Santo Afonso Maria de Ligório, fundador da congregação dos Missionários Redentoristas recebeu o título de Doutor da Igreja e Patrono dos Moralistas e Confessores pela sua grande herança doutrinal e espiritual. Escreveu mais de 120 obras que foram traduzidas em 86 línguas, muitas delas sobre espiritualidade, meditações, retiros, sermões e teologia moral.
Suas obras tiveram grande influência durante muitas décadas na Igreja, e continuam até os dias atuais pelas mãos de estudiosos que buscam atualizar seu pensamento na linguagem deste tempo.
Tem destaque no legado afonsiano o estudo sobre a teologia moral, que é um campo de conhecimento que trata sobre o comportamento humano em relação a princípios morais e éticos.
:: 10 curiosidades sobre a vida de Santo Afonso de Ligório
A sua famosa obra Teologia Moral já conta nove edições. Afonso teve o trabalho, juntamente com seus colaboradores, de escrever e refazer essa obra e atualizá-la constantemente, mas ela surge de um modo particular. Santo Afonso via a necessidade de formar os seus missionários com uma base moral muito sólida porque ele percebia que isso faltava na realidade de sua época.
Leia MaisHerança teológica de Santo Afonso será tema de encontro internacionalTeólogo fala sobre a questão da microcefalia e o abortoTeologia Moral no Brasil: um perfil históricoHermanni Busembaum, um famoso jesuíta e teólogo moralista teve presença relevante nos estudos e no desenvolvimento da doutrina moral de Afonso. Padre Anísio Tavares, membro do Secretariado de Formação da Província de São Paulo, lembra que “a primeira edição da obra Teologia Moral de Santo Afonso é praticamente um comentário à obra do famoso jesuíta”.
Santo Afonso nutre uma relação da teologia moral com a pastoral. “Na época era muito comum que a moral fosse discutida em âmbitos intelectuais e era até objeto de disputas nessa questão, e Afonso defendia suas posições de acordo com a necessidade pastoral. Esse é um ponto muito particular da vida de Santo Afonso. Na sua experiência pastoral, no seu contato com o povo simples e pobre, ele percebe que a moral deveria ajudar as pessoas a chegar até Deus”, frisa.
Nessa época, a moral era restrita aos confessionários. Daí Afonso escreve a obra “Prática do Confessor” que supria certa carência na formação dos padres, o que para ele era fundamental para ajudar o povo no caminho da fé e da santificação.
:: Conheça a história de Santo Afonso
Outro ponto que marca a teologia moral de Afonso é a benignidade. “Santo Afonso se coloca num contexto histórico muito desafiador. Por um lado, uma moral extremamente marcada pelo rigor que ‘fechava as portas do céu’, e por outro lado, uma linha laxista em que tudo se podia e não existia nada proibido, que para Santo Afonso também não ajudava as pessoas a descobrir os valores cristãos”, esclarece Tavares.
Santo Afonso escolhe uma terceira via chamada na época de equiprobabilismo, que pode ser entendida pelo meio termo. “Esta era uma linha já existente e que ele desenvolve na sua pastoral. A ligação dele com teologia moral está ligada principalmente à benignidade que não significa ser laxista e nem rigorista, uma linha do meio”, finaliza.
Santo Afonso deixa o ensinamento de que Deus é um Pai bom e misericordioso no julgamento.
Em Roma, a Academia Alfonsiana é um instituto fundado pela Congregação do Santíssimo Redentor que desde 1960 oferece licenciatura e doutorado em Teologia Moral. Esse instituto concretizou um grande sonho da Congregação Redentorista e dá continuidade ao legado de seu fundador na formação de sacerdotes e outros ministros para o crescimento e santificação dos fiéis.
Boleto
Carregando ...
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Carregando ...
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.