Tesouro é algo valioso, de extrema importância. Desta forma, é correto definirmos a Vocação como um tesouro. Ela, pela sua importância e valor que tem em nossa vida, é realmente um bem muito precioso.
Tal como qualquer tesouro, a vocação fica guardada, bem protegida para ser usada no momento oportuno. Um tesouro não tem serventia alguma se não for utilizado com sabedoria. Tem que ser gasto com as coisas certas, com as pessoas certas, nos momentos certos, razão pela qual permanece guardado, escondido, justamente para não ser desperdiçado, para não ser mal utilizado.
Com a Vocação também é assim, ela nos foi dada, como um grande tesouro, a ser usufruído e compartilhado no momento certo. Nosso exercício de crescimento pessoal é buscá-lo todos os dias, mas não numa caça ao tesouro desenfreada, mas sim com paciência, sabedoria, aprendendo a reconhecer as pistas e os atalhos que nos são apresentadas pelo mapa da vida.
Seguindo os indicativos desse mapa, trilhando os caminhos do convívio familiar, do amadurecimento pessoal, do exercício de fé, e acreditando que esse tesouro nos foi presenteado por um Deus que é amor no momento certo, sob a luz do Espírito Santo, cada um de nós encontramos nossa riqueza especial. Especial como a pérola mais rara do oceano, que se não for exibida, compartilhada, permanecerá para sempre como uma simples pedra no interior de uma ostra no fundo do mar.
Na vocação matrimonial não é diferente. Para alguns homens e mulheres é concedido esse tesouro precioso, guardado, protegido, as vezes quase imperceptível. Com a espiritualidade vivida no lar cristão os indicativos do mapa desse tesouro começam a ser apresentados. Seguindo as pistas que lhe são apresentadas na vida familiar, homem e a mulher, reconhecem a importância da família. Passam a acreditar na preciosidade da família, como ambiente e instrumento de formação e transformação da sociedade; acreditar que é na família se vivem e se transmitem os valores fundamentais da vida cristã, acreditar que é na família os pais desempenham o papel de primeiros transmissores da fé a seus filhos, ensinando-lhes através da palavra e do exemplo. É na família que homem e mulher encontram seu precioso tesouro, a sacralidade da vocação matrimonial.
Leia MaisVocação Humana: “Antes de nascer, te conheci” (Jr 1, 4-19)Vocação Cristã: “Deixe tudo para me seguir” Mc 10, 17-30Vocação Sacerdotal: “Que ele cresça e eu diminua” Jo 3, 22-30Vocação Religiosa: “Ide e fazei discípulos por todas as nações” (Mt 28,16-20)Vocação de Maria e Ministérios: “Feliz aquela que confiou” (Lc 1, 39-45)Vocação: tesouro escondido, pérola encontrada!Mas não basta encontrá-lo. Tem que utilizá-lo, aproveitá-lo, usufruí-lo, compartilhá-lo, e aí está a verdadeira a riqueza desse precioso dom. Quanto mais se compartilha, mais esse tesouro se multiplica, cresce e fica mais valioso. Então, quando homem e mulher encontram o tesouro da vocação matrimonial/familiar, precisam usá-lo. Esse tesouro não é para ser usado sozinho, é para ser usado a dois. Cada preciosidade existente nesse baú está incompleta, está pela metade, não tem valor e uso algum se não for completada com a outra metade, ou seja, se não for utilizado a dois. Só terá valor ao ser completado, quando então será um verdadeiro tesouro.
Na vida matrimonial, no sacramento do matrimônio, os tesouros têm que se completar.
Quando o homem e a mulher, decidem viver a vocação matrimonial, ambos decidem que, a partir do sacramento, não existirá mais o “eu” e o “ele” ou “ela”, mas sim existirá para sempre o “nós”.
Decidem que o egoísmo, grande mal que pode destruir o matrimônio, e que gera ressentimentos, feridas, ódio e violência não existirá no matrimônio.
Isso não significa que a individualidade será perdida, que não tenhamos nossos sentimentos particulares, nossas vontades pessoais, nossos gostos próprios, mas as ações, os gestos concretos, têm que ser tomados a dois, ou pensando-se nos dois.
O ser uma só carne, passa também por isso. Carne remete ao físico, que remete a sensibilidade, dor, tato. Quando somos uma só carne, sua dor, ainda que física, será a minha dor, o desrespeito físico de um com o outro, será o próprio desrespeito, o respeito com seu próprio corpo, será respeito mútuo, e isso ultrapassa as questões físicas e invade a órbita dos sentimentos, da espiritualidade, onde o “uma só carne” se torna mais profundo e forte ainda. É mais do que uma só carne, é agora uma só vida. Assim, sentimentos são compartilhados. Sua alegria é minha alegria (nossa alegria); seu sucesso é meu sucesso (nosso sucesso); sua conquista é minha conquista (nossa conquista); sua tristeza é minha tristeza (nossa tristeza); sua força é minha força (nossa força); sua dor é minha dor (nossa dor), sua fé é minha fé (nossa fé) e assim por diante.
E isso vai mais adiante. Essa união de vida tem que estar presente na educação dos filhos. Da mesma maneira, não serão meus filhos e ou seus filhos, mas sim nossos filhos; não será a minha educação dos filhos ou a sua educação dos filhos, mas sim a nossa forma de educar os nossos filhos.
E mais ainda, o “uma só carne”, indica indissolubilidade. Quando se aceita a vivência do sacramento do matrimônio, aceita-se que a união ali firmada, numa nova e única carne, será indissolúvel, e que nunca mais, a partir daquele momento, existirão aquelas mesmas pessoas individuais que eram até então. Que a partir do sim, se transformaram.
Mas para que isso ocorra realmente, homem e mulher têm que acreditar na sacralidade do matrimônio. Têm que acreditar que a vida matrimonial que lhes foi oferecida faz parte de um projeto de Deus para o casal. Cabe lembrarmos da Anunciação.
Ao dizerem “sim”, Maria e José depositam plena confiança na ação de Deus na vida deles. Acreditaram que eram parte viva do projeto de Deus. Tal como o sim de Maria e José, tem que ser o sim do casal. O homem e a mulher têm que acreditar que Deus lhe faz uma proposta, que Deus lhes apresenta seu plano para que constituam uma família. Eles, homem e mulher, têm que acreditar que seu 'sim' vai transformar o mundo. Que esse gesto espontâneo é um ato de fé. E é lindo, tanto é que todos param para ouvir o sim do casal.
No rito do matrimônio, o casal, ao ser questionado sobre sua vontade, sobre o amor, sobre o respeito mútuo, sobre os filhos como dons de Deus e a educação deles na lei de Deus, dá o seu sim. Nesse momento, o baú do tesouro é aberto e compartilhado. O casal, troca juras de fidelidade, amor e respeito, até que a morte os separe. Prometem usar e desfrutar do tesouro da vocação matrimonial.
Viver a vocação matrimonial, constituir uma família, é repetir o ato de fé e confiança de Maria e José em acreditar no plano de Deus para a vida do casal. Esse sim é ato de confiança no plano de Deus; É acreditar que os ensinamentos do Evangelho, amor e caridade, estarão presentes na vida do casal e da família. Temos que mostrar que o amor está presente na vida da família e que ali reina a alegria; mostrar que vale a pena usufruir desse tesouro; mostrar que vale a pena acreditar no projeto de Deus que nos foi oferecido; a alegria do Evangelho da família tem que ser como água que transborda numa garrafa, tem que espalhar, escorrer , atingir e penetrar em tudo ao seu redor Isso é Alegria..
Não tem como experimentar essa alegria a sós. Também não é para ser experimentada somente a dois. Essa alegria tem que ser vivida além do quarto de um casal; tem que transbordar, tem que invadir o quarto dos filhos, os cômodos da casa, tem que se espalhar com a vizinhança, com os familiares, com a comunidade, com o mundo. Temos que exibir essa riqueza, esse tesouro. Ele tem que brilhar resplandecer para os outros, para o mundo.
Deus disse: "casal humano, minha criatura bem-amada, meu testemunho privilegiado, compreendes por que tu és o mais querido de todas as criaturas, compreendes a imensa esperança que coloco em ti?"
A Família tem que ser o sal e a luz para o mundo.
1. Você tem a consciência de que a sua vida em casal, em família, faz parte do plano de Deus? Diante disto, você sabe o quê realmente Deus lhe propôs no momento de seu casamento?
2. E se nossos caminhos não tivessem cruzado? Encontraríamos nosso tesouro? Nos completaríamos? Faltaria alguma coisa em nossa vida?
3. Você reconhece que sua vocação matrimonial é um tesouro a ser vivido a dois, que somente terá valor se compartilhado? Esse tesouro está tornando a vida de sua família mais preciosa?
4. Seu sim, dado diante do altar, é vivido e repetido em todos os dias na vida de casal? Para você, a jura de “para sempre” dada no altar é até quando?
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