“Um estudo a ser cumprido. Uma pesquisa que deveria envolver adultos, jovens e crianças; uma pergunta desafiadora, embora parecesse simples: ‘Quem é Deus para você’.
Papel e caneta na mão, e muita expectativa no coração. Expectativa que não foi muito longe. Logo nas primeiras pessoas a serem interrogadas, percebeu-se as respostas frias e sem sentido, sem algo que brotasse do coração. Havia até quem dissesse aquela resposta do catecismo que tínhamos que decorar: ‘Espírito perfeitíssimo, Criador do Céu e da terra’. Respostas lindas, mas sem vida.
Voltando para casa, papel em branco e uma certa tristeza por não ter cumprido o dever. No portão de casa onde morava, um senhor aparentando muito mais idade do que deveria ter, estendeu a mão e disse: ‘Moça, me arruma algo para comer’. Pedi que aguardasse e preparei-lhe um lanche. No momento em que fui entregar, ouvi dele uma frase tão conhecia por todos: ‘Deus lhe pague’. Sentei-me ao seu lado e perguntei: ‘O senhor disse ‘Deus lhe pague’. Quem é Deus para o senhor?’
Os olhos daquele senhor brilharam, e as lágrimas se fizeram presentes. Ele me pegou pelas mãos, me olhou com carinho e disse: ‘Filha, não procure definição para Deus. Deus não se define, nem se explica. Deus se vive. Deus é a plenitude do amor. E só se consegue uma resposta profunda sobre Deus, na vivência plena deste amor. Neste momento Deus se traduz neste lanche que acabei de receber de suas mãos, pois sei que foram preparados com amor. E cada vez que você tiver um gesto, ou uma palavra de carinho para com o outro e para com a criação divina, você estará definindo Deus nas suas atitudes e no seu viver’".
Vivemos numa constante busca. Trazemos em nós a sede do infinito que nos motiva a responder 'Sim' às propostas do Reino. Este chamado é vivido por cada um de maneira única e pessoal. Dizer Sim ao chamado que brota do coração é dizer Sim à missão evangelizadora de Jesus. É sentir as dificuldades do mundo, e como servos de Deus, manter a fé e o brilho, sendo Sua imagem e semelhança.
Jesus, presente em nós, é a luz para uma sociedade que muitas vezes permanece nas trevas. E assim como Ele, os cristãos de hoje também devem fazer a diferença onde estão inseridos. O seu chamado é constante:
“Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!” (Mc 16,15)
Ele nos exorta a sermos luzes para o mundo. Luzes que guiam os passos daqueles que vivem na escuridão. A vida do cristão deve testemunhar Jesus e tirar as pessoas das trevas, conduzindo-as para o brilho de Cristo. Sendo assim, é fundamental espalhar essa luz e deixar que ela atinja quem está ao redor.
Como cristãos missionários do Reino, devemos ser a seta que aponta quando os caminhos se tornam escuros e incertos. Dando SIM à nossa vocação, seja ela qual for, a Igreja se enriquece, pois Deus conhece os dons que são colocados a serviço.
Com a sabedoria que vem do Santo Espírito de Deus, é possível assumir a proposta do Reino para sermos luz em um mundo sedento de Deus. Em nome de Deus e pela fé, haverá sempre uma palavra carregada de luz e serenidade, para aqueles que enfrentam as adversidades impostas pela vida.
“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”. (Mt 5, 14-16)
Célia Maria Tenório
Paróquia São João Batista
Cachoeira de Minas/MG
Para refletir:
1) Deus fala através de nossos atos e palavras. Quantas vezes fui canal do amor de Deus na vida do outro?
2) É fácil manter uma vela acesa, protegida no quarto. Mas, se tentamos caminhar com ela, corre-se o risco de apaga-la. Na luz de Cristo acenderemos quantas vezes for necessário. A vela em um quarto fechado não se apagará, mas também não cumprirá sua missão de iluminar. Temos caminhado com nossas luzes, ou a mantemos fechada em nosso mundo?
3) Caminhando com nossas luzes, poderemos não só iluminar a vida do outro, como também acender a chama para o outro. E às vezes, somos nós que precisamos que alguém reacenda a nossa chama. Nisto está o mistério evangelizador em Jesus Cristo: Sermos luzes para o outro, e recebermos as luzes que vem do outro. O que me impede de me colocar com mais plenitude neste caminho evangelizador, gerando o amor que se traduz em Deus, e iluminando os passos daquele que ainda não conhecem a Deus?
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