Qual foi a última vez que você se comprometeu com alguma causa em benefício de pessoas necessitadas? Ajudou alguém desconhecido? Teve um gesto de bondade sem ninguém pedir? A grande maioria de nós já se justificou de alguma forma para não praticar um ato profundamente cristão e humano: a caridade.
Deus que é misericordioso pode perdoar nossas falhas humanas, mas uma realidade é certa: quem caminha para Deus não se afasta dos que precisam, pelo contrário, se torna o mais próximo possível.
A caridade de que falamos é mais do que ter dó e manifestar uma atitude emergencial. A caridade que Jesus ensinou tem mais a ver com um compromisso com a dor do outro, que leva a não ter medo de se aproximar e manifestar verdadeira misericórdia. Em seu sentido mais profundo, a caridade busca corresponder aos problemas dos pobres e as situações estruturais da desigualdade social, embora também esteja a serviço das situações emergenciais.
Se em nossa caminhada, temos nos afastado do nosso próximo e encontrando desculpas para não ajudar quem mais precisa, também estamos nos afastando de Deus.
É Dele mesmo o ensinamento em Mateus 25: "eu estive com fome e me destes de comer, estive com sede e me destes de beber, fui estrangeiro e me acolhestes,estive nu e me vestistes, fiquei doente e me visitastes, estive na prisão e me fostes ver (...). Toda vez que fizestes isso a um desses mais pequenos dentre meus irmãos foi a mim que o fizestes!".
Agora conheça o exemplo de uma santa de nosso tempo.
A nossa mais nova santa brasileira, Dulce dos Pobres, não hesitou em amparar os que mais sofriam. Ela fazia de tudo para pedir ajuda para os seus pobres e doentes. E por isso, ela é a inspiração da Campanha da Fraternidade de 2020.
Ela chegou a invadir cinco casas abandonadas para acolher os doentes que estavam nas ruas, ocupou um galinheiro para a mesma finalidade, e o mesmo veio a se tornar o Hospital Santo Antônio, que hoje é coração das Obras Sociais Irmã Dulce, o maior complexo filantrópico da Bahia.
A fé de Irmã Dulce estava enraizada no amor de Cristo Ressuscitado que deu a vida por todos. Sua confiança não era nela, mas na Providência Divina. O exemplo de Irmã Dulce e do seu lema “Amar e servir” deve nos ensinar a perfeita atitude de caridade e confiança em Deus.
Irmã Dulce recebia doentes que ninguém queria. Recebia os sem documento, os que estavam nas piores condições de saúde, e recebia mesmo quando não tinha mais lugar. Ela orientava seus médicos e demais colaboradores que era Deus que estava presente nos doentes que batiam à porta, logo, ninguém deixava de ser acolhido e amparado.
Nesse sentido, a parábola do Bom Samaritano, ou seja, o programa de Jesus, que também vai servir de reflexão na Campanha da Fraternidade de 2020, mostra a força de um “coração que vê” e atua em consequência desse olhar.
Quando pensarmos que não podemos fazer caridade, seja qual for o motivo, reflitamos que Deus nos amou de tal forma, que não podemos ser omissos a este amor.
A fé que toma consciência do amor de Deus não pode ficar indiferente ao grito dos pobres e dos que precisam.
Que nesta Quaresma, possamos repensar nossas atitudes e nossas omissões e encontrarmos a razão de nossa fé ao expressar a caridade, ou seja, o próprio amor.
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