A grande novidade trazida pela fé cristã é que aqueles que assumem esta fé são, pelo Batismo, incorporados a Cristo e passam a fazer parte da comunidade cristã. “O santo Batismo é o fundamento de toda a vida cristã, a porta da vida no Espírito e a porta que abre o acesso aos demais sacramentos. Pelo Batismo, somos libertos do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamo-nos membros de Cristo, somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão”. (Catecismo da Igreja Católica, 1213)
Ser incorporado a Cristo significa que a ação do Espírito de Deus opera na vida do Batizado de modo que todo o seu ser é chamado a refletir, por palavras, sentimentos e atitudes, o ser de Cristo. É grandioso: o batizado é convidado a tornar-se “outro Cristo” na terra.
Como consequência da adesão à fé está a inserção na comunidade, “somos membros uns dos outros” (Ef 4,25). Assim como Cristo está inserido na essência da Trindade, o batizado é inserido no coração da comunidade, faz parte de um povo sacerdotal, profético e real. Em outras palavras, a nossa fé nos leva a uma vocação comunitária. Cristianismo e isolamento não combinam. Cristianismo e divisão não combinam. Cristianismo é sinônimo de comunhão.
Como a Moisés, o chamado que nos é feito é o de “tirarmos as sandálias, porque o lugar em que pisamos é sagrado” (Ex 3,5). A graça de sermos da família de Cristo e membros da comunidade cristã faz de nós, pertença do Reino de Deus, participantes da missão de Jesus.
Mas que missão é esta?
Primeiramente, podemos dizer que a nossa vocação cristã nos leva a um esvaziamento de nós mesmos para que sejamos preenchidos pela força do Alto. Pertencer ao Reino faz com que pouco a pouco assumamos as características de Cristo. Imaginemos os torcedores de um mesmo time de futebol: embora sejam diversos, todos assumem as mesmas cores, torcem pela mesma equipe, sentam-se do mesmo lado da arquibancada, buscam o mesmo ideal. Assim, pertencer ao Reino faz com que, em nome de Cristo, caminhemos com Ele, por Ele e n’Ele. O senso de identificação faz com que, pela fé, busquemos que nosso pensar, sentir e agir seja pautado pelos ensinamentos de Jesus. Sua vida torna-se modelo para nossa vida. A pertença ao Reino torna-nos missionários, comunicadores da Boa Nova de Jesus a todas as pessoas.
Outro ponto importante de nossa vocação a partícipes do Reino é a vida de Igreja. Pertencer ao Reino de Deus leva-nos a testemunhar a nossa fé, a assumirmos compromissos com a edificação deste mesmo Reino no meio da sociedade. Como sal da terra e luz do mundo, os cristãos estão no mundo sem ser do mundo e fecundam o ambiente em que estão dando testemunho da justiça, da honestidade, da verdade, da alegria, da vida plena de sentido, da esperança, do amor, da busca pelo perdão, da construção da paz. O olhar voltado para o pobre e a sensibilidade na promoção da vida plena para todos é uma marca do cristão.
:: Entenda a simbologia expressa no cartaz da 55ª Semana Vocacional
Pertencer ao Reino de Deus faz-nos não nos calar diante das forças do ódio e da morte; não para lutar com as armas da violência e da opressão, mas com as armas da vida, do perdão, do amor, da oração. A consciência de ser parte de uma comunidade chamada a viver a fraternidade faz com que estejamos dispostos a caminharmos juntos, a superarmos as diferenças, a construirmos um mundo mais irmão. A pertença ao Reino faz com que não tenhamos medo de darmos testemunho da alegria de sermos de Cristo. Se preciso for, até o martírio.
Pertencer ao Reino significa, portanto, comprometer-se com ele. Não basta fazer parte, a pertença leva-nos a assumirmos responsabilidades. Os chamados são dons de Deus que Ele faz a todos. É dizer, todos somos chamados a participar desta grande família e nela cada um tem uma missão. A vida e a santidade são vocações dadas a todos. A cada um em particular é dada uma missão específica. Uns são chamados à vocação matrimonial, outros são chamados ao sacerdócio, outros à vida consagrada, outros assumem a missão como leigos e leigas comprometidos. Porém, não nos esqueçamos, todos temos igual valor e dignidade. Todos somos irmãos. Todos somos chamados a construir o Reino de Deus aqui na Terra, antecipando o Reino definitivo, nossa pátria final, o Céu.
O Reino de Deus não cresce pela força da violência, da opressão ou da imposição. O Reino cresce pela atração. Cristo atrai para si. Nós devemos atrair para Cristo. “A todos nos toca recomeçar a partir de Cristo, reconhecendo que não se começa a ser Cristão por uma decisão ética ou por uma grande ideia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva” (Documento de Aparecida, 12). O Reino de Deus é a construção da civilização do Amor, que começa aqui e se plenificará na Vida Eterna.
Para refletir:
1. Sou consciente de que o Batismo me incorpora a Cristo e à Igreja?
2. Tenho dado testemunho da minha fé?
3. Assumo minha vocação como modo de colaborar no crescimento o Reino de Deus?
Reflexão elaborada pelo Pe. Renan Rangel, da Arquidiocese de Aparecida.
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