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Memória: 130 anos da chegada dos Missionários Redentoristas em Aparecida

Pioneiros alemães puderam contemplar pela 1ª vez a pequena imagem de Nossa Senhora, que lembrava a Virgem negra de Altötting

Escrito por Pe. José Inácio Medeiros, C.Ss.R.

25 OUT 2024 - 17H34 (Atualizada em 25 OUT 2024 - 17H44)

Patrimônio Histórico C.Ss.R.

Na noite do dia 28 de outubro de 1894, portanto, há 130 anos, uma multidão de pessoas acorreu à estação ferroviária de Aparecida, esperando com ansiedade aqueles homens que, vindos da Alemanha, aqui chegariam para trabalhar no Santuário Arquidiocesano de Aparecida.

Depois de uma longa viagem da Europa até o Brasil a bordo de um navio, em 27 dias de travessia, haviam chegado ao Rio de Janeiro e de lá foram para São Paulo, sendo recebidos pelo seu arcebispo. Mais alguns dias de descanso e rumaram para Aparecida, aqui chegando por volta das 22 horas.

Foguetes pipocavam na noite aparecidense, a banda de música começou a tocar “furiosa” e o povo se alegrou com o desembarque dos Missionários, que foram saudados calorosamente pela multidão

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O primeiro grupo de missionários era composto pelos padres Lourenço Gahr e José Wendl e pelos irmãos Estanislau, Rafael e Simão acompanhados pelos padres Gebardo Wiggermann, nomeado como superior da Missão, padre João Batista Spaet, que posteriormente iriam para Goiás e pelo padre Claro Monteiro do Amaral, que era o vigário do e reitor do Santuário de Aparecida até passar o bastão aos Filhos de Santo Afonso.

Depois de serem recebidos na estação, subiram às charretes e troles, sendo conduzidos e acompanhados pela multidão até a casa do tesoureiro do Santuário, o senhor João Maria de Oliveira César, onde foi servido o jantar. Depois, foram alojados em duas pequenas casas ao lado do Santuário, que até então abrigavam os romeiros e que foram adaptadas para servir provisoriamente de convento.

CDM - Santuário Nacional
CDM - Santuário Nacional
Basílica de Nossa Senhora Aparecida no ano de 1984


No outro dia bem cedinho, os Missionários recém-chegados puderam conhecer o Santuário e a imagem milagrosa de Nossa Senhora Aparecida, que atraía e continua atraindo tanta gente, cuja devoção já havia se propagado.

Entrando no Santuário puderam contemplar a pequena imagem de Nossa Senhora, que lembrava muito a Virgem negra de Altötting, em cujo santuário por muitos anos os redentoristas bávaros haviam atuado, lugar onde vários dos velhos missionários lá tinham trabalhado.

Depois de conhecer o Santuário, celebraram a missa e rezaram aos pés da pequenina imagem, pedindo bênçãos para a nova missão. Nos dias seguintes, mesmo sem dominar o português já começaram as atividades no Santuário, celebrando missas, atendendo confissões e cuidando do povo que visitava “a capela da santa”.

Em pouco tempo foram se acostumando com o jeito do povo brasileiro, aprendendo a língua e dedicando-se incansavelmente no atendimento dos peregrinos e do povo da vila. Aqueles missionários caíram no gosto do povo, sendo chamados de “missionários da capela” ou missionários de Aparecida, queridos pelos romeiros que vinham ao Santuário.

Os Redentoristas fizeram de Aparecida um lugar privilegiado de evangelização, de devoção e de fé. Aqui, fundaram uma casa de formação, daqui partiram para pregar as Santas Missões, se espalharam por outras regiões de dentro e de fora de nosso país, e hoje evangelizam multidões pelos meios de comunicação.

São 130 anos de serviço dedicado à Mãe Aparecida, buscando sempre levar a todos ao seu Filho Jesus, pois um “verdadeiro devoto de Nossa Senhora jamais se perderá”.

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