Santo Afonso passou um período de grande fome e epidemia de tifo quando era bispo. Nestes anos, revelou gestos de caridade que deram a ele o nome de “pai dos pobres”.
Santo Afonso era bispo na diocese de Santa Águeda dos Godos, na Itália. E entre os anos de 1763 e 1764, a diocese e o Reino de Nápoles, como um todo, sofreram meses de fome.
Naquela época, muitas pessoas morreram nas ruas e nas estradas mendigando algo para comer. Logo após este período, não exatamente em sua diocese, mas a capital de Nápoles sofreu a epidemia de tifo.
Durante a epidemia, segundo o padre Raimundo Tellería, que foi o biógrafo de Santo Afonso, os hospitais comuns e improvisados não foram capazes de lidar com a demanda. Os doentes eram empilhados numa mesma cama e até onde não era possível.
“Os infectados atingiram cerca de 500 por dia e as mortes entre 110 e 140 por dia, números trágicos para esse Reino. O redentorista padre Francis Margotta procurador-geral do Instituto morreu de tifo”, escreve o biógrafo.
Na crise da fome, Santo Afonso comprou 10 toneladas de feijão e legumes para distribuir aos pobres, mas as doações não foram suficientes e logo acabaram.
A diocese não tinha muitas condições financeiras, e por isso não conseguia emprestar dinheiro para ajudar os pobres fiéis, daí Santo Afonso resolveu vender vários objetos valiosos que possuía para poder comprar alimentos e o que mais fosse preciso.
Nestes momentos de incerteza e desespero, Santo Afonso ensinou algumas lições, veja a seguir:
1 - Como bispo, foi alguém que ajudou a conciliar os ânimos entre as pessoas desesperadas por comida e os que acumulavam alimentos. Graças a Santo Afonso, não houve guerra entre eles.
2 - Afonso também sofreu a dor do povo e se compadeceu. Ele chorou por ver seu povo morrer de fome e não poder ajudá-lo.
3 - Ele orou a Deus e consolou seu povo, dando-lhes pão material e espiritual, ajudando o povo com homilias, orações, etc.
4 - Após passar a situação de fome e de epidemia, Santo Afonso começou uma intensa atividade pastoral para a “desinfecção das consciências do vírus da injustiça e imoralidade com a qual as circunstâncias anormais as haviam inoculado”. Santo Afonso entendia que era preciso retomar a vida de fé que havia se perdido naqueles tempos.
Leia MaisOração de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro pelo fim da Covid-19Redentoristas lançam site para trocar informações sobre pandemiaOração para rezar durante a pandemia do CoronavírusPadre Grimaldo Garay Zapata C.Ss.R., da Vice-Província do Peru, que reuniu esses fatos históricos sobre Santo Afonso, assinala que nem tudo é possível ser repetido no momento presente.
“Afonso viveu e sofreu com seu povo como um bom pastor que dá a vida por suas ovelhas. Embora seja verdade que não devemos repetir o que ele fez, porque são realidades diferentes. Hoje, as consequências do vírus Covid-19 nos confinaram ao isolamento social, hospitais entraram em colapso, a economia, milhares de pessoas infectadas e mortas. Além de tudo, o que está acontecendo e o que virá. O mundo nunca mais será o mesmo”, reflete o missionário.
Padre Grimaldo indica outras lições que hoje os redentoristas podem assumir diante desses tempos difíceis, a exemplo do fundador:
- Ser testemunha do Redentor, apóstolos de fé forte, apaixonados por Deus.
- Ser compassivo com o nosso povo, estar perto dele, física e espiritualmente. Estar com o mundo ferido. Hoje, a mídia digital (WhatsApp, Facebook, internet etc.) é uma ótima plataforma para trazer esperança alegre, transmitir pequenas catequeses, eucaristia, etc. Anunciar com simplicidade o Evangelho e levar a todos a Copiosa Redenção de Cristo.
- Ser solidários, destinar parte de nossos recursos econômicos para ajudar os mais necessitados: idosos, crianças, pobres abandonados pelo governo. Ajudar pequenas empresas que geram renda para famílias pobres, etc.
- Estar atentos ao que os documentos da Casa Comum (Laudato Si, Querida Amazônia) do Papa Francisco iluminam nesta realidade.
- Hoje, quando estamos em quarentena, devemos tirar proveito dessa situação para fortalecer nossos laços de amizade na comunidade redentorista. Para nós, é um tempo de graça, por estarmos juntos 24 horas por dia. Praticar a oração constante, renovar nosso compromisso religioso de seguir alegremente a Cristo Salvador, compartilhando Seu mistério.
“Muitas outras iniciativas podemos tomar sob a orientação do Espírito Santo. Em comunhão com o Papa Francisco e com toda a Igreja, oramos por toda a humanidade nestes tempos difíceis que estão passando. Pedimos a proteção e intercessão de Nossa Mãe do Perpétuo Socorro, Santo Afonso, São Clemente e todos os santos, benditos e mártires da Congregação”, finaliza o missionário.
Fonte: R. Telleria, “San Alfonso Ma. De Ligorio, Fundador, Obispo y Doctor ”. Tomo II. Ed. Perpetuo Socorro, Madri 1951. Pág. 119-135.
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