Madre Maria Celeste Crostarosa foi amiga de dois grandes santos, venerados no mundo inteiro: Afonso Maria de Ligório, doutor da Igreja e fundador da Congregação dos Missionários Redentoristas, e do irmão redentorista e patrono das mães, Geraldo Majella.
Fundadora de uma Ordem essencialmente contemplativa, as Irmãs ou Monjas Redentoristas, colaborou para a fundação da Congregação dos Missionários Redentoristas, juntamente com Santo Afonso.
:: A vida das Monjas Redentoristas
Maria Celeste é uma pérola escondida; e descobrir um tesouro nem sempre é fácil, mesmo quando já se sabe onde ele está. É preciso apalpar, raspar sujeiras, tirar até o pó, para que se possa aquilatar toda a intensidade de seu brilho.
É o que o padre Jean-Marie Ségalen faz, com sabedoria de mestre. Em poucas pinceladas, consegue fazer brilhar a nossos olhos um retrato simplesmente belo desta monja lá do século das luzes, que muita “luz” tem para nosso tempo.
Esta mística do século XVIII trabalhou com muita coragem entre os mais necessitados. Foi uma mulher forte, perseverante, enérgica e decidida. Soube dizer sempre “sim” a Deus e, quando necessário, soube dizer “não” aos homens, inclusive aos da Igreja.
Sua mensagem, com efeito, e, sobretudo, sua mensagem eucarística, não é reservada somente aos contemplativos: é dirigida a todos os cristãos.
Foi batizada com o nome Giulia. Nasceu em Nápoles, terra de uma beleza extraordinária e contrastes trágicos. Sua gente é apaixonada como vulcão, alegre como o sol e sonhadora como o mar.
O Sol está presente em sua espiritualidade, como imagem da vida do Cristo em quem crê e nele vive, e lhe faz dizer: “… outra vez lhe foi dado a entender como Jesus Cristo é o Nosso Sol Divino, na luz da eterna glória no céu, e como ele é, semelhantemente, o Sol interior da alma justa”.
E ainda: “No contemplar o céu e sua amplidão, era-lhe comunicado interiormente pelo Senhor, o reconhecimento da imensidão de Deus, sem limites no seu ser incriado e eterno”. Do sol que surge pela manhã, passa ao Cristo ressuscitado: “Jesus morre para viver ressuscitado nas suas criaturas, por semelhança e vida da verdadeira vida”.
:: A visão de Maria Celeste Crostarosa
Maria Celeste nasceu aos 31 de outubro de 1696. Era a décima entre os doze filhos de uma família cristã e nobre, de alta magistratura. Eram cinco irmãos e sete irmãs. Seu pai foi o Dr. Giuseppe Crostarosa; laureado em ambos os direitos e revestido de alto grau de magistratura na capital; sua mãe foi Paola Batista, da nobre família Caldari.
Aos 21 anos de idade, Giulia, juntamente com sua irmã mais velha, Úrsula, entra no Carmelo de Marigliano, entre abril e maio de 1718. Dois anos mais tarde, sua irmã mais jovem, Giovana, faz o mesmo.
No dia 21 de novembro de 1718, festa da Apresentação de Maria no Templo, as duas primeiras recebem o hábito religioso; Giulia passa a chamar-se Irmã Maria Celeste do Santo Deserto e, no ano seguinte, faz a Profissão Religiosa.
Deus reservava para Giulia um belo caminho, sendo que Cristo a ia conduzindo para Deus, do qual o meio é dentro de si. Neste processo, descobre o mistério de Cristo vivo em sua alma. Depois de receber o hábito, escreveu uma regra de pureza para si mesma, dada pelo Espírito Santo.
Deus a introduzia na vida espiritual, confiava-lhe suas aspirações divinas e a conduzia na intimidade com Ele. Assim, certo dia, depois da Santa Comunhão, penetrada pelo Olhar Divino, teve uma grande luz interior, e o Senhor lhe disse: “Quero fazer-te mãe de muitas almas que desejo salvar por teu intermédio”.
O Carmelo em que vivia, no entanto, ia desaparecer: sua fundadora — a duquesa de Marigliano — Isabel Mastrlilli, tomara tal autoridade sobre o Mosteiro que reduziu as pobres Carmelitas a incríveis tribulações. Foi diante de tal situação que o Bispo aconselhou fechar o Mosteiro e orientou que as religiosas procurassem outro lugar para viver.
As três irmãs de Crostarosa, a conselho do Pe. Thomaz Falcócia, que conhecia as carmelitas, como pregador de retiro e diretor espiritual do Mosteiro de Scala, entram neste mosteiro; quinze dias depois recebem o hábito de postulantes. Então, Giulia recebe o nome de Irmã Maria Celeste.
Em 1723, sendo extinto o Carmelo de Marigliano, irmã Celeste é conduzida a Scala, para aí realizar a missão que Deus lhe destinara: o nascimento da Ordem das Monjas Redentoristas e da Congregação dos Padres Redentoristas. A semente que haveria de fecundar a Obra seriam as humilhações e sofrimentos, com o sangue de seu coração.
Em 25 de abril de 1725, no silêncio da oração, Madre Maria Celeste percebe, como experiência forte de fé, que Deus deseja uma nova família religiosa na Igreja, que faça presente no meio da humanidade a expressão do Amor que Ele tem por seus filhos.
Compreendeu que um novo instituto seria fundado por seu intermédio, e que as regras e leis que nele se devia observar seriam uma imitação de Jesus. Ele devia ser a Pedra Fundamental; os conselhos evangélicos de Sua Divina Doutrina seriam o cimento; o coração dela devia ser a terra em que se elevaria este edifício; e o Divino Pai seria o obreiro.
Beata Maria Celeste Crostarosa faleceu no dia 14 de setembro de 1775 e seu processo de beatificação foi iniciado em 1987. Sua festa é celebrada no dia 11 de setembro.
.:: Conheça a trajetória vocacional de uma Monja Redentorista
Fonte: Monjas Redentoristas
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