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Maria Rosa Júlia Billiart nasceu em Cuvilly, região da Picardida, norte da França, em 1751. Era uma dos nove filhos de camponeses pobres e muito religiosos, que a batizaram no mesmo dia do seu nascimento. Fez a Primeira Comunhão aos sete anos; a partir deste dia, milagrosamente, a Eucaristia passou a ser o seu único alimento.
Aos 13 anos, com sérios problemas de saúde, acabou paraplégica, uma situação que durou por 30 anos. Ao longo deste tempo, aprofundou-se na oração e na contemplação, vivendo experiências místicas: Jesus lhe revelou mistérios da Salvação, dos sofrimentos no Calvário, da luz divina que ilumina os católicos e da Glória Celeste. Mas também procurou sempre ajudar na catequese paroquial, preocupando-se com a educação dos pobres.
Cultivava a amizade com familiares, religiosos, irmãs carmelitas que lhe davam auxílio espiritual, e mesmo com damas da nobreza, que a ajudavam com donativos. Desenvolveu uma pedagogia própria, e aprendeu também com os acontecimentos da Revolução Francesa, as guerras de Napoleão e com as autoridades com quem conviveu. Em 1794, conheceu Maria Luísa Francisca Blin de Bourdon, Viscondessa de Gézaincourt, no castelo desta família em Amiens. Tornaram-se amigas e acabaram por fundar a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora, futura Congregação das Irmãs de Notre Dame de Namür, dedicada à educação das crianças e à catequese, com a formação de bons e santos educadores.
Em fevereiro de 1804, Júlia, Maria e Catarina Duchâtel fizeram seus votos religiosos. Júia lutou para que a nova congregação obtivesse independência da esfera diocesana, e conseguiu, sendo então eleita superiora geral. Ingressas algumas candidatas, iniciaram-se aulas noturnas de catequese, e foi aberto um orfanato: Júlia estava atenta para o pequeno número de sacerdotes em contraste com o grande número de crianças sem formação, e com a sua fundação se dispunha a ajudá-los.
Em 1 de junho de 1804, após 30 anos de enfermidade e 22 anos de paralisia, Júlia foi milagrosamente curada durante uma novena ao Sagrado Coração de Jesus, de Quem era devota. Com saúde, expandiu a obra, inaugurando novos conventos em Namür, Gante e Tournai; abriu uma primeira escola gratuita em Amiens e outras mais pela França e Bélgica, além de pensionatos, diante da situação de miséria da época. O que era ganho com os pensionatos era utilizado para a fundação das escolas gratuitas. Júlia não aceitava doações que interferissem na independência da Congregação. Injustamente perseguida pelo bispo de Amiens, que chegou a afastá-la da Congregação, foi para Namür na Bélgica com as Irmãs, onde a Congregação se firmou.
Faleceu ali em 8 de abril de 1816, enquanto recitava o Magnificat.
Reflexão:
Nas palavras de Santa Júlia de Billiart, “A educação é caminho da plenitude da vida”. Particularmente a educação religiosa e espiritual. Por isso, a começar pelo clero, todos os católicos que se dedicam a algum tipo de ensino, e na verdade todos os batizados, que têm a missão de ensinar por atos e palavras a verdeira Fé, devem se preparar com exemplar empenho no conhecimento da Doutrina da Igreja, e se destacarem pela competência nas suas áreas particulares de ensino. Não se trata de vaidade ou ambição, mas sim de coerência e fidelidade, pois se não ensinamos a Verdade, pecamos por ignorância culposa (sem dedicação correta ao que somos obrigados primeiro a conhecer bem para depois ensinar) ou omissão. E isto, atualmente, é tanto mais grave quanto maiores se tornam as mediocridades e falsidades espirituais, ideológicas, filosóficas, nos centros de ensino, na mídia, na cultura em geral. Só é possível amar e servir ao que se conhece; e Se Cristo e a cultura que Dele emana não é ensinada, ou é distorcida, quão imensa é a responsabilidade dos que o permitem, e qual o prejuízo, espiritual e material dos que são “ensinados”, ou antes, treinados no erro! Gravíssimas serão as consequências para todos, nesta e na vida infinita que teremos.
Oração:
Deus Todo-Poderoso, que nunca nos deixais sem a orientação da Verdade, e continuamente nos alertais para as nossas responsabilidades nesta vida e para o que teremos por nossas obras no futuro infinito, concedei-nos pela intercessão e ensinamentos de Santa Júlia Billiart a graça de não ficarmos paralisados na mediocridade do que devemos aprender, na indiferença sobre os males que são ensinados, e na omissão sobre o que devemos instruir, para que, nos empenhando na cura da enfermidade de ignorância acerca de Vós e do que desejais, pratiquemos a maior das caridades, que é a Vos levar ao conhecimento dos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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