“Eis que lá das estrelas, Rei Celeste, tu vens nascer na gruta, ao frio agreste. Ó, menino, meu Divino, eu te vejo aqui tremer, assim deitado… Eis faltam ao Senhor, Deus das alturas, os panos e o calor das criaturas…”
É exatamente no Presépio que Santo Afonso se detém!
É dessa forma que Santo Afonso de Ligório descreve, do fundo de sua alma, o que entende sobre o mistério da Encarnação! Da mesma forma que o Apóstolo Paulo fica atônito, desconcertado, ao contemplar tamanho “absurdo” de amor, Afonso também se perturba ao contemplar infindável amor para com a humanidade. “Embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se. Mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens…” (Fl 2, 6-7).
Naturalmente, todos nós nos deparamos com uma atitude embaraçosa, principalmente nos dias de hoje. Desapegar-nos de pequenos bens materiais, já nos faz sofrer um bom bocado. Então, como celebrar uma Festa tão importante do nosso calendário cristão, que é o Natal, se não compreendermos o seu significado mais profundo? Queremos buscar na teologia e na vivência de Santo Afonso pistas para melhorarmos o nosso entendimento sobre o mistério da Encarnação, do desapegar-se de si.
Ali está toda a catequese sobre esse esvaziar-se, aniquilar-se de Deus. Aquele que tem tudo, que “está lá nas estrelas”, não se apega a sua condição divina, mas vem nascer na pobreza e na privação até mesmo do mais necessário!
É isso que nos faz admirar “este Deus louco de amor pelos homens”, conforme Santo Afonso escreve em sua Novena de Natal, no primeiro discurso. Afinal, a Encarnação está ligada unicamente ao amor incompreensível de Deus pela humanidade; não há cláusulas, pois trata-se de um amor unicamente incondicional.
Assim, movidos por essa admiração imensurável de Santo Afonso diante do Presépio, queremos ressuscitar o verdadeiro significado do Natal.
Não olhemos para esta Festa, importantíssima para o nosso crescimento espiritual, apenas como um feriado nacional em que nossa família se reúne para um almoço festivo. É claro que a reunião e o encontro fazem parte essencial dessa celebração, mas, como diz a sabedoria popular, não podemos comemorar o aniversário, deixando o aniversariante do lado de fora!
Que todos os Natais, que vivermos daqui em diante, possam transformar a nossa vida de cristãos! Aprender com Jesus Cristo a doar um pouquinho de nosso próprio tempo aos que precisam de nossa companhia e amizade; a levar palavras de conforto aos que tanto necessitam de alento e paz em seu coração; a amar e a acolher o próximo sem fazer acepção de pessoas. Então, teremos compreendido, ou refeito, o significado real da celebração do nascimento de Jesus em nosso meio.
Enfim, revisitar a vida, a obra e o amor de Santo Afonso pelo mistério da Encarnação, é alimentar o nosso conhecimento, a nossa fé e a nossa vivência cristã com ricos e saudáveis frutos espirituais. Com os pilares da Espiritualidade Afonsiana: a Cruz; a Mãe de Deus; a Eucaristia e a Encarnação (Presépio), temos o resumo de toda a nossa fé sólida em mãos! Façamos, agora, que Jesus Cristo renasça na manjedoura de nosso coração para assumirmos essas verdades como centro de nossa vida!
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