A história dos refugiados no telhado da Paróquia San Gioacchino (São Joaquim) em Prati, em Roma, permanece uma das páginas mais significativas durante a ocupação nazista de Roma. Uma dessas lembranças é de um Natal feliz que ocorreu há 80 anos!
Nessa história ganham destaque o missionário redentorista Padre Antonio Dressino e o engenheiro Pietro Lestini, que dirigia uma associação católica da paróquia. Eles acolheram cerca de 30 pessoas, entre políticos, soldados e judeus, de novembro de 1943 a março de 1944.
Uma inscrição nas paredes da igreja registra a história: “Emparedados vivos”, com a data de 3 de novembro de 1943.
Veja como esta história começou!
A paróquia é administrada pelos redentoristas desde 1898, e se tornou parte da crônica romana do agradecimento pós-guerra.
Essa história começou com o armistício de 8 de setembro de 1943, quando a Itália se rendeu aos Países Aliados, deixando a Alemanha na guerra.
Apesar da rendição dos italianos, os alemães reforçaram ainda mais sua presença em Roma e em outras regiões, começando ali uma perseguição cada vez mais forte aos seus inimigos.
Durante todo o mês de outubro, as batidas de judeus continuaram no bairro da igreja e muitos acabavam sendo deportados, enquanto um grande número de pessoas procurava refúgio.
Foi aí que o Padre Dressino aceitou esconder, a pedido de Lestini, um primeiro grupo de pessoas no espaço entre a abóbada — construção em forma de arco — e o telhado da igreja. Nesse lugar, os refugiados viveram em uma estrutura adaptada que continha um banheiro, colchões, luz elétrica, fogões e um rádio. O mínimo de conforto possível.
Também foi construído um guincho, utilizado não só para carga e descarga de materiais, mas também para entrada e saída de pessoas. Quando escurecia, se não havia lua, era aberta a escotilha da pequena rosácea superior da igreja para iluminar o sótão.
No dia 25 de outubro de 1943 os homens subiram ao telhado e assim nascia a “Seção Aérea de San Gioacchino”.
Os refugiados viveram momentos de tensão quando as forças alemães anunciaram que as instituições religiosas também seriam revistadas. Mas logo, os padres fecharam a entrada pelo telhado com gesso para encobrir qualquer possibilidade de descoberta dos hóspedes. Só restou a rosácea como único contato dos refugiados com o mundo externo.
Em novembro, os refugiados também passaram a ter um serviço de correio muito eficiente. Lestini recebia sempre que precisasse o rolo de cartas que descia pelo orifício de um lustre.
Natal de 1943
Quando chegou o Natal, a paróquia preparou uma deliciosa ceia em uma grande sala no andar térreo do Convento, e todos puderam descer do esconderijo pela primeira vez desde o dia 25 de outubro e se reunir para celebrar a grande festa cristã. Alguns até puderam rever familiares.
As crônicas registram as mãos habilidosas da Irmã Margherita Bérnes, responsável pelo preparo do almoço de Natal.
Os refugiados ficaram sob a proteção da paróquia até 3 de março de 1944, quando os americanos chegaram a Roma.
Medalha “Justos entre as Nações”
Por tudo o que fizeram durante a Segunda Guerra Mundial, padre Dressino e Lestini receberam, no dia 17 de março de 1996, a medalha “Justos entre as Nações”, com a seguinte motivação: “fez o possível para que um esconderijo fosse construído no sótão da igreja para proteger os judeus e todos os outros perseguidos”. A medalha é a maior honra concedida por Israel a não judeus.
Padre Antonio Dressino faleceu em 18 de outubro de 1969 e Pietro Lestini em 8 de agosto de 1960.
Conheça mais sobre a história no site da paróquia: www.sangioacchino.org.
:: Igreja dirigida por redentoristas guarda história pós-guerra
Fonte: Pesquisas no site da paróquia, Romasette, Santalfonsoedintorni, Aleteia, entre outros.
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