Santo Afonso Maria de Ligório viveu pouco mais de 90 anos. Faleceu cego e surdo, depois de sofrer 19 anos com uma artrite degenerativa. O final de sua vida diz tanto quanto seu ministério e as obras que deixou por herança para a Igreja.
Ao final da vida, compreender e aceitar o sofrimento de uma doença ou a fragilidade que, aos poucos, os longos anos vão trazendo, exige fé serena e confiante.
Esta aceitação não é algo apenas ao alcance dos santos. No entanto, os santos têm muito a nos ensinar sobre a morte, seja por sua constante vida de oração diante do Santíssimo Sacramento ou por seu desejo de fazer sempre a vontade de Deus.
Afonso adoeceu de artrite em agosto de 1768. Isso o deixou com a cabeça inclinada definitivamente sobre o peito. Mesmo diante dessa grave enfermidade, ele nunca perdeu a perspectiva de vida.
Quando ficou cego, pedia que lessem livros de espiritualidade. Ele, que foi um homem brilhante, conseguiu se adaptar diante da impossibilidade de ler os seus grandes amigos de toda uma vida.
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Um dia antes de sua morte, já agonizante, ele se consola com a presença da Virgem Maria e permanece-se sereno.
No dia 1º de agosto de 1787, ao meio-dia, tocava o Ângelus em Pagani. Morria o bispo e fundador da Congregação Redentorista, Afonso Maria de Ligório. Era uma quarta-feira. Agonizou sem convulsões e nem angústias, no entanto, foi como se estivesse em um suave sono.
Durante toda a sua enfermidade, Santo Afonso não reclamava, mas pedia a Deus a virtude da paciência. Entendia, em sua dor, uma oportunidade para a salvação de sua alma.
No livro “Glórias de Maria” ele destaca uma oração a Nossa Senhora para obter uma boa morte. Se as forças não forem suficientes para viver um momento de sofrimento diante da morte, Santo Afonso ensina que devemos recorrer a Jesus e Maria que darão a força necessária.
Ó Maria, doce refúgio dos pobres pecadores,
quando soar para minha alma
a hora de sair deste mundo,
vinde em meu socorro com vossa misericórdia,
ó Mãe cheia de doçura.
Fazei-o pelas dores que sentistes ao pé da cruz
na qual morria vosso Filho.
Afastai então de mim o infernal inimigo,
e vinde receber minha alma
e apresentá-la ao eterno Juiz.
Ó minha Rainha, não me desampareis.
Vós haveis de ser, depois de Jesus,
meu conforto neste terrível momento.
Obtende-me, da bondade de vosso Filho,
a graça de morrer eu abraçado a vossos pés
e de exalar minha alma
dentro de suas sacratíssimas chagas, dizendo:
Jesus e Maria, eu vos dou o meu coração
e a minha alma.
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