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O primeiro provincial redentorista do Brasil

Missionário era conhecido por ser alegre, bondoso e dono de uma inteligência que sabia dialogar com os simples e cultos

Escrito por Elisangela Cavalheiro

24 MAI 2024 - 16H05 (Atualizada em 24 MAI 2024 - 16H06)

Comissão do Patrimônio Histórico Provincial

Quando o mundo vivia o flagelo da Segunda Guerra Mundial, o Governo Geral tornou a sede dos Missionários Redentoristas em São Paulo, na primeira província redentorista brasileira.

Com esse fato, surgia a figura do primeiro superior provincial brasileiro, que teria sobre si a responsabilidade de administrar de forma autônoma a representação de uma congregação religiosa em um país de grandes proporções e em meio a grandes dificuldades.

Quem assumiu essa missão foi o padre Geraldo Pires de Souza, e é sobre ele que queremos lembrar um pouco mais nesta publicação.

Conheça mais sobre esse missionário alegre, bondoso e dono de uma inteligência que sabia dialogar com os simples e cultos logo abaixo da imagem. 

Comissão do Patrimônio Histórico Provincial
Comissão do Patrimônio Histórico Provincial
A Província Redentorista de São Paulo foi criada no dia 28 de outubro de 1944


Quem chega ao Seminário Santo Afonso, em Aparecida (SP), encontra um auditório que homenageia o nome do padre Geraldo. É um espaço moderno, que serve para os encontros dos missionários da Província Nossa Senhora Aparecida e de outras unidades em eventos de grande importância. Uma homenagem sutil para perpetuar a história e o papel relevante que esse missionário teve no desenvolvimento da nova província redentorista.

A missão recebida pelo padre Geraldo aconteceu naturalmente, porque ele já era o vice-provincial de São Paulo.

Padre Victor Hugo Lapenta (in memorian), ao relembrar o dia em que padre Geraldo comunicou a novidade para os confrades em 28 de outubro de 1944, durante as comemorações dos 50 anos de fundação da vice-província, destaca que o superior a fez em tons emocionados, demonstrando ali o seu entusiasmo diante do novo desafio.

Um gesto simbólico do padre Geraldo foi colocar o telegrama com a notícia da província alemã aos pés da imagem original de Nossa Senhora Aparecidaque ainda ficava no altar da Basílica Velha, para que no momento oportuno fosse retirado e lido em frente de todos

Leia Mais1º Capítulo Geral da Congregação elegeu Afonso de Ligório como Reitor-Mór Confira a trajetória de um dos melhores amigos de Santo AfonsoEntenda o significado e os simbolismos do Rosário Redentorista Sobre si, padre Geraldo tomou a responsabilidade de conduzir os 64 padres, 37 irmãos, 60 clérigos, 20 noviços e 200 seminaristas menores que integravam a província.

Um agradecimento foi feito aos missionários alemães, que trouxeram consigo o dinamismo missionário herdado de Santo Afonso para essas terras.

A história conta ainda mais fatos da vida de Padre Geraldo. Tido como um homem alegre e até brincalhão, ele possuía uma inteligência capaz de fazê-lo falar na linguagem de cultos, mas também do povo simples, sem muita instrução.

Assim descrevem as crônicas históricas que preservam de forma muito viva a memória dos Missionários Redentoristas:

“Como missionário não era orador de arrebatar multidões; era mais conferencista, falando às inteligências numa linguagem fluente, colorida e atraente. Como pregador de retiros, principalmente para a juventude, era simples e claro na exposição dos temas, sem nunca abandonar a elegância e delicadeza do seu estilo. Bom observador, sabia colorir suas pregações e conferências com exemplos e comparações originais”.

Capelão na Revolução 

Padre Geraldo esteve nos campos de batalha durante a Revolução Constitucionalista de 1932 atuando como capelão militar. Seu capacete hoje está no Museu Nossa Senhora Aparecida.

CDM/Santuário Nacional
CDM/Santuário Nacional
Padre Geraldo no primeiro plano de chapéu e lenço branco



O missionário também foi um determinado escritor.
Deixou muitas publicações escritas, entre elas, uma que ele recorda em suas anotações pessoais como uma grande conquista: a de ter escrito junto com o padre Nestor de Souza, o primeiro número do
Almanaque de Nossa Senhora, em 1926.

Depois de viver 74 anos, bem aproveitados, ele faleceu em 25 de maio de 1969, em Aparecida. Um gesto final curioso e generoso que ele deixou por escrito ao seu superior: “Doar os restos de minha espinha doente a um ortopedista católico, para ele mostrar a seus clientes a anormalidade da espinha enferma”.

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