O Senhor nos chama. Conta com cada um de nós. Confia na sua humanidade que tanto ama. Somos escolhidos de Deus! Em sua etimologia, o verbo escolher significa, selecionar algo ou alguém para um determinado fim e propósito. Toda escolha é em vista de algo. Deus nos escolhe para desempenharmos, como filhos muito amados, uma missão. Ela não tem firula nem segredo. Não é reservada a um grupo da Igreja. Ninguém tem seu monopólio. É, dessa forma, continuar a missão do próprio Jesus: viver e anunciar o amor-sem-medidas de Deus e a construção de seu Reino. Buscando e realizando isso, entramos na dinâmica do discipulado.
Sejamos atentos primeiro ao chamado que Jesus faz a seus discípulos e sua ressonância em nós. Segundo, ao seu intuito em escolher um grupo missionário. Terceiro, como se realiza esse chamado em nossas vidas e como respondê-lo. Por último, refletiremos, com fins práticos, como manter-se fiel no cotidiano da vida e em nossos ministérios, aos apelos de Deus.
Os evangelhos retratam Jesus como Rabino, isto é, Mestre. No entanto, seu rabinato difere daqueles comuns em sua época. Ele não chama e focaliza seus ensinamentos em leis e preceitos, mas em sua própria Pessoa, que é “Caminho, Verdade e Vida”, e no Reinado de Deus. Algo muito singelo e significativo é que não somos nós que escolhemos Jesus, Ele nos escolheu (Cf. Doc. Aparecida, 131). Muito interessante ainda é que Jesus não escolhe pessoas perfeitas, haja vista que essas não existem, mas concretas, com qualidades e limitações. Por isso, temos que aceitar com mais realismo o grupo dos apóstolos. Todos, tinham arestas a serem lapidadas. Olhemos, por exemplo, a atitude de Pedro (Cf. Mt 16, 21-23). O que nos deve alegrar é que mesmo com nossas dificuldades e incoerências, Deus confia e não desiste de nós. Tenhamos esta convicção: Jesus nos chama e não nos deixa só na caminhada. Ele conhece nossas fraquezas e nos dá forças para assumirmos nossa vocação.
Podemos afirmar sem receios: Jesus era um homem comunitário! Não desejou realizar sua ação sozinho, de maneira isolada. “Jesus subiu a um monte e chamou a si aqueles que ele quis, os quais vieram para junto dele”. (cf. Mc 3, 13). Leiamos bem, Ele chamou com seu bem querer. Ele quer, pois, a nossa ajuda. Isso é, sem dúvidas, prova de seu amor para conosco. Contudo, o personalismo e o intimismo, fruto do ego narcisista, não cansam de nos rodear. Assumamos, por isso, o desejo de Jesus, sermos e realizarmos missão em comunidade.
Muitas são as formas que Deus chama. Ademais, na Sagrada Escritura, temos vários exemplos que nos auxiliam a rezar nossa vocação (cf. Jr 1, 7-8; Is 6,8; Ex 3, 1-4; Mt 10,1-7). Muitas são as formas e contextos que Deus realiza seu chamado, aqui estará presente algumas. Ele nos convida, em primeiro lugar, através da nossa própria história e dos seus respectivos acontecimentos, utilizando de fatos que, à luz da oração, tornam-se para nós evidências vocacionais. Em segundo lugar, ele chama através de pessoas, de verdadeiros anjos que comunicam sua mensagem e depositam as sementes do sonho vocacional em nosso coração. Em terceiro lugar, a própria Palavra de Deus se torna a grande “propaganda vocacional” que cativa tantos vocacionados e vocacionadas. Há ainda mais formas que Deus se comunica conosco, cabe a nós descobrirmos e nos deixarmos tocar por elas.
Como, por conseguinte, podemos responder ao chamado de Deus e nos manter fiéis? Aqui também não há segredo ou fórmula mágica; aliás, quem as cria, não entendeu a dinâmica de um Deus que age na e através da história. Para perseverar no chamado exige-se três atitudes a todos os batizados e batizadas: Oração, volta ao ponto de partida e espírito de fidelidade criativa. “Devemos rezar para saber o que Deus quer de nós e lhe pedir sua ajuda para cumprir a sua vontade”; assim escreve Santo Afonso Maria de Ligório.
A oração é o combustível de nossa fé e vocação. É aquilo que dá sentido ao nosso ser e agir. Em um mundo de ativismos, urge a necessidade de pararmos para dialogar com Deus. Oração é, pois, tomarmos consciência que Deus caminha conosco. Há o costume de dizer, além disso, que um casal deve sempre, para manter-se feliz, retornar ao “primeiro amor”, isto é, aos primeiros encantamentos de um para o outro.
Qual foi, portanto, o nosso primeiro encantamento vocacional? Quais foram nossas primeiras motivações? O que primeiramente nos chamou a atenção em nossa vocação específica? Enfim, qual foi nosso primeiro amor? São Clemente Maria Hofbauer, grande santo Redentorista, disse: “devemos pregar o evangelho de modo sempre novo”. Nossa vocação também deve ser renovada à luz de nossos tempos. Hoje o chamado de Deus e a nossa resposta tem ressonâncias diferentes de outras épocas. Temos que, dessa forma, redescobrirmos constantemente quais são os apelos de Deus no “aqui e agora da história”.
Muitas foram, por fim, nossas conclusões. Luzes de esperança vocacional foram reacendidas. Queremos, por isso, vivenciarmos em nossas diversas vocações específicas o compromisso assumido no batismo, ou seja, sermos discípulos-missionários de Jesus.
Maria, nossa mãe, nos ajude a darmos nosso "SIM" ao chamado de Deus e a termos a sempre está consciência: Ele ESCOLHEU! Somos escolhidos! Assim seja!
Seminarista Lucas Fonseca Almeida
Seminário Redentorista São Geraldo
Sorocaba/SP
PARA REFLETIR:
1 - Como podemos, sendo Igreja, redescobrirmos e atualizarmos as ações, palavras e sentimentos de Jesus no “hoje da história”?
2 - Diante do magistério do Papa Francisco, o qual evidencia, entre outros pontos, a ideia de Casa Comum, Humanismo solidário, Cultura do Encontro e Igreja em Saída, somos capazes de realizarmos nosso discipulado?
3 - Como as pastorais vocacionais em nossas paróquias estão evidenciando a vocação cristã que nasce em nosso batismo e nos acompanha em nossas vocações específicas?
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