No dia 22 de junho, celebramos o Dia do Orquidófilo, uma data que homenageia não apenas a admiração por essas flores exóticas, mas também as histórias de vida que se entrelaçam com elas.
Entre esses apaixonados figura o Venerável missionário redentorista Padre Vítor Coelho de Almeida, cujo amor pelas orquídeas não apenas coloriu sua vida, mas também trouxe significado e beleza aos seus dias.
Em entrevista ao A12, o missionário redentorista Ir. Mauro Maciel, C.Ss.R., que reside em Juiz de Fora (MG), onde é arquivista do Regional Redentorista, nos conta um pouco mais dessa curiosidade sobre o Apóstolo de Aparecida.
Ele explica que, para Padre Vítor, cultivar orquídeas era mais do que um passatempo; era uma necessidade terapêutica e espiritual. Originário de uma formação acadêmica que incluía o estudo da flora e fauna, ele desenvolveu um profundo interesse por essas flores durante seus anos de tratamento contra a tuberculose, em Campos do Jordão (SP).
“Padre Vitor sempre teve uma grande sensação de admiração pela natureza, como a obra da criação que Deus nos fez. Muitas vezes, ele era poético por escrever, e depois mesmo por falar. No rádio, falando da grandiosidade de Deus, quando fez o planeta, 'criou tudo com tamanha beleza e esplendor'. Inclusive no vale do Paraíba, ele descrevia 'as curvas caprichosas do rio', [cujo leito ia] escrevendo várias vezes a letra M, a inicial do nome da Virgem Maria, que ele amava tanto.”
“Quero que Deus se alteie pelo Vale em que o Paraíba escreve mil vezes o M inicial de Maria, e, rumando para os cimos silenciosos da Mantiqueira, vá pairar por sobre as lombas descampadas e os pinheirais de um reino encantado de orquídeas e de florinhas agrestes.” Pe. Vitor Coelho de Almeida C.Ss.R. (1899-1987)
Nesse período, além de se dedicar aos estudos teológicos, encontrou nas orquídeas um refúgio de tranquilidade e uma forma de conexão com a natureza. Ao retornar à sua casa junto aos redentoristas, Padre Vítor estabeleceu seu próprio orquidário, primeiro no Convento Velho e mais tarde no Convento Novo, ao lado do Santuário Nacional.
Nessas instalações, Ir. Maciel diz que Pe. Vítor não apenas cultivava orquídeas como também as usava como instrumento de educação ambiental e espiritualidade. Sua frase conhecida, “Quem é honesto não furta nem uma flor”, reflete não apenas seu respeito pela natureza, mas também sua crença na importância de cuidar do planeta e viver de maneira ética e responsável.
“Ele tornou-se de fato um grande orquidófilo, durante esse tempo que esteve em Campos do Jordão, e retornando em Aparecida, a partir de 1948, ele continuou cultivando o Orquidário lá no convento chamado Convento Velho, onde estava localizado o Memorial Redentorista [que no momento está em reforma], e por ali ficou até 1982, quando ele se mudou para o Convento Novo, ao lado do Santuário Nacional, e também levou o seu Orquidário, e lá no cuidado das orquídeas viveu ainda outros cinco anos até falecer, em 1987.”
A paixão de Padre Vítor pelas orquídeas não se limitava à estética; ele via nelas um símbolo da beleza divina manifestada na criação. Sua vida dedicada ao cultivo dessas flores não apenas inspirou aqueles ao seu redor, mas também trouxe um senso de paz e contemplação a todos que visitavam seu jardim.
Enquanto admiramos a beleza e a diversidade dessas flores delicadas, também celebramos a vida e o legado do Padre Vítor Coelho de Almeida.
Seu amor pelas orquídeas não apenas enriqueceu sua própria existência, mas também nos ensinou lições valiosas sobre cuidado com a natureza, honestidade e espiritualidade.
“Ele achava que isso tudo era um capricho de Deus, e de fato é mesmo um capricho de Deus. As orquídeas têm três tipos de raízes: ela tem raiz para se firmar no tronco de uma árvore, ela tem raiz para soltar o excesso de água e ela tem também a raiz que alimenta. Então, assim como as orquídeas precisam de um ambiente saudável e de um oxigênio puro para sobreviver, também o ser humano precisa ser oxigenado pelo Espírito Divino para sobreviver na fé, no exercício da esperança e na prática da caridade. O Padre Vítor era muito familiar com essas catequeses comparadas à natureza, às árvores e tudo mais”.
Ir. Maciel finaliza reforçando também outros aspectos do legado do Pe. Vítor:
“Neste Dia do Orquidófilo, uma das grandes referências que nós temos é este Venerável, que também, além da justiça social, além da doutrina católica, além da saúde pública e da educação pública, ensinou também a amar a natureza, cultivar e proteger a obra da criação que Deus nos fez, e fez tudo para o bem do gênero humano”.
Que seu exemplo continue a inspirar todos nós a cultivar não apenas flores, mas também valores de respeito, responsabilidade e amor pela nossa Casa Comum.
Ouça a entrevista na íntegra:
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