Aos 42 anos, depois de viver os últimos dez anos dedicado às Santas Missões e ter se tornado um pregador popular, Padre Vítor Coelho de Almeida ficou doente.
Acabou passando os quatro anos seguintes tratando uma forte tuberculose na cidade de Campos do Jordão (SP). Ali viveu o sofrimento, mas também um encontro milagroso.
Anos depois, já livre da doença, ele se lembrou desse momento em um artigo no Jornal Santuário: “Há sete anos, um doente subia triste as encostas daqueles montes, fugindo da morte que o seguia como sombra”. A tuberculose deixou Padre Vítor com apenas um pulmão.
Conheça abaixo a história do Padre Vítor e um beato brasileiro:
:: Biografia de Padre Vítor Coelho de Almeida
Durante os anos de tratamento, Padre Vítor teve um encontro com um padre conhecido como “Vigário de Poá”, que naquela época tinha fama de milagreiro. O encontro que ocorreu em 1943 foi registrado pelo padre João Gomes, C.Ss.R, durante uma entrevista com Padre Vítor em 28 de outubro de 1982.
Segue o relato do próprio Padre Vítor:
“Quando eu estava internado em Campos do Jordão, Padre Eustáquio foi ao sanatório para dar uma bênção. A primeira pessoa que ele encontrou ao descer do carro no Sanatório Divina Providência fui eu. Disse a ele: ‘Não faço questão de sarar, mas se for para o bem, quero sarar’.
Padre Eustáquio pôs então o dedo no meu peito, justamente no lugar de um buraco de oito centímetros no pulmão. Então eu lhe pedi três coisas: perdão dos pecados, boa morte e, se sobrar, a minha cura. Disse ele: ‘São José lhe concede duas graças. O senhor vai ser um homem robusto e ainda vai trabalhar muito’", escreveu padre Vítor.
Essa foi a primeira conversa entre Padre Vítor e Padre Eustáquio, mas aconteceram outras duas.
"Meu segundo encontro com Padre Eustáquio foi no Sanatório Nossa Senhora Auxiliadora, durante o almoço. Eu me dirigi a ele e perguntei: ‘Olha as minhas duas graças’. Ele respondeu: ‘Eu te disse que São José lhe dá duas graças. O senhor ainda vai trabalhar muito’.
Perguntei de novo: 'E minha operação? Cortaram-me cinco costelas...’. E ele disse: ‘Obedeça aos médicos. De qualquer jeito o senhor vai ser robusto’", contou Padre Vítor na época.
No terceiro encontro, foi a despedida e o Padre Vítor repetiu o pedido.
"Ele se zangou e me deu um 'pito'. ‘Estou vendo que o senhor tem pouca confiança em Deus. O senhor vai trabalhar, vai trabalhar muito!'".
O “Vigário de Poá” morreu no ano seguinte, e em 2006, foi beatificado depois de ter um milagre reconhecido pela Igreja.
Padre Vítor teve sua causa de beatificação aberta em 1998. No momento é aguardado o parecer do Vaticano sobre um possível milagre ocorrido em Ribeirão Preto.
:: Saiba como colaborar com a campanha pela beatificação do Padre Vítor
Padre Vítor passou seus anos de enfermidade, prestando assistência espiritual aos doentes do sanatório.
Com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, que sempre o acompanhou durante a vida, visitava todos os quartos com mensagens de alegria, paz e esperança.
Segundo padre Júlio Brustoloni, C.Ss.R., Padre Vítor atribuiu sua cura a um milagre alcançado pelo Padre Eustáquio.
*Relato do Padre Vítor cedido gentilmente pela Vice Postulação da Causa de Beatificação.
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