Giovanni Maria Mastai Ferretti, o Papa Pio IX, nasceu em Senigallia, na Itália, em 1792. Depois de uma vida longa e abençoada, veio a falecer em Roma, no ano de 1878. Escolhido para ocupar o Trono de Pedro, seu pontificado aconteceu entre 1846 e 1878, portanto, durante quase 32 anos, sendo um dos mais longos da história da Igreja.
Com ele, a Igreja viveu décadas cheias de eventos que marcaram não só a história da Igreja, mas também a história da humanidade. Neste período, a Igreja perdeu seus territórios antes conhecidos como Estados Pontifícios, com o consequente nascimento do Estado italiano e a unificação das quase 50 Unidades Políticas antes existentes na Península Italiana e Sicília.
Leia MaisA devoção de Santo Afonso a São JoséAfonso e Clemente: santos que se complementam a serviço da missãoPadre Antonio Tannoia, o primeiro biógrafo de Santo AfonsoO fim do poder temporal do papa e da Igreja na época não foi totalmente compreendido, sendo tido como uma perda irreparável.
Mas, ao contrário do que se imaginava, não significou o fim de sua história. A Igreja ganhou muito mais liberdade de ação para cumprir o essencial de sua missão de ser “a voz da consciência da humanidade”.
No pontificado de Pio IX se proclamou o dogma da Imaculada Conceição (1854), o princípio da infalibilidade papal foi definido durante o Concílio Vaticano I (1870) e, no dia 23 de março de 1871, um escrito do Papa Pio IX aprovava e confirmava a decisão sobre Santo Afonso, com a nomeação sendo conferida solenemente no dia 7 de julho do mesmo ano.
Os Doutores da Igreja são os cristãos que se distinguem na vivência de seu compromisso batismal, se destacando pela santidade de sua vida, pela convicção de sua fé, como também pelo ilustre conhecimento teológico e pela doutrina irrepreensível, que podem ser comprovados em seus diversos escritos e herança teológica.
O testemunho de vida cristã desses homens e mulheres marcaram a sua época. Os homens e mulheres que a Igreja declara como doutores — como é o caso de Santo Afonso Maria de Ligório — contribuíram de maneira notável no esclarecimento de pontos importantes da doutrina da Igreja, bem como para a sua vivência. O fundador da Congregação Redentorista escreveu 123 obras, das quais já existem mais de 21 mil edições. Sua mensagem pode ser lida em mais de 70 línguas.
Abaixo colocamos o decreto que elevou Santo Afonso à glória dos que são declarados como doutores da Igreja.
Confira o texto:
“Gregório XVI, nosso predecessor, exaltando com o mais alto louvor a eloquência, a fecundidade e a variedade de doutrina de Afonso, atribuiu-lhe o esplendor dos santos no céu. Finalmente, em nossos dias, muitos cardeais da Santa Igreja Romana, quase todos os sagrados bispos do mundo inteiro, os Superiores das Ordens Religiosas, as distintas associações de teólogos, ilustres colégios de Cônegos, bem como estudiosos de todas as classes, nos imploraram que conferíssemos a Santo Afonso Maria de Ligório o título e as honras de Doutor da Igreja.
Nós, então, desejando de bom grado cumprir estas piedosas orações, confiamos, como é costume, este assunto gravíssimo à Congregação de nossos veneráveis irmãos cardeais da Santa Igreja Romana, que são responsáveis pela defesa dos ritos sagrados. A referida Congregação considerou que era necessário propor a concessão ou declaração e extensão à Igreja Universal do título de Doutor em honra de Santo Afonso Maria de Ligório (...) consideramos que este decreto deveria ser aprovado e confirmado.
Portanto, em virtude de nossa autoridade apostólica, de acordo com o teor do presente, confirmamos o título de Doutor a Santo Afonso Maria de Ligório, fundador da Congregação do Santíssimo Redentor e bispo de Santa Águeda dos Godos, e, se necessário, atribuímo-lo a ele e o concedemos novamente; para que finalmente na Igreja Católica Universal ele seja sempre considerado Doutor (...) além disso, desejamos e decretamos que os livros, comentários, panfletos, enfim, todas as obras deste Doutor, não apenas privadamente, mas publicamente, sejam citadas, propostas e usadas em ginásios, academias, faculdades, escolas, palestras, disputas, interpretações, sermões e todos os outros estudos eclesiásticos.
Pela misericórdia de Deus Todo-Poderoso e pela autoridade de seus bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, a todos e cada um dos cristãos de ambos os sexos, que no dia da festa do mesmo Doutor, ou em um dos sete seguintes, verdadeiramente arrependidos e depois da confissão sacramental, receberão a Santíssima Eucaristia, visitarão devotamente qualquer igreja da Congregação do Santíssimo Redentor, e lá eles vão orar piedosamente a Deus pela concórdia dos príncipes cristãos, a extirpação da heresia e a exaltação da Santa Madre Igreja, misericordiosamente no Senhor concedemos perpetuamente a indulgência e remissão plenária de todos os pecados, que pode ser aplicada por meio de sufrágio também às almas unidas a Deus na Caridade que migraram deste mundo”.
Dado em Roma, junto a São Pedro, sob o Anel do Pescador, em 7 de julho de 1871, no sexto ano de nosso pontificado.
Merecimentos
As petições dirigidas à Santa Sé solicitando o título de Doutor da Igreja em favor de Santo Afonso datam do mesmo dia de sua canonização solene, em 26 de maio de 1839, ou seja, apenas 50 anos após sua morte.
Os pedidos foram aceitos e retomados em 1867, mas os trabalhos preparatórios e o desenvolvimento do Concílio Vaticano absorveram a atividade das Congregações Romanas, dificultando o progresso e evolução do processo. Em 1870, após o término do Concílio, os cardeais puderam retomar o exame dessa importante questão.
Um processo foi, portanto, realizado com o rigor das formas necessárias e a causa foi apoiada no exame para verificar contradições pelo Promotor da Fé, pelo Defensor da Causa e pelos Teólogos que a Sagrada Congregação dos Ritos havia designado para esse fim. Para se ter uma ideia do debate e dos exames que surgiram desse julgamento, basta observar que o volume que contém os Anais do julgamento ultrapassa 900 páginas.
Os Cardeais da Sagrada Congregação dos Ritos responsável pelo julgamento, na sessão de 11 de março de 1871 e 23 do mesmo mês, emitiram por unanimidade um julgamento favorável à concessão. Sua Santidade, o Papa Pio IX, aprovou e confirmou com o Decreto Urbi et Orbi esta importante declaração, que diz respeito a toda a Igreja no mais alto nível.
É interessante perceber que São Tomás de Aquino e São Boaventura foram declarados doutores trezentos anos após a morte, e Santo Afonso apenas 84 anos depois. Além disso, enquanto para muitos outros Doutores da Igreja foram necessários oito, dez, treze e até quinze séculos antes da concessão desse título, Santo Afonso foi proclamado no mesmo século de sua morte. (Obra Dogmática de Dujardin, vol. VII, pp.477-478).
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Fonte: Tradução livre do italiano: Pe. Inácio Medeiros, C.Ss.R.
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