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Uma compreensão sobre o “pecado ecológico”

Tema surgiu em 2019, durante o Sínodo da Amazônia

Escrito por Elisangela Cavalheiro

30 JAN 2024 - 16H02 (Atualizada em 31 JAN 2024 - 15H25)

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Você já parou para pensar sobre a situação do nosso planeta? Se por acaso você ainda não se deu conta, a Terra está vivendo uma situação alarmante. No Sínodo da Amazônia, em 2019, surgiu um tema bastante interessante sobre a inclusão de um novo conceito no Catecismo, o “pecado ecológico” ou em outras palavras, o pecado contra a natureza.

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Tema reflete apelo à conversão integral .


No documento final do Sínodo ele foi indicado pelos bispos desta forma:

“Propomos definir o pecado ecológico como uma ação ou omissão contra Deus, contra o próximo, a comunidade e o meio ambiente. É um pecado contra as gerações futuras e se manifesta em atos e hábitos de contaminação e destruição da harmonia do ambiente, em transgressões contra os princípios da interdependência e na ruptura das redes de solidariedade entre as criaturas e contra a virtude da justiça”.

Se o pecado ecológico vai ou não ser incluso no Catecismo isso ainda não sabemos, mas a questão levanta muitas reflexões. O missionário redentorista padre Antonio Fidalgo, acredita que a insistência e a urgência de identificar esse novo conceito tem um peso para a consciência humana, que parece não ter acordado para a situação real das riquezas naturais.

“Requer colocar a questão dentro do apelo à conversão integral para ouvir os gritos da terra, os gritos dos pobres e as pessoas que sangram por todo o mundo com esta ferida ecocida”, assinala.

Um grito ensurdecedor tem relação com a água; essa que talvez corra a vontade na sua torneira. Segundo a ONU, até 2030, 40% dos recursos hídricos do mundo inteiro podem sumir. A crise da água é algo evidente no nosso país. Imagine ficar sem água ou ter que comprar esse bem natural para sobreviver. Numa situação dessas, quem mais sofreria é quem menos tem.

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É preciso tomar consciência sobre o uso indiscriminado da água.


Obviamente o conceito de “pecado ecológico” vai além dos pecados pessoais e atinge os pecados estruturais e sistêmicos em nossa sociedade tão consumista e pouco interessada em ações sustentáveis.

“O pecado ecológico deve ser entendido em todos esses níveis. Portanto, o Sínodo afirma que ‘é necessária uma profunda conversão pessoal, social e estrutural’”, completa padre Fidalgo.

Leia MaisOração do Meio AmbienteSimples atitudes no seu dia a dia podem salvar o Meio Ambiente - Veja quais são!Com a voz de Francisco; que escolheu este nome justamente por causa do santo italiano que é considerado o padroeiro da ecologia, protetor dos animais e amigo dos pobres, a Igreja ganhou um novo fôlego para discutir as questões ambientais e o despertar das consciências para uma nova forma de encarar e se comprometer com a nossa “Casa Comum”.

“Uma maneira seria apostar na geração de um verdadeiro ‘cuidado’, onde a lógica do cuidado permeia todos os níveis de existência e é o critério fundamental para a aceitação ou não de medidas e configurações socioculturais, políticas e econômicas”, finaliza o missionário.

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