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Ano Vocacional: sermos vocacionados a serviço da Igreja

Dom José Albuquerque de Araújo fala sobre a importância de caminharmos juntos, a serviço da evangelização

Escrito por Mário Pereira

17 ABR 2023 - 06H50

Thiago Leon

A Solenidade de Cristo Rei, em novembro de 2022, marcou a abertura do Ano Vocacional da Igreja no Brasil. Quarenta anos após o primeiro Ano Vocacional, somos convidados a sermos vocacionados a serviço da Igreja, seguindo o chamado de Deus e entendendo qual é a nossa vocação e como podemos exercê-la para bem de todos. Leia MaisAgenda Vocacional: confira os encontros para 2025Terceiro Ano Vocacional começa oficialmente em 20 de novembro de 2022

Para falar sobre o Ano Vocacional, conversamos com o Bispo de Parintins (AM), Dom José Albuquerque de Araújo. Ele destacou a importância deste período para a Igreja, reforçou a importância de caminharmos juntos a serviço da evangelização e deixou uma mensagem para os Missionários Redentoristas. Confira:

Qual é o período estipulado para o Ano Vocacional e quais foram as razões que motivaram a criação deste ano especial no Brasil?

Dom José Albuquerque de Araújo: Desde o dia 20 de novembro do ano passado, a Igreja do Brasil celebra o 3º Ano Vocacional. Na ocasião, Dia de Cristo Rei do Universo, nós também celebrávamos o Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas. Esse é um dia muito especial para a Igreja, porque nós queremos sempre agradecer por todos aqueles que estão a serviço do Evangelho em nossas comunidades.

O 3º Ano Vocacional está acontecendo em todo o Brasil. Até novembro de 2023, nós teremos essa oportuna ocasião de celebrar todas as vocações que estão a serviço da Igreja do mundo.

Por que é importante promovermos este terceiro Ano Vocacional na Igreja?

Dom José Albuquerque de Araújo: O Ano Vocacional é uma iniciativa da Igreja do Brasil porque desde 1983, ocasionado o primeiro Ano Vocacional, procura ajudar a criar essa consciência, essa cultural vocacional, nas famílias, nas comunidades e em toda sociedade brasileira.

Portanto, este terceiro Ano Vocacional, que está acontecendo no ano de 2023, também celebra os 40 anos do primeiro Ano Vocacional. O primeiro aconteceu em 1983 e o segundo em 2003, cada um desses anos traz uma temática nova, mas sempre voltada para essa chamada de atenção para que todo mundo se empenhe na promoção e animação vocacional.

Isso não é privilégio apenas dos padres ou consagrados, mas de todos da comunidade cristã. Afinal de contas, também é vocação do sacerdote, da religiosa, nasce da família e brota, e é cultivado na comunidade. De alguma forma, o Ano Vocacional nos recorda que todos nós somos vocacionados a fazermos parte desta bonita história que estamos escrevendo, onde cada um se coloca a serviço da igreja e do mundo inteiro os seus dons, os seus carismas, seus talentos. Sempre procurando fazer a vontade do Pai, imitando Jesus, e seguindo os passos da história dando o nosso compromisso de cristãos batizados.

CNBB
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Dom José Albuquerque é Bispo de Parintins (AM)


Como viver o chamado de Deus na sociedade?

Dom José Albuquerque de Araújo: O Ano Vocacional é uma iniciativa da Igreja do Brasil, não apenas de uma pastoral ou de um grupo, mas é um trabalho feito a partir da reflexão do estudo, da escuta e de diversas equipes de serviço. O tema é muito objetivo: “Vocação, graça e missão”. E nos coloca na perspectiva que todos nós recebemos de Deus um chamado, todos somos vocacionados, e também somos convocados a exercer uma tarefa, uma missão, na Igreja e no mundo. O lema também nos ajuda a entendermos quais são os nossos objetivos.

“Corações ardentes, pés a caminho”, inspirado no texto de São Lucas, o encontro de Jesus ressuscitado com os discípulos a caminho de Emaús. Então, nós queremos sim, caminhar juntos, caminhar unidos, cada um a serviço de todos, como os seus dons, os seus carismas, seus talentos e, assim, a gente vai descobrindo qual é a vontade de Deus e vamos buscando não apenas uma realização pessoal, mas a colaboração de que todo mundo possa se sentir chamado e envolvido. Sempre a serviço da evangelização e tendo um cuidado especial para com os mais pobres da nossa sociedade.

Para ouvirmos o chamado de Deus, é necessário que façamos a nossa parte, que possamos silenciar e por meio da oração e da escuta da palavra de Deus, e dos apelos das realidades, procurar discernir para onde Deus me chama e o que Ele espera de mim, “qual o meu lugar no mundo?”. É claro que fazemos essas perguntas no início da nossa juventude, por isso que é necessário nas comunidades ter pessoas disponíveis, atentas a acompanharem as crianças, os adolescentes e jovens, as famílias. Então, não é apenas a tarefa do pároco, mas também das lideranças da comunidade, antes de tudo, ajudar as pessoas a perceberem que tem um chamado especial.

Então, Deus vai se manifestar por meio dessas mediações, e claro que a comunidade eclesial é o lugar apropriado, para que possamos entender qual é a nossa vocação e como podemos exercê-la para o nosso bem e de todos.

CNBB
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Cartaz do 3º Ano Vocacional do Brasil


Que mensagem o senhor deixa para a família Redentorista, a fim de que possamos contribuir ainda mais com as vocações?

Dom José Albuquerque de Araújo: Eu rezo para que todos aqueles que fazem parte da família Redentorista, possam se reunir nesse grande mutirão de oração e também de ações concretas. Assim, como Santo Afonso, possamos nos colocar no lugar de escuta, de meditação da palavra de Deus, de confronto com a realidade, para podermos dar a nossa colaboração.

Que a gente possa se unir e caminhar juntos! Sabemos que na Igreja existem diversos carismas, muitas iniciativas, mas o caminho de seguir a Jesus Cristo é o mesmo. No entanto, as modalidades de vivê-lo é o que diferem.

Alguns são chamados a exercer a vocação se consagrando na vida religiosa, outros são chamados ao ministério presbiteral ou diaconal, mas a grande maioria é chamada a ser cristão leigo, da Igreja no mundo. E eu espero que o carisma redentorista, que é anunciar o evangelho em todos os lugares, nos coloque sempre nessa perspectiva missionária.

O Ano Vocacional também é para isso, para a gente agradecer a Deus por sermos parte de uma Igreja que quer e deve ser sempre missionária. Ir ao encontro das pessoas, nas periferias, nos lugares mais distantes, para levar sempre a Boa Nova. O Ressuscitado está dentre nós!

Fonte: Texto escrito originalmente para a revista "Informativo da Província"

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