Na noite do dia 28 de outubro de 1894, por volta das 22h30, vindos de São Paulo, de trem, os primeiros missionários redentoristas bávaros desembarcavam na Vila de Aparecida, para assumir a missão que lhes fora designada: cuidar do Santuário Arquiepiscopal de Aparecida que custodiava a imagem de Nossa Senhora da Conceição, que em 1717, havia sido pescada nas águas do Rio Paraíba do Sul. Leia MaisSalve a Padroeira do Brasil, Mãe do Redentor!Padre Vítor Coelho: Missionário de Nossa SenhoraMissionários Redentoristas levam mensagem de Aparecida como esperança
Mal instalados em duas casinhas, que antes serviam de abrigo para os romeiros da santa, seguramente tiveram uma noite de sono bem atribulado devido ao cansaço da longa viagem e a ansiedade de terem chegado ao destino final de sua missão.
Já na manhã seguinte, dia 29 de dezembro, acompanhados do Cônego Monte Carmelo e de outras autoridades da pequena vila, adentraram naquela igreja, vendo que a imagem lembrava a Virgem Negra de Altötting, que, numa visita realizada antes da partida, havia abençoado sua viagem.
Foi “amor à primeira vista”, assim podemos dizer, começando naquele dia uma história gloriosa marcada por muito zelo apostólico, ardor missionário, pioneirismo e aptidão para a missão.
Compreendendo a “alma religiosa” do povo brasileiro
Os bávaros alemães que, seguramente haviam escutado fantasiosas histórias sobre o povo e sobre o Brasil, pois na Europa se falava dos indígenas que andavam pelas ruas, do perigo dos animais selvagens, esqueceram sua pátria e sua gente porque a viagem para terras de missão era sem volta e tudo fizeram por amor, compreendendo desde cedo a “alma religiosa” do povo brasileiro.
No dia 30 de outubro de 1894, deu-se a instalação oficial da comunidade religiosa e o reitor do santuário seria também o pároco de Aparecida. Apenas na década de 1970 é que se separaria as duas funções pastorais.
Instalados naquelas casinhas improvisadas onde viveriam até 1912, dedicaram-se de corpo e alma à nova missão nas muitas horas de confessionário, nas missas celebradas, nas procissões realizadas e na valorização dos atos de piedade popular.
Novas levas de missionários foram chegando da Alemanha para reforçar o time da missão porque os trabalhos cresciam e já em 1897, pregava-se a primeira Santa Missão. A partir de 1908, começaram a chegar os primeiros brasileiros formados no Seminário Santo Afonso, fundado em 1898, os mesmos que mais tarde assumiram novas responsabilidades e a condução plena daquela missão.
Marco significativo nesta história de amor se deu no ano de 1902, quando pela primeira vez a imagem de Nossa Senhora foi levada para as missões na cidade de Queluz (SP), tornando-se a grande motivadora da participação popular numa missão. Daí veio o costume de se realizar peregrinações com a imagem da padroeira, como que repetindo aquele velho ditado: “Se Maomé não vai à montanha…”.
Em 1904, foi marcante a coroação oficial da imagem de Nossa Senhora realizada diante do povo e do episcopado brasileiro; em 1917, celebrou-se o bicentenário do seu encontro e em 1919, nos 25 anos de presença da Congregação nessas terras, criou-se a Vice-Província bávaro/brasileira.
A ação pastoral reforçada pela criação do Jornal e da Editora Santuário (1900) era ampliada, promovendo a devoção e expandindo o alcance de Aparecida, levando Nossa Senhora e seu santuário pelos quatro cantos desse país. Em 1931, veio o reconhecimento oficial na cidade do Rio de Janeiro, diante de mais de um milhão de pessoas, com Nossa Senhora sendo proclamada como Rainha e Padroeira do Brasil.
Madre Provincial
“Nossa Província nasceu aos pés do altar de Nossa Senhora Aparecida… que chamou e abençoou nossos confrades, dando desenvolvimento à fundação redentorista. Maternalmente vigia, agora, na casa de Nossa Senhora, o berço dos futuros filhos de Santo Afonso, dos futuros pregadores de suas glórias. Por isso, como prova de nosso reconhecimento, a proclamamos solenemente nossa 'Madre Provincial', quando lhe dissemos nosso 'Te Dominam confitemur' (Em ti, Senhora, confiamos)”. Pe. Geraldo Pires de Souza, C.Ss.R.
A imagem de Nossa Senhora em seu santuário recebia a visita de mais e mais pessoas, com a organização das primeiras romarias diocesanas, sendo a do Rio de Janeiro e de São Paulo as mais significativas. Ela era presença forte nas Santas Missões Populares e na devoção do povo, propagada pelos meios de comunicação, a partir do nascimento da Rádio Aparecida (1951), mas já sonhada desde os anos de 1930, e mais tarde pela TV Aparecida, já pensada desde os anos de 1970, e por fim, pelas muitas plataformas digitais como o Portal A12, que congrega dezenas de sites. Mas não paramos por aí!
Essa história de amor foi coroada em 1944, na criação da Província de São Paulo com Nossa Senhora sendo carinhosamente declarada como sua “Madre Provincial”.
Quando se ama de verdade, não é possível guardar esse amor só para si. O amor precisa se expandir e foi justamente isso que aconteceu ao longo desses 130 anos.
Em 1967, celebrou-se os 250 anos do encontro da imagem, com um Ano Mariano; em 1994, os 100 anos da presença redentorista no Brasil e os 50 anos da Província de São Paulo e, por fim, em 2017, a grande marca dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora.
Que esta história continue sendo abençoada por Deus pelo bem maior de nossa Congregação, da Província Nossa Senhora Aparecida, da Igreja no Brasil e de todos os seus fiéis devotos, porque “Aparecida interessa ao Brasil” e que nós possamos continuar a ser os seus cuidadosos guardiães.
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