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Nicolau nasceu de pais ricos e piedosos, por volta do ano 275, na Lícia, atual Turquia. Sacerdote da diocese de Mitra, dedicou-se à evangelização e conversão dos pagãos, num período de perseguição religiosa.
Extremamente caridoso, distribuiu sua herança aos pobres. Eleito bispo de Mira, foi preso na perseguição de Dioclesiano, por volta de 310; antes de ser condenado à morte, publicou-se o Edito de Milão (313), que concedia a liberdade religiosa, o que lhe salvou a vida. Participou do Concílio de Nicéia, em 235, ocasião onde Constantino Magno, imperador de Roma, ajoelhou-se para beijar as cicatrizes de Nicolau e outros varões torturados na última perseguição. Nicolau recebeu de Deus o poder dos milagres, especialmente em favor dos doentes.
Sua extraordinária caridade, porém, é que o tornou um dos santos mais conhecidos e amados, no Oriente e no Ocidente. Um caso particular ilustra mais a sua fama: sabendo que um pai pobre tencionava entregar suas três filhas à prostituição, por não ter como pagar o dote dos seus casamentos, Nicolau jogou pela janela da casa três bolsas com o dinheiro necessário. Este fato, e a tradição que menciona suas doações, sempre anônimas, de moedas de ouro, comida e roupas para os pobres e viúvas, e presentes para as crianças, deu origem à lenda natalina de “Papai Noel”.
Nicolau é padroeiro da Rússia e outros lugares, bem como dos marinheiros e moças solteiras. Antes da revolução comunista, muitos czares adotaram o seu nome, e em Bári, Itália, onde estão seus restos mortais (para lá transladados pela ameaça muçulmana de profanação do seu túmulo), havia hospedaria exclusiva para os peregrinos russos que iam venerar suas relíquias.
Reflexão:
É motivo de alegria que a caridade de tão grande Santo seja a base de uma figura simpática como Papai Noel, mas nem por isso devemos deixar que a fantasia moderna, cada vez mais desvirtuada pelo interesse material, relegue a segundo plano o verdadeiro valor do amor desinteressado ao próximo. Devemos associar ao Natal a maior das caridades, a Encarnação de Jesus, para a nossa salvação; e comemorá-la com o presente do amor ao próximo, que não se manifesta principalmente em presentes materiais (embora estes não sejam, claro, condenáveis), mas na doação de nós mesmos. A demasiada preocupação, que pode chegar à ideia de “obrigação”, de presentes materiais no Natal afastam nosso coração da contemplação do nascimento de Cristo, este sim o presente máximo que Deus nos dá e que devemos repassar aos irmãos.
Oração:
Ó Jesus, que quisestes assumir a nossa natureza humana como meio de Redenção, concedei-nos, por intercessão de São Nicolau, a caridade operosa aos necessitados, e a defesa da pureza e virgindade. Que não seja em vão para as almas a grandeza do Vosso amor, que nos enriquece com o Vosso rebaixamento à condição de criatura, para elevar o servo à condição de Filho. Pelas mãos amorosas de Nossa Senhora e São José. Amém.
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