A Vida religiosa na transformação da realidade

Mês de Outubro nos leva a refletir como Igreja a missão, mês também de Nossa Senhora do Rosário e de Aparecida. Entre tantas vocações temos a Vida religiosa, que vem através dos seus carismas, responder ao chamado do Senhor numa ação efetiva diante da necessidade e clamor do povo de Deus.

Assim é a Congregação das Irmãs Dominicanas da Beata Imelda, que tem como fundador Pe. Giocondo Pio Lorgna, um dominicano fervoroso, quando enviado como pároco em 1905 para São João e Paulo – Veneza-Itália, percebeu que não havia nenhum jardim de infância para crianças, e em 1910 inaugurou o primeiro chamado “Anjo da Guarda” para os meninos. Sob a direção de Maria Bassi, algumas jovens da paróquia assumiram os cuidados dos pequenos, aí estava semeando a semente da Congregação.

Mesmo diante da dureza dos anos da 1ª Guerra Mundial em 1914, permaneceu aberto. Devido à necessidade das famílias, em 1915 iniciou o Jardim de Infância para meninas e após a 1ª Guerra, o padre impulsionado pela caridade, lançou outra ideia de abrir um jardim para os órfãos da guerra com a proposta dos Jardins de Infância colaborar na educação e também aproximar os pequenos de Jesus o “amigo das crianças”. No ano de 1917 as Irmãs começaram a viver em comunidade e 1922, dez jovens fizeram a profissão religiosa. A primeira expansão missionária foi para o Brasil em 1946, para a cidade de Santa Cruz do Rio Pardo (SP).

Leia MaisA Eucaristia alimenta a vida da família de DeusEucaristia nos faz igreja, comunidade de amorApós a Congregação enviou Irmãs para Ásia-Filipinas, Indonésia e Camarões na África. A Província Brasileira está também presente na Bolívia e México e a Província Italiana está presente na Albânia. A Congregação das Irmãs Dominicanas da Beata Imelda tem como lema Carismático “Amar e tornar amado Jesus presente na Eucaristia”, através da Educação formal, imbuída dos valores evangélicos e da promoção das famílias no contexto de vulnerabilidade.

Suas obras Educacionais e Assistenciais estão presentes nas periferias das cidades, buscando responder aos sinais dos tempos, sendo espaço de acolhida, formação e conscientização dos direitos, para que “todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10). Diante dos desafios enfrentados ainda no pós pandemia, as Irmãs Dominicanas, através de suas obras socioeducacionais e Pastorais, se empenham em promover a pessoa na sua integralidade e dignidade, colaborando assim para que cada um seja protagonista da sua história.

A exemplo de Maria Madalena, a apóstola da Ressurreição: “Eu vi o Senhor” (Jo 20,18) Padre Giocondo o fundador, deseja que sejam verdadeiras “Dominicanas Imeldinas”: Dominicanas- Contemplativas e ativas e Imeldinas inflamadas de amor e Apóstolas da Eucaristia. O desafio de ser uma Congregação cuja centralidade é o amor a Jesus presente na Eucaristia. Mesmo diante dos desafios buscar vivenciar as virtudes eucarísticas como: Alegria, Acolhida, Partilha,  Amor e Compaixão. Diante de um mundo onde a ganancia, o desrespeito, as indiferenças muitas vezes imperam, mas não podemos desanimar e deixar de contribuir na construção de uma sociedade justa e fraterna onde as pessoas são valorizadas, crianças, adolescentes e jovens sejam respeitados, idosos sejam amados e a família tenha condições de trabalho e sustento.

arquivo pessoal

Ir. Marilda com crianças assistidas por sua congregação

As religiosas destacam não ser uma Congregação de Irmãs sonhadoras, mas a exemplo das Palavras do papa Francisco em que ele pede que sejamos uma Igreja em saída, precisam ser corajosas. A Vida Religiosa não pode deixar de ser profética, anunciadora da Verdade e denunciar as injustiças. Por isso sentem-se convidadas neste mês dedicado a missão, a novamente serem encorajadas pela Palavra do Senhor que diz: “Não tenham medo”, não ter medo de acreditar que a transformação da realidade passa pela educação imersa nos valores evangélicos, e de maneira especial para a Congregação Dominicana da Beata Imelda, de serem essas promotoras da eucaristização do mundo, a começar pelas crianças, adolescentes e jovens. Através deles, de seus exemplos, outros se sintam atraídos e desejem fazer parte desta missão. Você que agora está pensando em dar um sentido para sua vida,  “Não tenha medo” de dizer o seu sim.

Irmã Marilda Ferreira, OP .