No dia 24 de abril deste ano, o Papa Francisco autorizou a Sagrada Congregação para as Causas dos Santos a promulgar os decretos relativos ao martírio dos Servos de Deus Vincenzo Nicasio Renuncio Toribio e 11 Companheiros, todos da Congregação do Santíssimo Redentor, assassinados por ódio à Fé, em Madri, na Espanha, no ano de 1936.
Com o decreto do martírio publicado o caminho ficou aberto para a cerimônia de beatificação que acontece neste sábado, dia 22 de outubro.
Os 12 missionários - seis padres e seis irmãos - membros das Comunidades Redentoristas do Perpétuo Socorro e de São Miguel Arcanjo, em Madri, foram assassinados entre 20 de julho e 7 de novembro de 1936, no início da sangrenta perseguição ocorrida na Espanha até 1939.
A cerimônia de beatificação acontecerá na Catedral de Almudena, em Madri, tendo como presidente o Cardeal Prefeito da Sagrada Congregação para a Causa dos Santos, Dom Marcello Semeraro.
O processo de beatificação
Uma vida repleta de virtudes heroicas, exemplos de fé e devoção a Deus é o que se exige para que alguém seja decretado como beato ou santo da Igreja. Por isso, a causa de canonização de alguém normalmente leva tempo e depende de inúmeras circunstâncias legais,
Cabe à Congregação para as Causas dos Santos o encargo de "regular o exercício do culto divino e de estudar as causas dos santos". Por meio desse "ministério da santidade", como às vezes a sagrada Congregação é chamada, é que passam aqueles que são candidatos à canonização. No entanto, a palavra final sempre é do Papa, o único com poder para decretar, de fato, a santidade.
Com o processo de canonização, do qual a beatificação é o passo mais decisivo, e que segue fases distintas, a Igreja busca estabelecer "exemplos de vida" mais próximos dos cristãos contemporâneos como forma de também estimulá-los à santidade.
Para a Proclamação de “Beato”, é necessário a comprovação da ocorrência de um milagre autêntico, como a cura instantânea ou muito rápida, perfeita, duradoura e preternatural – que a ciência não pode explicar, pela sua intercessão. Desta forma comprova-se, por via sobrenatural, a heroicidade das virtudes vividas pela pessoa que está em processo de beatificação.
Para os mártires, como é o caso dos Missionários Redentoristas de Madri, não se exige nenhum milagre e o processo é mais simples, bastando que haja comprovação de que eles morreram pela Fé. O derramamento de seu sangue vale por muitos milagres!
No ato solene da beatificação, o Papa, através de seu legado, declara como inscrito no catálogo dos bem-aventurados o indivíduo falecido, limitando sua veneração pública a lugares específicos, diferentemente do culto irrestrito que se concede aos santos.
A santidade, como tantos outros temas relacionados com a religião e com a vida da Igreja, só se compreende a partir da fé.
Vocação à santidade
Qualquer pessoa pode ser canonizada, independentemente de sua origem, condição social ou raça. É preciso, porém, que tenha tido uma vida de santidade, que tenha vivido as virtudes cristãs de um modo heroico e que não haja nenhum obstáculo insuperável em sua caminhada e vivência como cristão.
Teologicamente falando, o processo de beatificação, que depois mira a canonização da pessoa, busca garantir que não exista risco de erro sobre a pessoa que está nos céus, ou seja, a beatificação ou canonização de alguém é um processo definitivo, por isso, é necessário que haja garantias de sua exatidão, pois ao beatificar ou canonizar uma pessoa, o Papa exerce a sua infalibilidade. E isso é um fato da fé!
Existem muitos santos e santas junto de Deus que não foram e talvez nunca serão canonizados. Eles fazem parte da “comunhão dos santos” ou da Igreja Triunfante. Nos que são beatificados ou canonizados, Deus quer mostrar alguns santos como modelo e exemplo, com sua mensagem e como instrumentos especiais pela sua intercessão. Aqueles que foram canonizados servem de incentivo e estímulo, contribuindo para fortalecer e aumentar a união existente entre a Igreja Triunfante e a Igreja Peregrina que somos todos nós.
Beatos mártires redentoristas, rogai por nós!
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