Atualmente, a interação com robôs é maior do que imaginamos. Desde os mais simples, como a máquina de café expresso que lidamos no cotidiano, aos mais complexos, tais como os humanoides ou aqueles empregados nas intervenções cirúrgicas ou na guerra.
Eles comportam tecnologias especializadas e, em diferentes campos do saber, para lograrem cumprir sua finalidade. Podem ser autônomos e não autônomos. Os primeiros são capazes de tomar decisões usando sofisticados sistemas computacionais, enquanto que os não-autônomos ou telerrobôs necessitam de alguma supervisão ou contribuição humana nas decisões que devem empreender. Quanto à forma física, são zoomorfos, antropomorfos, amorfos ou fixos, como no caso dos robôs de uso industrial (cf. John P. Sullins, Open Questions in Roboethics).
Leia o primeiro artigo Roboética: um começo de conversa sobre Inteligência Artificial e ÉticaO conjunto de conhecimentos científicos e técnicos nesta área do saber denominamos de robótica. Roig afirma que a robótica "é a ciência e tecnologia dos robôs. É uma combinação de muitas disciplinas científicas e seus campos de aplicação estão se expandindo cada vez mais" (cf. Rafael Roig, Ethics and Robotics: a first approach).
Trata-se de um campo novo de estudos com diversas aplicações: militar, industrial, afetivo-sexual (affective robotics, sex tobots), cuidados (carebots), utilizados em e outras áreas biomédicas (medibots), veículos autônomos, robótica ambiental (environmental robotics), serviços domésticos, produção de veículos, reconhecimento de áreas inacessíveis, etc. (cf. John P. Sullins).
Conforme se observa, a robótica possui diversas aplicações e algum tipo de interação com o ser humano, como o agente criador ou a partir das funções que o robô é programado para cumprir. Como toda tecnologia, é passível de ambivalência e tem consequências diretas ou indiretas no ambiente humano, por isso, há que refletir acerca dessa realidade. Nesse caso, surge outra área do saber, a roboética, compreendida como o "conjunto de critérios ou teorias que pretendem abordar todas essas questões éticas colocadas pelo desenvolvimento e uso de robôs e que são projetados por meio de fabricantes e usuários e até mesmo pelos próprios robôs. Em princípio, é a ética daqueles que criam e usam robôs, embora esteja começando a adotar uma visão mais ampla que inclui os próprios robôs" (cf. Rafael Roig).
A impressão que se tem é que a interatividade homem x máquina acontece de modo externo. O operador que a telecomanda ou ela que toma decisões em base a sua inteligência artificial. Essa visão em parte é correta, todavia, cada vez mais aumenta o uso de micro-robôs ou nano-robôs que são inseridos no corpo humano e fazem parte dele, rompendo cada vez mais a visão natural e artificial, de modo que o artificial será cada vez mais natural. A robotização da sociedade e o processo de "ciborguização" de nossas vidas tem consequências filosóficas, éticas, jurídicas e políticas. Não é à toa que Asimov já previa naquele tempo as três leis da robótica.
*O artigo foi postado originalmente no blog da Accademia Alfonsiana.
Boleto
Carregando ...
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Carregando ...
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.