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Vocação Religiosa

Leia o artigo e veja 7 características de quem pode ter vocação à vida religiosa.

Escrito por Secretariado Vocacional Redentorista

05 MAI 2014 - 16H06 (Atualizada em 22 NOV 2023 - 15H38)

Thiago Leon

"Todo aquele que tenha deixado casa ou irmãos ou irmãs ou pai ou mãe ou filhos, ou terras, por causa do meu nome,
receberá muito mais e herdará a vida eterna." (Mt 19,29) 

Deus ama infinitamente a sua criatura e, por isso, a fez portadora de um chamado, uma vocação. Trata-se de um grandioso projeto que tem o objetivo de continuar a construção do seu Reino na humanidade. É o Criador compartilhando conosco a sua ação criadora. Toda relação de amor expressa reciprocidade, isto é, responde com mais amor. Assim, a vocação à Vida Religiosa nasce desse desejo de responder generosamente ao amor de Deus. Essa vocação, portanto, tem origem no encontro pessoal com Cristo.

Como isso acontece?

A cena de Jesus na Cruz é o ponto de partida. Ele deu a vida pela redenção do ser humano e de toda a criação. Ao meditar sobre esse misterioso gesto de amor de Deus, é impossível não “co-mover-se” rumo à oferta de si. Nascem aí uma irresistível inquietude e um desejo de participar ativamente do Projeto de Cristo com a clareza de que só Ele é absoluto e tudo o mais é relativo. Quanto mais meditam sobre os mistérios de Cristo, os corações ardem mais intensamente de amor e mais amados se sentem, aumentando o desejo de se parecerem com Ele. Assim, nascem os homens e as mulheres consagrados para viverem a Vida Religiosa.

Após alguns anos do processo de formação inicial, a pessoa assume livremente um estilo de vida marcado pelos Conselhos Evangélicos, isto é, pelas três grandes virtudes de Cristo, vividas enquanto esteve conosco no mundo: os Votos de Castidade, Pobreza e Obediência. Como “testemunhas” do Amor de Cristo, a presença dos(as) religiosos(as) será sempre uma imagem do próprio Cristo em ação.

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Na Cruz, o Cristo doou sua vida gratuitamente. Ele é a Graça de Deus para o mundo. Portanto, a vontade de servir à Igreja e ao povo na gratuidade está no coração de toda pessoa que deseja seguir esse projeto de vida. É a sensibilidade evangélica que faz o(a) religioso(a) sentir os sofrimentos e as alegrias das pessoas no mundo em que vive. Será um serviço exercido de forma livre e desapegada dos bens, de pessoas e de lugares, para estar aonde o Espírito indicar, aberto para a Graça que impulsiona e fecunda seus movimentos evangelizadores. O religioso é a pessoa de relações gratuitas e constante oblatividade. Portanto, a contemplação do Cristo na Cruz o fará disponível para o serviço na gratuidade.

Tudo isso exige um longo caminho de discernimento para remover as fantasias e provar a qualidade da doação de si. A inquietude que nasce na contemplação da Cruz, leva a contemplar a realidade do mundo, e fazer uma leitura coerente e clara dos acontecimentos é um caminho diário para a realização da vocação religiosa. Nesse sentido, é necessária a capacidade de ler e interpretar os acontecimentos à luz dos valores do Evangelho e agir coerentemente. Ver, observar, perceber, conhecer as graças e as “des-graças” do mundo fazem parte da revelação constante de Deus na tarefa do(a) religioso(a).

Leia Mais“Maria: Mãe das Vocações”: Vocação Religiosa O Ser da Vocação ReligiosaDo contrário, apesar da generosidade e empenho empregados, ele(a) se perderá entre os projetos pessoais e o objetivo de entregar-se a Cristo para fazer a sua vontade. Ao ver e sentir a realidade de morte no mundo, o(a) religioso(a), à luz da fé, saberá o que fazer para agir “com” Cristo e “como” Cristo para a salvação integral do ser humano. Dessa maneira, é a aliança entre a ação de Deus e a ação humana construindo o Reino. Os(as) religiosos(as) são colaboradores íntimos do Senhor, portadores da lucidez profética do Cristo, que se fez necessitado do trabalho das mãos humanas.

Em todo o mundo, tal como o “fermento na massa”, a vocação religiosa faz crescer o Reino. “Quando andamos pelo país afora e vemos o trabalho silencioso das irmãs e irmãos nas obras sociais, nos hospitais, nas escolas, principalmente nas periferias, através do acolhimento e da dedicação aos mais sofridos e abandonados da sociedade, resgatando vidas, restituindo-lhes a dignidade de filhos de Deus, isto nos faz acreditar na Vida Consagrada Religiosa como sinal e anúncio do Reino de Deus aqui e agora”.

Enfim, pode ser que você seja portador(a) da grande graça da Vocação Religiosa. Veja se o seu coração se encanta ou carrega algumas destas características:

DESEJO DE INTIMIDADE COM DEUS: vida de oração, capacidade de meditar e entregar-se ao Senhor para realizar a sua Vontade no mundo, sobretudo o amor e identificação com os valores do Evangelho para vivê-los de forma radical.

OBLATIVIDADE: capacidade de doação de si para o outro, gastando as energias da vida para promover na sociedade os valores da caridade, do amor, da justiça, da paz, da esperança; generosidade para enfrentar os desafios mais difíceis com resiliência e sabedoria.

ALEGRIA EVANGÉLICA: fortaleza de espírito que não deixa se abater pelas dificuldades, tendo como base e sustento da vida a relação com Cristo e sua presença constante. “Onde há consagrados, há alegria” (Papa Francisco).

VIDA APOSTÓLICA: capacidade de viver, trabalhar e se relacionar em comunidade de forma saudável, cooperando com o projeto da Igreja na espiritualidade assumida (a instituição) na qual o(a) religioso(a) está inserido(a).

SENSIBILIDADE AO SOFRIMENTO DO OUTRO: capacidade de comover-se com as injustiças e os sofrimentos, e ser solidário; contemplação da realidade de egoísmo e fechamento aos valores que constroem relações saudáveis entre os povos.;

SONHAR UM MUNDO NOVO: a partir dos valores do Evangelho encontrar saídas para transformar as realidades de pecado em um mundo da Graça; habilidade para propor iniciativas e recompor as relações, restaurando a paz e a concórdia; habilidade para inovar, ser criativo e eficaz na ação evangelizadora.

LIBERDADE INTERIOR: viver com humildade e leveza sem se deixar dominar pelos desejos pessoais, voltando sua vida inteiramente para Deus (Castidade); relativizar os bens materiais e priorizar os bens espirituais; empregar o seu tempo, suas habilidades e energias no desenvolvimento dos valores do Evangelho (Pobreza); e obedecer à voz de Deus que fala através da sua Palavra, da Igreja e dos irmãos (Obediência).

A Vocação Religiosa é um mistério, por isso, é preciso investir tempo para escutar, discernir e escolher. É o convite a ser presença de Jesus na sociedade. “Jesus continua vendo, ouvindo, agindo através desses homens e mulheres que abraçam, tocam, beijam, embalam, afagam, ouvem, ensinam, alimentam, curam e regeneram a humanidade de todo tempo e lugar; de todas as raças e línguas, de todo povo e nação. O(a) Religioso(a) traz em si a ternura de Deus que é fruto da experiência de quem se sentiu alcançado pelo amor e abraçado pela misericórdia divina”.

O convite está feito! O “chamado” ecoa nas paisagens do ser de todos os que se encantam com a pessoa de Jesus.

Surgem assim as perguntas: não seria a Vida Religiosa um caminho para você? Dentro dos seus sonhos caberia um projeto ousado como esse?

Entenda mais sobre a vocação religiosa: 

:: Vocação Religiosa: vida consagrada masculina

:: Vocação Religiosa: vida consagrada feminina



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