Nesta semana, estudaremos a festa dos ázimos (Ex 12,15-20).
Faça uma oração, clamando a presença do Espírito Santo, para que o estudo dessa semana gere frutos de vida cristã. Leia Ex 12,15-20. Agora, destaque o que mais te chamou a atenção.
Onde, dentro da narrativa do êxodo, se encontra a ordem de Deus para que os israelitas celebrassem a Festa dos Ázimos?
O texto de Ex 12,15-20, que trata da Festa dos Ázimos, está situado na parte final da narrativa das pragas. Mais especificamente, ele se encontra antes de última, a da morte dos primogênitos israelitas (cf. Ex 13,1-16).
O que é a Festa dos Ázimos?
Consiste numa festa celebrada pelos israelitas na primavera e que começou com a Páscoa (no dia 14 do mês de Abib, mais tarde chamado de Nisan, correspondente, em nosso calendário no meio do mês de abril). Ela serviu como um lembrete do resgate de Seu povo da escravidão no Egito (cf. Ex 12,17.26-27; 13,3-16; Dt 16, 3).
Quando e como ela deve ser celebrada?
Várias passagens bíblicas oferecem detalhes diferentes para quando e onde os israelitas deveriam observar a Festa dos Pães Ázimos. Apesar dessas distinções, cada relato indica que ela teve origem na antiguidade e foi realizada anualmente na primavera (cf. Ex 12,1–20; 13,6–7; 23,15; 34,18; Lv 23,5–8; Nm 28,16–25; Dt 16,1–8).
O que são os pães ázimos?
Conhecido com o nome hebraico matsah, consiste num pão cozido sem fermento, apenas com água e farinha; muitas vezes, feito às pressas, ou seja, num tempo insuficiente para preparar o pão da maneira convencional. Ele foi comido na Festa da Páscoa e foi apresentado com sacrifícios e ofertas (cf. Gn 19,3; Ex 12,8.15–20; 13,6-7; 23,15; 34,18; Lv 8,26; Nm 6,15–19; Jz 6,19–21; Mt 26,17; At 12,3; 1Cor 5,7-8).
Quais são as instruções para a celebração da Festa dos Ázimos?
Em Ex 12, quando os israelitas ainda estavam no Egito, Deus deu as seguintes instruções para a Páscoa e a Festa dos Pães Ázimos:
• Ao pôr do sol, do dia 14 de Abib, os israelitas deviam sacrificar o cordeiro pascal e espalhar seu sangue nas ombreiras das portas de seus lares (Ex 12,1-7);
• Os israelitas deviam assar o cordeiro - não o cozinhar - e comê-lo às pressas (Ex 12,8-11);
• A festa da Páscoa era uma ordenança permanente (Ex 12,14);
• Os israelitas deveriam remover o fermento de suas casas (Ex 12,15), comer pães ázimos por sete dias e realizar uma assembleia sagrada, no primeiro e no sétimo dia (Ex 12,15–16.19–20). Qualquer um que comer fermento durante este período será colocado para fora da comunhão com o povo de Israel (Ex 12,15.19);
• Mais uma vez, o texto afirma que a Festa dos Ázimos era uma ordenança permanente (Ex 12,17);
• O pão sem fermento significava que os israelitas deveriam deixar o Egito com pressa, sem tempo para esperar que o pão se levantasse (Ex 12,39);
• Nenhum estrangeiro deveria comer a refeição da Páscoa, mas apenas um estrangeiro ou um escravo, circuncidados, poderiam comer dela (Ex 12,43-49).
Qual era o sentido do fermento para o Antigo Israel?
O fermento pode representar o passado, já que ele, ao ser utilizado, desencadeia um processo de transformação. Assim, a proibição de se comer os pães com esse componente provavelmente denota a ideia de que os israelitas não podiam, saindo do Egito, querer voltar ao passado de escravidão.
Como o fermento aparece no Novo Testamento?
Os usos figurativos do fermento no Novo Testamento, às vezes, implicam que o fermento era visto como uma substância corruptora (cf. Mt 16,6). Paulo, utilizando essa metáfora, diz duas vezes que “um pouco de fermento leveda toda a massa” (1Cor 5,6; Gl 5,9). No entanto, Jesus a usa de uma maneira positiva, referindo-se à mudança causada pelo reino dos céus (cf. Mt 13,33).
Nesta semana, estudaremos as prescrições dadas por Deus aos israelitas para que eles celebrassem de modo profundo a Páscoa (Ex 12,21-28).
Faça uma oração, clamando a presença do Espírito Santo, para que o estudo dessa semana gere frutos de vida cristã.
Leia Ex 12,21-28. Agora, destaque o que mais te chamou a atenção.
Quem retorna à narrativa da libertação da escravidão no Egito, agora, no final?
Quem são os anciãos e o que o autor quis mostrar, trazendo-os de volta à narrativa?
Os anciãos consistem nos líderes tribais dos israelitas (cf. Ex 4,29; 12,21; 18,12; 24,1; Nm 11,16.25). Geralmente, são os homens mais velhos de uma família. Isso é indicado pelo próprio termo hebraico “zaquen”, que é traduzido em português por “ancião”, “velho” ou “idoso” (cf. Gn 18,11; 21,2.7; 24,36; 35,29; 37,3; 48,10; etc.).
Ao enfatizar a convocação aos anciãos, o autor quer mostrar que o processo de libertação que por primeiro lhes foi revelado (cf. Ex 3,16; 4,29) está agora no final. Deus cumpriu sua promessa de libertar os israelitas.
Quantas são e quais são as ordens divinas aos israelitas nos vv.21-22?
Nos versículos 21-22, Moisés transmite uma série de sete ordens aos anciãos. Eles deveriam (1) escolher, (2) tomar e (3) imolar um animal do rebanho; e, depois, ao colocar seu sangue num recipiente, deveriam (4) tomar um ramo de hissopo, (5) mergulhá-lo no sangue e (6) marcar os dintéis e as ombreiras das portas. Por fim, a última ordem desse conjunto, formulada com a negação de que (7) nenhum poderia sair de sua casa até o amanhecer.
Qual é o sentido de se passar o sangue nas portas?
O sangue, na moldura da porta, sinalizaria ao Senhor para proteger os que estavam naquela casa do exterminador. Esse elemento tem pelo menos dois sentidos na tradição bíblica: o primeiro é o expiatório; o segundo é o de separação ou discriminação, isto é, de distinguir quem é salvo de quem é condenado (cf. Ex 12,7.13.23; 4,24-26).
Desse modo, essa prática indica que os membros daquela casa seguiram as instruções do Senhor e foram consagrados a Ele; mas os israelitas, à luz do sistema de sacrifícios desenvolvido, criam que o sangue do cordeiro morto era um lembrete vívido de que uma vida tinha que ser sacrificada em lugar daqueles no lar.
Quem é o exterminador?
Nesta passagem, este não é um demônio operando independentemente da vontade do Senhor, mas um mensageiro do julgamento de Deus. Trata-se de uma figura um tanto obscura que se encarrega de realizar a justiça divina (cf. Gn 19,13; 2Sm 24,16; 1Cor 10,10). Em Jeremias, o mesmo termo é usado para um destruidor e saqueador das nações que aplicará uma correção no Reino de Judá se não houver conversão (cf. Jr 4,7).
Qual é o significado da planta hissopo?
Hissopo é uma planta aromática que cresce em paredes velhas (1Rs 5,13) e é usada para purificar o exterior (cf. Lv 14,4.6.49.51.52; Nm 19,6.18) e também o interior (cf. Sl 51,9; Hb 9,19), em rituais de purificação. Seus galhos deviam ser usados como pincel para aplicar o sangue do cordeiro pascal nas ombreiras das portas e no seu dintel (v.7).
Qual foi a outra ordem dada por Deus, dentro dessa narrativa?
Depois de explicar o porquê das sete ordens em Ex 12,23, o autor apresenta que Moisés recebeu e transmitiu outro imperativo: aquele que ordena aos israelitas a celebrarem a Páscoa, passando esse costume de geração em geração, para sempre (cf. Ex 12,24), mesmo quando eles já estiverem instalados na Terra Prometida (cf. Ex 12,25).
Qual é a função do pai de uma família nas celebrações religiosas de Israel?
Os versículos 26-27 ordenam também que os pais de família sejam os transmissores da explicação e do sentido da celebração da Páscoa. Neste sentido, eles devem ser os catequistas de seus filhos. Esse costume perdura até os dias de hoje dentro do judaísmo (cf. Ex 13,8-9.14-16; Dt 6,21-25; Js 4,7-8.21-24).
Nesta semana, estudaremos as prescrições dadas por Deus aos israelitas para que eles celebrassem de modo profundo a Páscoa (Ex 12,33-42).
Faça uma oração, clamando a presença do Espírito Santo, para que o estudo dessa semana gere frutos de vida cristã.
Leia Ex 12,33-42 Agora, destaque o que mais te chamou a atenção.
Qual é a intenção do autor ao utilizar a expressão “Assim eles despojaram os egípcios” em Ex 12,36?
De todo o conjunto presente em Ex 12,33-42, a primeira parte é composta pelos versículos 33-36, nos quais a narrativa apresenta como foi a espoliação dos egípcios. Ao utilizar uma metalinguagem, ou seja, uma explicação do que acabou de narrar, o autor comunica que sua intenção era relatar o modo como aconteceu a expropriação: “Assim eles despojaram os egípcios” (Ex 12,36). Isso não é à toa, já que o autor deseja narrar o evento com o intuito de mostrar que Deus agiu para tripudiar o opressor, que no caso era a nação mais poderosa do mundo.
Qual era o estado psicológico dos egípcios neste momento da narrativa?
O primeiro fato curioso é que o único discurso direto de toda essa passagem consiste na fala dos egípcios no v.33: “todos morreremos”. Mas, vale dizer, que esta expressão, de acordo com a construção hebraica, pode ser traduzida pelo presente: “estamos mortos!”
Ao dizer isso, o povo do Egito está expressando seu estado de terror psicológico. Por isso, é que eles apressaram a saída dos israelitas. Os opressores sabem, não tem mais qualquer chance contra o Deus de Israel.
Por que os israelitas pediram ouro, prata e roupas?
A obediência de Israel em pedir prata e ouro e roupas (cf. Ex 12,35) cumpre não só o que o Senhor havia prometido a Moisés na sarça ardente (cf. Ex 3,22), mas, também, o que Ele já havia prometido a Abraão, que seus descendentes sairiam do Egito "com grandes posses" (Gn 15,14).
Ex 12,36 enfatiza a ação e o domínio de Deus sobre os egípcios, além disso o cumprimento de Sua promessa já realizada no chamado de Moisés (cf. Ex 3,21). Há, aqui, uma referência ao que já fora dito em Ex 11,3.
O que significa dar presentes na época da Bíblia?
Os egípcios, por uma atuação divina, passaram ter um olhar de benevolência em relação aos israelitas, dando-lhes presentes. Este era um costume, no Antigo Oriente Próximo.
Nos dias bíblicos era costume dar presentes de todos os tipos por uma série de razões: obter uma noiva, pagar um dote, selar uma amizade, apaziguar um inimigo, alimentar alguém com fome, expressar amor e muito mais.
A oferta de presentes é um excelente e útil costume; por exemplo, em Provérbios 18,16 se afirma que “um presente que um homem dá o conduz à presença dos grandes” (cf. Gn 43,11; Jz 3,18; 1Sm 9,7; 10,27; 2Sm 17,27-29; 1Rs 10,2; 14,3; 2Rs 5,5.15; 8,9; 2Cr 9,24; Sl 72,10; 76,11; Mt 2,11).
Aqui, de modo claro, o autor mostra que o desespero dos egípcios foi tão intenso que atenderam o pedido dos israelitas e deram presentes para apaziguar “o inimigo”.
Qual é o sentido dos 600 mil homens israelitas que saíram do Egito?
A segunda parte dessa passagem, formada pelos vv.37-39, dá detalhes a respeito de como foi a saída dos israelitas. Um dos mais interessantes consiste na informação a respeito do número de homens que foram embora do Egito: 600 mil. O que isso significa?
Segundo informações arqueológicas, o exército egípcio tinha entre 25.000 a 30.000 soldados. E sua população era de mais ou menos três a cinco milhões. Diante disso, é muito difícil que o número de israelitas, de acordo com a Bíblia, tenha sido tão grande. O texto deixa claro que 600 mil eram apenas os homens, sem contar mulheres e crianças. Isso seria praticamente impossível.
A Bíblia é um livro cheio de expressões idiomáticas e símbolos. Essa é uma estratégia que seus autores utilizavam para transmitir uma mensagem. Diante disso, é possível que este número exagerado tenha o seguinte significado:
Em Ex 38,26 e Nm 1,46; 2,32, é dito que o número de homens do povo de Israel somava 603.550. Na língua hebraica, as letras são, ao mesmo tempo, números. O valor numérico da expressão hebraica “bney Israel”, que significa em português, “filhos de Israel, é 603.000. De tal modo, o que o autor quer dizer é que “todos” os israelitas saíram do Egito.
Nesta semana, estudaremos as prescrições dadas por Deus aos israelitas para que eles celebrassem de modo profundo a Páscoa (Ex 13,1-2.11-16).
Faça uma oração, clamando a presença do Espírito Santo, para que o estudo dessa semana gere frutos de vida cristã.
Leia Ex 13,1-2.11-16. Agora, destaque o que mais te chamou a atenção.
Qual é a intenção do autor ao trazer, no contexto narrativo da libertação da escravidão do Egito, a lei dos primogênitos?
O autor, no meio da narrativa da saída de Israel do Egito, coloca outra lei que o povo deveria obedecer. Seu intento é provocar uma ação no leitor-ouvinte: fazer com que ele se recorde de que, a cada nascimento de um primogênito humano ou animal, Deus o resgatou da “casa da escravidão”.
Assim, em comemoração do resgate de Israel do Egito e da décima praga, todo homem primogênito - animal ou humano - deveria ser consagrado a Deus (cf. Ex 13,2).
Como a cultura do Antigo Oriente Próximo entendia a relação dos primogênitos com as divindades?
A prática de resgatar crianças primogênitas e animais de uma reivindicação de propriedade de uma divindade era algo comum naquele tempo e cultura. Inclusive, algumas formas dessa prática resultaram em sacrifício de crianças no antigo Oriente Próximo, se elas não fossem resgatadas, pois algumas divindades cananeias eram compreendidas como donas das crianças.
Como funcionava a prática de oferta dos primogênitos animais na cultura do Antigo Israel?
O primogênito de animais ritualmente limpos era dedicado ao Senhor. Ele era trazido ao tabernáculo (ou mais tarde, ao templo) dentro de um ano, a partir do oitavo dia após o nascimento. Este animal era, então, sacrificado e seu sangue aspergido sobre o altar. Sua carne era para os sacerdotes (cf. Ex 13,13; 22,30; Nm 18,17).
Como era feito com os primogênitos dos animais impuros?
Já o primogênito de animais impuros poderia ser resgatado com um acréscimo de um quinto de seu valor, que era determinado pelo sacerdote. Se não fossem resgatados, esses animais seriam vendidos, trocados ou destruídos pelos sacerdotes (cf. Lv 27,27). O primogênito de um jumento seria resgatado com um cordeiro (cf. Ex 13,13). Se não fosse resgatado, seria morto. A carne de animais impuros não era comida.
Qual era a função do primogênito humano?
O primogênito agia como sacerdote da família na ausência ou morte do pai. Esaú e Rúben são ambos exemplos (Gn 27,19.32; 1Cr 5,1.2). Esta posição do primogênito cessou quando o sacerdócio foi confiado à tribo de Levi (Nm 3,12.13). Assim, todos os primogênitos das gerações seguintes tiveram que ser resgatados.
O dinheiro do resgate se tornou parte da renda anual dos sacerdotes levitas (8,17; 18,16). Uma dupla porção da herança familiar era o direito do primogênito. Isso os protegia, quando havia um casamento polígamo. O filho de uma esposa favorita não pôde tomar o lugar do primeiro filho nascido da casa (Dt 21,17).
Como o Novo Testamento se utiliza dessa cultura para compreender melhor quem e qual era a missão de Jesus Cristo?
Para se ter uma noção da importância da cultura de primogenitura, o título “primogênito” é aplicado a Jesus Cristo (cf. Lc 2,7; Rm 8,29; Cl 1,15.18; Hb 1,6; Ap 1,5). Essa utilização tem o objetivo enfatizar o direito ou a preeminência de Cristo bem como sua posição como primeiro a ressuscitar dos mortos. Como primogênito, Cristo é herdeiro de todas as coisas (cf. Hb 1,2) e a cabeça da Igreja (cf. Ef 1,20-23; Cl 1,18.24; Hb 2,10–12).
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