente menos tenso. Aqui se iria lançar — outra vez a partir do zero — uma nova plataforma e estilo de trabalho, com particular acento na atenção vocacional. Foi assim que surgiu o modesto Centro de Formação. Ao mesmo tempo, os missionários desta casa de formação têm o encargo pastoral de 4 bairros e de uma comunidade mais central, dando aulas no Seminário Maior Interdiocesano.

70 Anos depois

Apesar das muitas dificuldades enfrentadas a Vice-Província de Luanda prosperou e, ao completar sete dezenas de existência em Angola, os Missionários Redentoristas rendem graças a Deus por esta ‘boa obra’ que começou no Sul de Angola e, ao mesmo tempo, suplicam-lhe que a ‘leve à perfeição’, providenciando muitos e santos missionários.

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Formandos redentoristas em Angola


Atualmente, são 37 os Redentoristas que trabalham em Angola, sendo 35 angolanos, um português e um brasileiro. No dia 16 de outubro deste ano, será aberta uma nova comunidade na diocese de Viana.

Em relação ao ano de noviciado, no quadro da reestruturação da Congregação, a Vice-Província escolheu o noviciado internacional francófono de Madagáscar para essa etapa formativa. O teologado que está em processo de definição ao nível da COREAM (Conferência dos Redentoristas da África e Madagáscar), entretanto, seis estudantes de votos temporários já estudam teologia na Universidade Católica de Madagáscar.

Fr. Baltazar Baptista, C.Ss.R.


Fonte: Tradução livre: Pe. Inácio de Medeiros, C.Ss.R.

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