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Semana Vocacional

55ª Semana Vocacional: "Missão: sair ao encontro"

Escrito por Secretariado Vocacional Redentorista

22 JUL 2024 - 07H20 (Atualizada em 29 JUL 2024 - 14H52)

A palavra Missão vem do latim: “Missio”, que significa enviar, partir, sair. Tem o mesmo sentido do termo grego “apóstolo”, que significa “enviado”. A missão da Igreja tem sua origem na Santíssima Trindade, pois Deus Uno e Trino, num ato de amor, criou o ser humano à sua imagem e semelhança e o chamou à comunhão com Ele, como afirma o Documento de Aparecida: “Por assim dizer, Deus Pai sai de si para nos chamar a participar de sua vida e de sua glória” (DAp.129). A missão dá continuidade ao processo que tem seu início na Trindade: O Pai envia o Filho; o Filho envia o Espírito Santo e, no Espírito, envia os apóstolos.

Na Sagrada Escritura, a missão se apresenta com o dinamismo de “sair ao encontro”. O Senhor chamou Abraão para sair de sua terra, Ur, e ir até à terra prometida (Gn 12,1), tornando-se o pai de muitos povos (Rm 4,11). Chamou também Moisés para que fosse instrumento da sua graça na libertação do povo de Israel no Egito: “Agora, pois, vai! Eu te envio ao Faraó para que tires do Egito o meu povo, os israelitas” (Ex 3,10). Ao profeta Jeremias, disse: “Irás aonde Eu te enviar” (Jr 1,7). E assim, ao longo da história, Deus foi chamando homens e mulheres para participarem ativamente do seu Projeto de Salvação, como o profeta Isaias, Ester, João Batista e tantos outros.

Jesus foi o primeiro missionário do Pai. Segundo o evangelista Lucas, “Jesus andava por cidades e aldeias, pregando e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus” (Lc 8,1). Sempre saía ao encontro dos mais necessitados e excluídos, curando os doentes, acolhendo e perdoando os pecadores. Ele nasceu, viveu e revelou o projeto do Pai a partir da periferia, lugar onde viviam os pobres, os considerados pecadores, aqueles que não tinham vez e nem voz. Jesus foi um missionário itinerante. Não constituiu uma escola que acolhia alunos, mas fez do caminho, das estradas empoeiradas da Galileia e das margens do mar, o lugar especial da formação dos discípulos. A eles e a nós, deixou o mandato de saírem ao encontro dos que sofriam.

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A Virgem Maria é ícone de uma Igreja em saída e missionária. É a primeira discípula e seguidora de Jesus.
Logo após receber a notícia de que seria a mãe de Jesus, saiu apressadamente ao encontro de Isabel, que também estava grávida. Uma viagem difícil e perigosa. De Nazaré, na Galileia, até Ain Karin, na Judeia, onde morava Isabel, são aproximadamente 150 quilômetros de distância. Maria estava repleta de Deus e não guardou somente para si a graça que recebeu, mas foi logo compartilhar com os mais necessitados. Ela levou no seu ventre Jesus. O Papa Bento XVI afirmou que aí aconteceu a “primeira procissão de Corpus Christi”.

Na solenidade da Assunção, celebramos a glorificação de Maria no céu. Ela foi assumida por Deus porque realizou plenamente a vontade do Pai, comprometendo-se e sendo presença solidária junto aos irmãos e irmãs. Ela viveu a “assunção” em todos os momentos de sua vida, de maneira especial, quando saiu em direção aos outros em atitude de serviço e gratuidade. A Assunção não é uma realidade desligada de sua história, mas o resultado final da obra que Deus realizou naquela que não colocou nenhuma resistência à sua ação: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo tua palavra” (Lc 1,38). Podemos afirmar que para chegar à Assunção, Maria viveu um longo caminho de descentramento, de “saída de si”, de esvaziamento, para que Deus realizasse maravilhas em sua vida. Maria foi assunta ao céu porque sempre saiu ao encontro das pessoas, realizando a missão que Deus lhe confiou.

Dom Helder Câmara afirmou que “Missão é partir, caminhar, sair de si. É quebrar as crostas do egoísmo que nos fecha no nosso eu! Missão é parar de dar voltas ao redor de nós mesmos, como se fôssemos o centro do mundo, da vida. É sobretudo abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los”. Portanto, missão não é somente sair geograficamente, mas é encontro que requer um coração aberto e despojado para acolher, conhecer e valorizar a história e a cultura do outro, vivenciando a alegria da Boa Nova do Evangelho.

:: Entenda a simbologia expressa no cartaz da 55ª Semana Vocacional

No terceiro domingo de agosto, a Igreja no Brasil celebra o dia da Vocação Consagrada Religiosa. Para serem fiéis à sua missão na Igreja e no mundo, os consagrados e consagradas precisam estar sempre em saída. “A vida religiosa que se acomoda entre quatro paredes de um convento certamente encontrará dificuldade para renovar-se e abrir-se para a missão” (Pe. Ferdinando, C.Ss.R.). Como afirmou o Papa Francisco aos bispos, sacerdotes, religiosos e seminaristas da JMJ no Rio de Janeiro: “Sair pela porta para procurar e encontrar! Ter a coragem de ir contra a corrente dessa cultura eficientista, dessa cultura da rejeição. O encontro e o acolhimento de todos, a solidariedade e a fraternidade, são os elementos que tornam a nossa civilização verdadeiramente humana. Temos de ser servidores da comunhão e da cultura do encontro! Quero-vos quase obsessivos neste aspecto. E fazê-lo sem ser presunçosos”.

Para isso, é necessário estar num processo de conversão. Na conhecida passagem da sarça ardente (cf. Ex 3,1-5), na qual se revela a vocação de Moisés, lemos uma impactante fala de Deus: “Moisés, Moisés… Não te aproximes daqui. Tira as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que te encontras é uma terra santa” (v.4.5). Tirar as sandálias significa humildade, desprendimento, conversão e disponibilidade para seguir o caminho que o Senhor mostrar.

A história de Santo Afonso Maria de Ligório é um testemunho de “uma Igreja em saída”, pois ele saiu da zona de conforto dos palácios e tribunais para um profundo encontro com os pobres e mais abandonados. Ele passou pela experiência de “destacco”, isto é, de desprendimento, de êxodo. Deixou a sua carreira de advogado e foi cuidar dos enfermos no Hospital dos Incuráveis, evangelizar os mendigos (“lazzaroni”) na periferia de Nápoles e os cabreiros de Scala.

Que Santo Afonso interceda para que a 55ª Semana Vocacional seja frutuosa e, que a seu exemplo, sejamos fiéis discípulos missionários do Santíssimo Redentor.

Para refletir:

1. Você se sente interpelado a sair em missão para outra cidade ou região?

2. Em sua opinião, que elementos são importantes na formação de um missionário ou missionária?

3. Você tem ido ao encontro dos mais necessitados do nosso tempo?

Reflexão elaborada pelo Pe. Américo de Oliveira, C.Ss.R.

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