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João nasceu no ano 675 na Síria, em Damasco, (por isso "Damasceno"). Nesta época os muçulmanos ocupavam esta região e também a Palestina, e eram relativamente respeitosos com a religião cristã. Seu pai era funcionário do Califa, e pelo seu prestígio chegou a ser eleito prefeito da cidade. João, educado no catolicismo, ajudou o pai e teve a oportunidade de um ótimo futuro, tanto social como economicamente. Renunciou porém a tudo, distribuiu seus bens aos pobres e aos 25 anos fez-se monge no convento de São Sabas, próximo a Jerusalém.
Desde então, dedicou-se à vida no claustro, ao silêncio, aos estudos e à atividade literária. Quase nunca saiu do mosteiro. Sua humildade e caridade levaram a que fosse venerado como santo ainda em vida.
Porém a importância de João foi ainda além. Seus escritos recapitulam cinco séculos de história da Igreja e antecipa novas diretrizes que se desenvolveriam na idade Média. A sua obra mais conhecida, “A Fonte da Ciência”, tenta uma exposição sistemática do dogma católico, incluindo noções filosóficas e um desenvolvimento histórico, originais. Por isso ele foi comparado, no Oriente, a São Tomás de Aquino, o maior teólogo católico do Ocidente.
Os escritos de João incluem quase todos os setores da doutrina cristã, como teologia dogmática, apologética, ascética, etc. De particular importância são a sua defesa sobre a Imaculada Conceição de Nossa Senhora, a Sua maternidade divina, Sua virgindade perpétua e a Sua Assunção ao Céu em corpo e alma, ou seja, temas que somente séculos depois teriam definição mais clara para a Igreja.
Diz-se que um se seus livros, defendendo o culto das imagens contra os iconoclastas (“Orações sobre as Imagens Sagradas”), teria levado à sua prisão e decepamento da mão direita, para que não pudesse escrever mais; nesta mesma noite, Nossa Senhora lhe teria aparecido e curado milagrosamente. Porém não é certo se tal versão é fato verdadeiro.
Faleceu no mosteiro de São Sabas, a quatro de dezembro de 749, e foi proclamado em 1890 Doutor da Igreja.
Reflexão:
Nunca será suficientemente exaltada a escolha, ao longo da vida, do tempo destinado à oração e meditação. Naturalmente que a vocação de São João Damasceno é algo específico, mas todo católico deve ter momentos diários de intimidade profunda com Deus. Só assim chegaremos a receber, na quietude e silêncio da alma, o conhecimento que Deus quer nos dar a cada um, e – como consequência natural e obrigatória – o amor à Nossa Senhora, indispensável para uma fé esclarecida e fundamentada.
Oração:
São João Damasceno, que escolhestes “o opróbrio de Cristo às riquezas da Arábia, e uma vida de maus tratos às delícias do pecado” (in: Atas do VII Concílio Ecumênico), intercedei a Deus para que nós, neste mundo muitas vezes hostil a Ele, tenhamos a coragem e a perseverança de jamais abandonar a verdadeira Fé, defendê-la e praticá-la, sempre unidos fortemente a Maria, de modo que a humildade e caridade das nossas vidas se tornem caminho de salvação para nós e para o próximo. Amém.
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