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*Este não deve ser confundido com São Macário o Moço, de Alexandria (festa em 2 de janeiro), ou São Macário o Grande, do Egito (festa em 15 de janeiro).
Não há dados sobre as origens de Macário, mas sim documentação a partir da sua condição como bispo entre 312 e 325, inicialmente de Aelia Capitolina, sob a dominação romana, e depois de Jerusalém, o nome original da cidade. Após uma revolta dos judeus em 135, o imperador Adriano havia mandado destruir a cidade, e o tradicional capitólio romano fôra construído exatamente sobre a sepultura de Cristo.
Tendo acabado a última perseguição aos cristãos em 311, e vigorando então a “paz constantina”, em referência ao imperador Cosntantino, convertido ao Catolicismo, foi obtida por Macário, diretamente dele, a demolição do capitólio de Jerusalém. Revelou-se novamente o Calvário e o Santo Sepulcro de Jesus: "quando a superfície original do solo apareceu, em seguida, contra todas as expectativas, o sagrado monumento da Ressurreição de nosso Salvador foi descoberto", narra um documento da época. Mais tarde ali seria erguida a Basílica do Santo Sepulcro ou da Ressurreição, que permanece até hoje.
Neste mesmo período de São Macário, surgia o arianismo, doutrina herética que negava a divindade de Cristo e, consequentemente, a Santíssima Trindade. O santo bispo foi enérgico contra as ideias de Ário, e este mesmo o demonstra pela maneira abusiva com que se refere ao santo na sua carta a Eusébio de Nicomédia. Santo Atanásio se refere a Macário como um exemplo "do estilo simples e honesto entre os homens apostólicos", num dos seus próprios discursos contra o arianismo.
O Concílio de Nicéia de 325 abordou a questão desta heresia, condenando-a formalmente, e Macário foi um dos grandes defensores da ortodoxia da Fé verdadeira, tendo então contribuído de forma preponderante na autoria do Credo Niceno-Constantinopolitano, professado até hoje pela Igreja: "Creio em um só Deus, Pai Onipotente" e "em um só Senhor, Jesus Cristo... Deus verdadeiro de Deus Verdadeiro".
No mesmo ano, após o Concílio, Macário acompanhou Santa Helena, mãe do imperador e por ordem dele, nas escavações em busca da Cruz de Cristo, que de fato foi encontrada.
Em 10 de março de 335, Macário faleceu de causas naturais em Jerusalém. Suas relíquias estão atualmente na capela de Santo Antônio em Pittsburgh, Pennsylvania, EUA.
Colaboração: José Duarte de Barros Filho
Reflexão:
“Macário” siginifica “iluminado”, “feliz”. Nada mais adequado para um santo, isto é, um exemplo a ser seguido espiritualmente pelos fiéis, que de fato achou a verdadeira Cruz, em todos os sentidos. Para isso foi necessário, primeiramente e de forma absoluta, a sua escolha livre de ser obediente à Doutrina e ensinamentos de Jesus, mas também a ajuda de outros, particularmente dos santos a quem devemos sempre recorrer, no seu caso Santa Helena; e, providencialmente (muitas vezes até paradoxalmente), também o próprio poder humano acaba por auxiliar neste sentido (neste caso, a ação de Constantino), pois é para isso que foi legitimamente instituído por Deus... O pecado leva os poderes do mundo a sempre quererem abafar a Igreja, pretendendo erguer-se acima de Deus, seja materialmente, como na Aelia Capitolina romana, seja na insanidade de querer propor outra “verdade”, inevitavelmente má para as almas: é preciso, sempre, como São Macário, ser enérgico contra as heresias, falsas filosofias e ideologias. Se não nos permitirmos ser resgatados dos escombros do mundanismo pela busca de Deus através da Igreja, ficaremos sepultados no pó, infinitamente, expostos aos vermes e à decomposição. Ou participamos da Ressurreição que o Senhor nos ofereceu pela Sua Paixão, Morte e Ressurreição, ou teremos por destino o sepulcro do inferno. Um pensamento que, neste período quaresmal, deve nos motivar à meditação, ao arrependimento sincero e à conversão.
Oração:
Senhor Deus, Uno e Trino, a Quem professamos no Credo, concedei-nos por intercessão de São Macário, que por Vós inspirado participou da redação desta mesma oração, combatermos com vitalidade incansável os erros do nosso tempo, os pecados nas nossas almas, e, retirando pela contrição os detritos no espírito, de fato achemos a verdadeira Cruz em nossas vidas, para erguê-la edificantemente sobre o mundo: e assim, por Vossa elevação, também nós sejamos carregados Convosco para o Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.
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