A realidade eclesial, pastoral e social dos tempos atuais torna-se um forte apelo a uma avaliação, aprofundamento e abertura do laicato.
O Concílio Vaticano II propõe: “O Caráter secular caracteriza os leigos. A vocação própria dos leigos é administrar e ordenar as coisas temporais, em busca do Reino de Deus”.
São Paulo VI lembra: Dos leigos, “a sua primeira e imediata tarefa não é a instituição e desenvolvimento da comunidade eclesial – esse é o papel específico dos pastores. A primeira e imediata tarefa dos leigos é o vasto e complicado mundo da política, da realidade social e da economia, como também o da cultura, das ciências e das artes. Contudo, apesar do desenvolvimento da comunidade não ser a sua tarefa primeira, os leigos são chamados a participar da ação pastoral da Igreja” (Documento de Aparecida n.211).
Leia MaisJovem dá testemunho sobre a vocação dos leigosPortanto, o leigo não pode substituir o pastor naquilo que lhe compete por vocação, o pastor não pode igualmente substituir o leigo naquilo que lhe é próprio vocacionalmente. A partir da sua vocação específica, cristãos leigos vivem o seguimento de Jesus na família, na comunidade igreja, no trabalho profissional, nas diversas participações na sociedade civil, colaborando assim na construção de uma sociedade justa e solidária.
Para exemplificar o papel do leigo na igreja, trazemos um testemunho de alguém que vive esta realidade. Rosi-meyre, 56 anos, é educadora aposentada, casada e tem dois filhos. Participa da Paróquia São Sebastião (Co-Catedral) na cidade de Coronel Fabriciano (MG). Atualmente coordena o CPC.
O trabalho voluntário na Igreja tem uma referência muito importante em sua vida. Rosi foi sempre motivada a ajudar voluntariamente na Igreja, seguindo o exemplo de sua mãe. A Igreja sempre foi uma referência em casa, pelas inúmeras atividades que sua mãe exercia na comunidade. O tempo passou e ela tinha uma certeza em seu coração: servir, fazer exatamente igual à mãe. Com testemunho dela, aprendeu a amar a Cristo e caminhar com Ele. Por isso ama o que faz, tem muito zelo, carinho e compromisso com as coisas do Senhor.
Os desafios e dificuldades enfrentados nas atividades voluntárias dentro da Igreja são muitos. Porém, nenhuma situação pode desencorajar o leigo de assumir o seu papel.
Posto que são chamados a sair de seu comodismo, ir ao encontro do próximo, podem colaborar com as várias funções que existem dentro da igreja onde estão inseridos, seja como catequistas, Ministros da Eucaristia e da Palavra, agentes de diferentes pastorais.
Esse trabalho pode ser, por exemplo, dando assistência aos pobres e doentes, sendo colaboradores no trabalho paroquial e diocesano, tornando-se participantes de conselhos pastorais e econômicos, movimentos e missões, auxiliar em algumas instituições de saúde, dar assistência aos idosos e crianças, ajudar em casas de recuperação e usuários de drogas e álcool, entre outras atividades.
“O serviço voluntário, a doação do tempo ao próximo, é um dos testemunhos de fé mais bonitos de um cristão. Por isso, devemos sempre perseverar e nunca desanimar. O envolvimento com a comunidade nos dá a grande oportunidade de conhecermos mais a realidade em que nosso próximo está vivendo. Daí aproveitamos para falar sobre “Cristo”, sobre o Evangelho, escutar suas histórias, testemunhos e ainda fazer um convite para se aproximar da igreja, participar de alguma pastoral, se envolver na comunidade onde vive. Desta forma, o nosso papel como leigo se torna mais importante, porque conseguimos chegar em alguns lugares onde os padres, religiosos e religiosas não conseguem chegar.”
Para que o leigo desempenhe melhor seu papel dentro da Igreja, é necessário estar sempre se atualizando, procurando uma formação, estudar o catecismo da igreja, ter conhecimento de sua doutrina, ler muito e ter fé. Sendo assim, transmitir a outras pessoas o que a Igreja ensina.
Amar e servir com alegria seu chamado e vocação. Este deve ser o sentimento de todas as pessoas leigas que aceitam contribuir no trabalho voluntário da Igreja. São pequenos gestos ou projetos que buscam defender a vida, promover a paz e a justiça. Trabalhando juntos, desprovidos de orgulhos e vaidades, os leigos poderão transmitir a mensagem de Jesus a mais pessoas e alcançar cada vez mais novos corações.
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