Conheça o convento que se tornou um farol da espiritualidade redentorista

Existe um lugar muito importante para a história da Congregação Redentorista. Trata-se do convento e do Santuário de Santa Maria da Consolação, hoje situados na reserva florestal do Valle, em Vincolis, na área do município de Deliceto (província de Foggia), nas encostas das Montanhas Dauni, a uma altitude de 550 metros acima do nível do mar. Leia MaisReze a oração de São João Paulo II a Nossa Senhora do Perpétuo SocorroIgrejas redentoristas são marcadas pelo acolhimentoSão José Cafasso, sacerdote e propagador da Doutrina Moral de Santo Afonso

Em 1470, o Frei Felice (Felix) de Corsano, da Ordem Eremita de Santo Agostino se recolheu, juntamente com alguns de seus irmãos, na propriedade florestal de Valle, em Vincolis, que se estende por mais de 111 hectares, perto de Deliceto. Um hectare equivale a 10 mil metros quadrados, ou seja, uma área com 100 metros de comprimento por 100 metros de largura.

Nesse lugar, graças à contribuição do Marquês Piccolomini, o feudatário local, Frei Felice fundou o convento dedicado à Mãe da Consolação, ligado a uma pequena igreja de planta retangular e um abrigo em forma de gruta que constituíam o seu eremitério.

Frei Felice preparou a construção do mosteiro, com o nome de Ilicetana, vindo de "Iliceto", antigo nome de Deliceto. A partir daí a reforma foi implementada em 1492, levada depois para outras sete dioceses. 

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Imagem de Nossa Senhora da Consolação encantou Santo Afonso Maria de Ligório

Em 1653, o mosteiro foi supresso devido a um Decreto do Papa Inocêncio X. Com isso, por meio século o mosteiro ficou abandonado. Em 1702, o convento foi reaberto até que, em 1744, Santo Afonso Maria de Ligório para lá enviou o Venerável Padre Paolo Cáfaro.

Depois de alguns anos, São Gerardo Majella e o venerável Domingos Blasucci, já doente, para lá foram enviados, nascendo uma grande amizade entre eles.

Neste período histórico o convento foi engrandecido e aumentado até atingir seu tamanho atual. No entanto, com a secularização dos bens e propriedades eclesiásticas em 1866, quando ganhou força o movimento de Unificação Italiana, o mosteiro foi definitivamente abolido, tornando-se propriedade do Estado italiano.

Um pouco mais tarde, no final do século XIX, ali foi estabelecida uma escola agrícola e durante o século XX, o mosteiro foi transformado num centro de reeducação juvenil. Ao chegarmos aos tempos contemporâneos, desde 1993, ele abriga a Comunidade Mariana "Oasis da Paz".

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Há mais de vinte anos o Santuário é guardado pela Comunidade Mariana Oásis da Paz

Convento Santa Maria da Consolação – ali viveram homens ilustres.

O Santuário dedicado a Santa Maria da Consolação de Deliceto está localizado não muito distante da antiga igrejinha dedicada a São Pedro. Sobre o altar está uma esplêndida pintura, datada do final do século XV, retratando a Virgem Maria amamentando o menino Jesus.

Esta obra tem muitas analogias, com uma que foi criada pela escola do mestre Tondo de Greenville, que por sua vez foi discípulo do grande Perugino.

O santuário fundado pelos eremitas agostinianos, em 1744, tornou-se a terceira Casa Histórica do Instituto Redentorista, que à época tinha apenas doze anos de fundação.

O mosteiro abrigou uma próspera comunidade religiosa redentorista, que se tornou um farol de espiritualidade e cultura no sul da Itália e entre os personagens ilustres que lá viveram podemos destacar Santo Afonso Maria de Ligório que, em sua chegada, em dezembro de 1744, entrando na igreja exclamou: "Igreja linda e - meu Deus - que Virgem linda". Ali nosso santo compôs várias de suas obras.

Em Deliceto viveu também São Geraldo Majella, tendo chegado a 17 de maio de 1749, para dali partir em maio de 1754. Ele também, mal acabara de chegar, sentiu-se arrebatado pela beleza do ícone Mariano, expressando o desejo de morrer e descansar eternamente em sua presença. 

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Venerável Padre Paolo Cafaro foi diretor espiritual de Santo Afonso e São Geraldo

Nesta casa viveu também o Venerável Padre Paolo Cafaro, que foi o diretor espiritual dos dois santos e ainda o Servo de Deus Padre Tanoia, um dos primeiros companheiros de Santo Afonso e biógrafo dos dois santos que, ao contemplar o ícone de Maria, exclamou: "a imagem com sua modéstia, beleza e dignidade inspira majestade e devoção total e o autor tinha de estar, sem dúvida, entre os principais de seu tempo”. Foi ele o artífice do engrandecimento e embelezamento do santuário, que hoje admiramos. Muitos outros foram os redentoristas que perseveraram na Congregação e nas terras de Deliceto até sua supressão no século XIV.

Há mais de vinte anos o Santuário é guardado pela Comunidade Mariana Oásis da Paz, que providencialmente entrou no Santuário no dia 16 de outubro, dia da festa de nosso amado São Geraldo. A Comunidade Mariana se dedica ao Ministério da Hospitalidade e, segundo o seu propósito, deseja oferecer às pessoas que procura pelo oásis, o mesmo caminho de paz que Maria fez.

Debaixo do Santuário está a gruta desejada pelo Agostiniano Felice de Corsano para viver em oração e meditação. Esta gruta foi o local escolhido por Santo Afonso, pelo Venerável padre Cafaro, para as suas orações e meditações, e por São Gerardo Majella, que ali disciplinou para imitar os sofrimentos de Jesus.

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