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Conheça o padre contemporâneo de Santo Afonso conhecido como "Juiz de Paz"

Missionário Redentorista era chamado de “biblioteca viva” por muitos

Escrito por Pe. José Inácio Medeiros, C.Ss.R.

09 ABR 2024 - 16H22 (Atualizada em 10 ABR 2024 - 11H41)

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Padre Alessandro José (Giuseppe) Di Meo nasceu na localidade de Volturara, Irpinia, no dia 3 de novembro de 1726. Com 17 anos, se destacava pela sua inteligência, tanto que nos debates que envolviam conhecimentos teológicos chegava a superar não apenas os seus companheiros, como também o seu professor. Mas em relação ao Direito, parecia não tão interessado, ainda que sempre agisse corretamente.

Conhecendo o fundador da Congregação

Um dia, ao conhecer Santo Afonso, ficou tão impressionado com a Graça de Deus que dele emanava, que imediatamente solicitou para ser admitido no instituto que havia fundado. Plenamente realizado, recebeu o hábito redentorista em 20 de janeiro de 1748, na Casa di Ciorani. Leia MaisA Redenção em Santo Afonso e na Vida RedentoristaConheça um dos primeiros companheiros de Santo Afonso na CongregaçãoO dia em que Santo Afonso proibiu São Geraldo de comungar

Em pouco tempo foi se transformando em outra pessoa, bem diferente daquela que o mundo havia conhecido. Desde o início de seu noviciado, começou a dominar seu temperamento pelas vigílias, penitências, jejuns e contínua vida de oração e em pouco tempo parecia uma pessoa bem diferente.

Mas, misteriosamente começou a ser tomado por uma espécie de tédio e tristeza pelo novo tipo de vida, que resolveu voltar para a casa de sua família. Quando estava prestes a partir, passando diante da imagem de Nossa Senhora das Dores, ela o cativou com o seu doce olhar.

Sua tristeza então mudou, o entusiasmo e a alegria voltaram, o aproveitamento do ano de noviciado foi grande, tanto que foi considerado digno por Santo Afonso, podendo professar na Congregação no dia 17 de janeiro de 1749.

Um dia, quando estava disposto a voltar para a casa de seus familiares, ao passar diante do ícone de Nossa Senhora das Dores, exposto par o culto dos noviços, prostrou-se aos seus pés para rezar, ouvindo a Virgem lhe dizer: “Filho, para onde vais?… Se você deixar a congregação, você está definitivamente condenado”.

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Padre é autor de muitas obras ascéticas e teológicas

Ao que ele responde à Mãe celestial: “Minha mãe, aqui estou eu: quero te servir enquanto eu viver, e quero te amar por toda a eternidade”

Missão recebida do próprio fundador

O neossacerdote se destacava entre seus companheiros por sua vida de oração, pelo amor ao Santíssimo Sacramento e devoção à Virgem Santíssima, jejuando todos os sábados em sua honra. Dia após dia foi se destacando pela grande cultura e conhecimento da doutrina cristã. Ainda que tão jovem, Santo Afonso o designou como professor para o ensino de teologia, apesar de que naquele tempo não faltasse padres especialistas nas ciências teológicas.

Ordenado sacerdote e destinado para a pregação das Santas Missões, se mostrou um apóstolo muito zeloso pela clareza e pela caridade dos seus sermões. Padre Alessandro passou a utilizar sua viva inteligência para trabalhar pela salvação dos outros, pregando contra o mal e agindo pela erradicação dos vícios que estava semeado entre as pessoas.

Onde quer que chegasse, as pessoas acorriam para ouvi-lo e os pecados cometidos contra a moral eram devidamente expiados. Multidões acorriam para acompanhar a Santa Missa e com ele e seus companheiros, participavam das procissões pelas ruas das cidades com suas canções e orações.

Orador e apóstolo

Padre Alessandro foi se tornando o incentivador de seus companheiros durante as missões, apoiando e sugerindo novas iniciativas. Quantas vezes que, para solucionar as causas de alguma disputa, não hesitava em se apresentar à multidão como juiz de paz. Ele também não tinha medo de dispor que jogos e festas fossem proibidos durante as missões, para que nada atrapalhasse a participação e o proveito das pessoas.

Sua palavra era inflamada e quando ele falava nada ficava como estava. Suas palavras possuíam uma força tão grande que ninguém conseguia resistir. Sua inteligência, seu senso, sua eloquência, seu espírito, a dignidade da sua figura, sua voz harmoniosa, sua habilidade e outras qualidades similares fizeram dele um dos melhores oradores de seu tempo.

Sua fama foi se espalhando cada vez mais, tanto que, quando pregava, padres, autoridades, nobres senhoras, cidadãos, soldados e camponeses não deixavam de acorrer. Um dia o próprio rei quis ouvi-lo, fazendo dele o pregador dos exercícios espirituais para os soldados. Muitos que viviam na escuridão do erro vieram até ele trazidos de novo à luz da verdade. Muitos que há muito tempo estavam longe da missa, voltaram para a prática da vida cristã e muitos, arrependidos, chegaram a entrar para as instituições religiosas.

Quanto à sua cultura, o servo de Deus, de tão famoso, era chamado de “biblioteca viva” por muitos, até mesmo pelos mais cultos. Mas ele não perdia a humildade cristã e quanto mais brilhava sua fama, cada vez mais ele se rebaixava, considerando-se como um “nada”.

Um dia, na cidade de Nola, durante um sermão, sofreu uma apoplexia, vindo a falecer algumas horas depois. Toda a cidade quis participar de suas exéquias.

Scala News
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Padre ficou tão impressionado com a Graça de Deus que emanava de Santo Afonso


Junto da fotografia colocada em sua lápide, os padres colocaram esta inscrição: “Alessandro Di Meo, da Congregação do Santíssimo Redentor, um homem nascido para as mais altas conquistas, corajoso colaborador de acordo com o seu nome, uniu a profunda ciência com igual modéstia espiritual. Sempre mostrou imensa piedade para com Deus, pela Santa Mãe de Deus e por seu esposo, São José. Ele, grande desde a juventude no falar e no escrever, no final de seus trabalhos, enquanto em Nola do púlpito trovejava com sua nobre eloquência contra os vícios e em defesa da virtude, caído ao chão subitamente, obteve, em troca de sua vida mortal, a imortalidade dos santos, em 20 de março, 1786.

Padre Alessandro de Meo, um dos mais ilustres companheiros de Santo Afonso, dos primeiros tempos da Congregação, faleceu com quase 60 anos, tendo se tornado redentorista em vida do fundador, quando a Congregação tinha apenas 16 anos de existência.

Autor de muitas obras ascéticas e teológicas, ele se destacou também pelos 12 volumes da História do Reino de Nápoles e por outras obras, que ainda hoje são objeto de consulta por muitos pesquisadores.

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