Santo Afonso de Ligório, fundador da Congregação Redentorista, foi um escritor muito fecundo, nos deixando dezenas e dezenas de obras que abarcam vários campos do saber humano e da teologia.
Alguns de seus livros como “Glórias de maria”, “Prática do Amor a Jesus Cristo” e “Oração, o grande meio de Salvação” se transformaram em clássicos da literatura cristã, que já alcançaram centenas de publicações. Por isso, não é à toa que ele tenha recebido o título de Doutor da Igreja!
Leia MaisComo São Geraldo Majella amava a Virgem MariaQuem foi o primeiro Irmão Missionário Redentorista?Entenda o significado do brasão redentoristaEstudando os seus escritos e pensando nas razões que, de acordo com o seu próprio testemunho, o motivaram na composição dos seus livros, percebe-se que de alguma forma ele trabalhava em suas obras literárias com as brilhantes qualidades que possuía e que ainda hoje chamam a atenção. A simplicidade e a não utilização de uma linguagem rebuscada como era comum em sua época, mostram que de outra forma dificilmente teria ido tão longe.
A educação privilegiada que recebeu no seio de sua família, a habilidade de lidar com os complicados casos jurídicos no tribunal e Nápoles afinaram sua linguagem e, ao mesmo tempo, lhe propiciaram o conhecimento de tantos literatos que depois irão dar os fundamentos de seus escritos.
Qualidade das obras de Afonso de Ligório
Na tarefa de escrever algumas de suas obras, pesquisando meses e anos a fio, Santo Afonso chegou a pedir dinheiro emprestado a outras pessoas, mas, em contrapartida, devolvia-lhes não apenas o que devia, mas, sobretudo, a sua palavra, que de forma escrita abrangia temas de espiritualidade e teologia tão uteis na pregação das Santas Missões, como instrumentos para a catequese do povo, como no incentivo da “Vida Devota” dos que já haviam sido missionados.
A grande obra de sua Teologia Moral, por exemplo, que a princípio tinha a finalidade de ser nada mais que um comentário do livro de Busembaum, acabou se transformando num manual de conduta e orientação de clérigos e leigos nos difíceis tempos do rigorismo próprio do jansenismo. Seus próprios acréscimos e a consulta a milhares de autores foram consideráveis e de muita propriedade. No entanto, não têm, em geral, a abordagem magistral e empostada que se encontra nos mestres que escreveram no tempo do Renascimento e em tempos posteriores.
Por outro lado, seus trabalhos no campo da Teologia Dogmática destacam-se pela clareza de exposição de conceitos e termos de difícil explicação e não pelo complexo aparato científico. Caso contrário, ele não aproveitaria a vantagem de ser formado em filosofia escolar, coisa que no seu tempo não gozava de domínio exclusivo nas escolas de Nápoles.
Analisando as suas obras ascéticas percebe-se que em vários momentos o coração fala mais do que o espírito e a tendência prática geralmente superam o método e a concatenação lógica dos pensamentos.
Em suas letras, em essência, geralmente não se têm a amplitude da forma que os grandes escritores admiram. Se o estilo dos seus escritos é tão simples, sem serem bombásticos cientificamente falando, deve ser atribuído à sua profunda humildade. A grande preocupação de Afonso era a de contribuir na catequese do povo e dos clérigos, sem o desejo de aparecer, como desejavam os grandes mestres. Ele gostava de ser ignorado para que a glória de Deus pudesse falar mais alto, possibilitando a maior utilidade possível para o próximo.
Esta argumentação nós encontramos em algumas de suas palavras, pois quando, escrevendo uma dissertação sobre livros proibidos, ele fez uso de materiais recolhidos pelo Dr. Padre Alessandro Di Meo, redentorista. Ao lhe perguntarem porque é que ele não incluíra todas as notas cheias de erudição do Padre Alessandro em suas obras, ele simplesmente respondeu: “Então você gostaria que eu passasse aos olhos do mundo por um tempo como se fosse um cientista?”.
Em outros termos, era como no dizer de São Paulo: “… eu mesmo, quando fui ao encontro de vocês, não me apresentei com o prestígio da oratória ou da sabedoria, para anunciar-lhes o mistério de Deus. Entre vocês, eu não quis saber outra coisa a não ser Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado… minha palavra e minha pregação não tinham brilho nem artifícios para seduzir os ouvintes, mas a demonstração residia no poder do Espírito…” (I Cor 2, 1-2.4).
Numa última palavra, podemos perceber que na composição de suas obras Santo Afonso levou até o fim as consequências deste princípio, escrevendo exclusivamente para a glória de Deus e para a salvação das almas, e não para a glória pessoal, usando um estilo simples o que as torna ainda legíveis séculos de distância da sua composição.
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