Os Missionários Redentoristas chegaram a Aparecida no dia 30 de outubro de 1894, por volta das 11 horas da noite. Na estação ferroviária, muita gente os recebeu com discursos, banda de música e foguetes.
Em seguida, foram acolhidos para um jantar na residência do tesoureiro, Comendador João Maria de Oliveira Cesar, e depois encaminhados para uma pequena casa reservada para eles, onde hoje está hoje o Convento Velho, na praça da Basílica Velha. Eram dois padres e três irmãos religiosos.
Poucos dias depois, embora mal falassem o português, já recebiam a responsabilidade de cuidar provisoriamente da Paróquia e do então Santuário de Aparecida.
:: Leia o primeiro texto desta série | Redentoristas de São Paulo de 1894 aos dias atuais
Os bávaros que chegavam eram todos voluntários, gente simples do povo, cheios de tenacidade, sem preparo prévio para a missão estrangeira, e vinham para ficar para sempre. Além da paróquia e do santuário, os pioneiros redentoristas começaram a atender os doentes de toda a região e cuidavam das capelas rurais.
Em meados de 1895 Padre Gebardo Wiggermann transferiu a sede da missão de Goiás para Aparecida e conseguiu que viessem da Baviera jovens clérigos, para aqui terminar os estudos. Em 1898, foi então criado o Juvenato. Já em 1900, compraram para o Santuário uma gráfica e começaram a publicação do Jornal Santuário de Aparecida. Adquiriram também uma impressora para a congregação e, assim, nascia a futura Editora Santuário. Em 1904, publicaram o Manual do Devoto, a obra mais tradicional dos missionários que trazia novenas, orações, cânticos.
:: Primeira Edição do Manual do Devoto de Nossa Senhora Aparecida
Os princípios doutrinais e as práticas de ação missionária, as vivências de piedade e de observância religiosa redentoristas inspiravam toda a pastoral. Destacam-se quatro:
Não foi fácil!
Na opinião dos redentoristas, “o Santuário encontrava-se em situação deplorável”, pois milhares de peregrinos acorriam ao Santuário, sem receber uma palavra orientadora, permanecendo num nível externo de promessas e de gestos penitenciais, sem crescer na fé e na vida cristã. A ausência da Igreja (institucionalizada) era quase total. A ação pastoral foi quase nula; não se pregava, não havia catequese, o povo não era convidado para uma revisão de vida através da pregação, da confissão, da comunhão.” (cf. Augustin Wernet, Os Redentoristas no Brasil, I vol, pg. 197).
Com os missionários, tudo mudou
Os bávaros tiveram que integrar-se com o povo festeiro, conversador, fogueteiro, congadeiro, com as bandas de música e negociantes exploradores dos romeiros, e ainda enfrentar os conflitos com os pastores evangélicos, que mais de uma vez tentavam fixar-se em Aparecida.
Ao trazer os Redentoristas para Aparecida, Dom Lino e Dom Arcoverde cumpria os planos do episcopado para atualização da Igreja no país. Dados desse plano:
- Plena obediência ao Papa e comunhão entre as dioceses, criação de novas dioceses e paróquias, criação de seminários;
- Geração de meios de sustentação;
- Condução do povo cristão a passar do modelo devocional, leigo e festivo lusitano para o modelo sacramental, dentro do projeto de romanização clerical;
- Catequese doutrinal;
- Pastoreio estritamente clerical, com a redução inteira dos leigos a ovelhas a ser cuidadas pelos padres;
- A busca de religiosos europeus;
- Dinamização dos santuários como lugares privilegiados para a formação dos cristãos.
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