Uma vez mais, nos deparamos com o mês vocacional. E tantas são as iniciativas da Igreja para falar, meditar e rezar pelas vocações. Falar de vocação é falar da iniciativa gratuita de nosso Deus, que chamou, chama e chamará o ser humano para a vida plena, para a vida cristã, para uma missão específica no seu tempo e na sua história. Por sua vez, compete ao ser humano responder a este chamado divino, em sua total liberdade e disponibilidade.
Liberdade e disponibilidade são atitudes de quem está consciente de que o chamado é um lugar sagrado, pois parte de Deus e se concretiza no ser humano, que é imagem e semelhança de seu criador. Assim estão narrados os vários chamados nas Sagradas Escrituras. Hoje queremos meditar o lugar sagrado do chamado de Moisés (Ex 3, 1-12).
Moisés, como sabemos, embora tenha sido criado e educado na corte egípcia, era filho de israelitas (Cf. Ex 2, 1-12) e procurou defender de seu povo (Cf. Ex 2, 11-14), o que lhe causou uma perseguição por parte do faraó e de seus servos, que o fez fugir para uma terra estrangeira — terras de Madiã (Cf. Ex 2, 15), e lá se estabeleceu, formou uma família e tornou-se pastor (Cf. Ex 2, 16-22).
Quando Moisés acreditava ter se estabelecido, se depara com o chamado divino, a partir de uma teofania (manifestação temporal e visível de Deus) na sarça ardente, quando leva o rebanho de seu sogro para pastagem no monte Horeb. Eis que, na montanha, Moisés nota algo diferente: “a sarça ardia pelo fogo, mas não se consumia” (Cf. Ex 3, 3). Ele, tomado pelo desejo de averiguar tal fenômeno, “dá uma volta para ver melhor” (Cf. Ex 3, 3), porém, ele é que foi “visto” primeiramente pelo Senhor da História — “Vendo que Moisés se voltava para observar, chamou-o do meio da sarça” (Cf. Ex 3, 4). Esse é o modo do operar de Deus, é Ele quem nos chama, é ele quem escolhe, porque “Ele nos amou por primeiro” (I Jo 4, 19).
E Deus o chama pelo nome — “Moisés, Moisés” (Cf. Ex 3, 4). O nome, como sabemos, remete a nossa identidade, a nossa história. Deus chama o menino salvo das águas, não adianta fugir das experiências negativas ou positivas, pois são elas que tecem a teia de nossa existência e do nosso chamado (Cf. Sl 138/139).
Este chamado amoroso feito a Moisés ainda parte de uma premissa: “tire as sandálias dos pés, pois este lugar é uma terra santa” (Cf. Ex 3, 5). Quer dizer, Moisés, eu te chamo por completo, com toda a sua história, com toda sua experiência vivida, com todas suas vitórias e com todas as suas derrotas, pois você é minha “imagem e semelhança” (Cf. Gn 1, 26), e você é um espaço sagrado, pois em ti armei a minha tenda.
:: Entenda a simbologia expressa no cartaz da 55ª Semana Vocacional
Somos o lugar sagrado de onde Deus chama, isso denota uma intimidade maior com Ele. Assim nos recorda o Documento de Aparecida: “O discípulo experimenta que a vinculação íntima com Jesus no grupo dos seus é participação da Vida saída das entranhas do Pai, é se formar para assumir seu estilo de vida e suas motivações (cf. Lc 6,40b), viver seu destino e assumir sua missão de fazer novas todas as coisas” (DAp, n. 131).
E a consequência de uma vida íntima com Deus é um relacionamento de amizade com a Trindade e com a comunidade dos que creem: “O amigo escuta a Jesus, conhece ao Pai e faz fluir sua Vida (Jesus Cristo) na própria existência (cf. Jo 15,14), marcando o relacionamento com todos (cf. Jo 15,12). O “irmão” de Jesus (cf. Jo 20,17) participa da vida do Ressuscitado, Filho do Pai celestial, porque Jesus e seu discípulo compartilham a mesma vida que procede do Pai: Jesus, por natureza (cf. Jo 5,26; 10,30), e o discípulo, por participação (cf. Jo 10,10). A consequência imediata deste tipo de vínculo é a condição de irmãos que os membros de sua comunidade adquirem” (DAp, n. 132).
Vamos, ao longo desta intensa semana de oração e meditação acerca da vocação, reconhecer e assumir o lugar sagrado de nosso chamado, desde uma vida íntima com a Santíssima Trindade e com a nossa comunidade de fé, assim como Moisés.
Para refletir:
1. Diante da história vocacional de Moisés, em qual estágio se encontra minha vocação: negação (fuga) ou aceitação (resposta)?
2. Em sua opinião, quais são hoje as fugas vocacionais?
3. Como cultivar uma relação de intimidade com Deus? E com a comunidade?
Reflexão elaborada pela Ir. Maria Rita da Silva, MAD.
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