Nesta semana, estudaremos o momento em que o povo de Israel se perdeu na idolatria e Deus pensou em eliminá-lo (Ex 32,7-14).
Faça uma oração, clamando a presença do Espírito Santo, para que o estudo dessa semana gere frutos de vida cristã.
Leia Ex 32,7-14. Agora, destaque o que mais te chamou a atenção.
O que o desgosto gerou em Deus?
Em toda a narrativa da libertação da escravidão, Deus se referiu a Israel como pertença sua, assim Ele utilizava o pronome possessivo “meu” para falar de sua relação com o povo (cf. Ex 3,7; 5,1; 7,4.16; 9,1.17; 10,3–4).
No primeiro versículo de nossa perícope (v.7), Deus pede que o líder do êxodo desça do monte Sinai para resolver o problema da idolatria, dizendo que o povo lhe pertencia: “o teu povo”. O desgosto do Senhor o conduziu a não querer mais Israel. Isso “quebra” a linguagem anteriormente utilizada.
O que significa a expressão “cerviz dura”?
Deus afirmou que o povo tinha uma “cerviz dura”, ou seja, um “pescoço duro” (cf. Ex 32,9). Essa linguagem é utilizada na cultura dos israelitas para falar da experiência de dificuldade de domar um animal teimoso, como um boi ou cavalo.
O que a expressão “farei de ti uma grande nação” significa?
No v.10, existe uma expressão aparentemente contraditória: “deixa-me, para que se acenda contra eles a minha ira e eu os consuma; e farei de ti uma grande nação”. Deus fala que vai consumir Israel; depois, que fará de Moisés uma grande nação.
Essa fala de Deus, talvez tenha o sentido de provar Moisés. Seria uma sedução para o líder do êxodo ser o patriarca de um novo povo, “os filhos de Moisés”. Mas, ele, como verdadeiro pastor, não desistiu de Israel. Diante disso, ele faz sua oração intercessora (cf. Ex 32, 11–13 que será retomada nos versículos 31-32), pautando-se na oração de Abraão (cf. Gn 18,22–33).
Por que Moisés relembra que o povo pertence a Deus?
Diante disso, Moisés reafirma: “Por que, ó Senhor, se acende a tua ira contra o teu povo” (Ex 32,11). O líder do êxodo recorda que Israel pertence ao Senhor. Além disso, traz à tona a memória de que Deus os fez sair do Egito. Isso é um argumento muito forte, diante do Deus de Israel, pois Ele fez uma aliança com Abraão, Isaac e Israel (cf. Ex 32,13).
Por fim, Deus voltou atrás.
Nesta semana, estudaremos um dos episódios mais significativos da tradição bíblica e da fé judaico-cristã, o momento no qual Moisés, líder dos israelitas, quebra, ao descer do Sinai, as tábuas da Lei (Ex 32,15-24).
Faça uma oração, clamando a presença do Espírito Santo, para que o estudo dessa semana gere frutos de vida cristã.
Leia Ex 32,15-24. Agora, destaque o que mais te chamou a atenção.
Como é a estrutura paralela do texto de Ex 32,15-24?
O texto de Ex 32,15-24 tem uma estrutura muito bem construída com paralelismos:
A) v.15-16: As tábuas da Lei nas mãos de Moisés
B) v.17: Diálogo entre Moisés e Josué
C) v.18: A Resposta de Moisés
A’) v.19-20: As tábuas da Lei jogadas das mãos de Moisés
B’) v.21: Diálogo entre Moisés e Aarão
C’) v.22-24: A Resposta de Aarão
Quantas vezes Moisés subiu e desceu do Monte Sinai, segundo a narrativa do êxodo?
O v.15 faz menção à descida de Moisés. É importante salientar que, ao longo de toda a narrativa da libertação, diversas vezes aparece a o tema da subida e da descida do líder do êxodo: a primeira subida-descida está em 19,3-6.7s; a segunda, 19,8-13.14-19; a terceira, 19,20-24.25; a quarta, 24,9-32,14.15-30; a quinta, 32,31-33.34 até 34,3; 34,4-28.29-35. Essa foi uma forma como o autor encontrou para ensinar a respeita da relação entre Deus, Moisés, a Lei e o povo.
Por que Moisés recebeu duas tábuas da lei?
O texto fala, no v.15 que havia duas tábuas da Lei, ambas inscritas na frente e atrás. O uso de duas tábuas, provavelmente, indica que Moisés recebeu duas cópias, não que alguns dos mandamentos estavam em uma tábua e alguns na outra. Isso serve para demonstrar a importância do escrito.
Por que as tábuas eram de pedra e não de barro?
O fato de serem de pedra sugere um tamanho maior do que as tábuas de argila, embora as tábuas de pedra inscritas, como o calendário Gezer, fossem pequenas o suficiente para caber na palma da mão. A prática egípcia desse período era usar pedaços de pedra lascados. Aquilo que era escrito em pedras subsistia mais do que quando o material era barro.
Outra curiosidade era a seguinte: inscrição na frente e nas costas não era incomum. Quando a escrita chegava à parte inferior de um lado, o escriba continuava frequentemente em torno da borda inferior e passava para o segundo lado. Mesmo os pedaços de pedra ou barro que cabem na palma da mão podem conter de quinze a vinte linhas.
Qual era o significado da dança para o Antigo Oriente Próximo?
Quando Moisés desceu, ele viu os israelitas dançando (v.19), essa prática costumava estar relacionada à cultos no mundo antigo e, especialmente em contextos de fertilidade. Além disso, essa prática era conhecida no contexto da celebração de vitórias militares, o que se encaixaria nessa celebração da divindade que os tirou do Egito.
Por que Moisés quebrou as tábuas da lei?
A quebra das tábuas, embora seja resultado da raiva de Moisés, não é um acesso de temperamento. O rompimento de uma aliança era tipicamente simbolizado pela quebra das tábuas nas quais os termos do contrato estavam inscritos.
Qual é o sentido de o povo beber o pó do bezerro de ouro?
Moisés destruiu o bezerro, queimando-o, triturando-o, reduzindo-o a pó; depois, misturando-o na água, deu de beber ao povo.
A sequência de queimar-triturar-espalhar-comer também é encontrada em um texto ugarítico para indicar a destruição total de uma divindade. A bebida forçada pelos israelitas não é especificada como punição contra eles, mas representa a destruição final e irreversível do bezerro.
Essa prática tem mais algum sentido?
Sim. Muitas vezes, essa prática está associada ao teste que era feito com uma mulher pega em adultério. Isso se encontra em Nm 5,16-22. Dava-se água suja para a pessoa, se ela estivesse em adultério, vomitaria. Assim, Deus testou Israel, diante de sua idolatria com o bezerro de ouro.
Nesta semana, estudaremos um dos episódios mais difíceis de serem explicados em nossa narrativa do êxodo. Trata-se do momento no qual Moisés faz uma convocação a fim de saber quem está do lado do Deus de Israel e, depois que os levitas dizem sim, ordena-lhes que matem os infiéis (Ex 32,25-30).
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Leia Ex 32,25-30. Agora, destaque o que mais te chamou a atenção.
Qual era situação israelitas?
Moisés observa a cena do povo “desenfreado” (v.25), diante do bezerro de ouro (cf. Ex 32,15-24). O problema é que Israel está “sem restrições”, essa seria uma das traduções do termo hebraico para, utilizado aqui.
Essa mesma palavra é usada, ironicamente, em Ex 5,4, em que o Faraó descreve Israel, que não manteve seu trabalho (cf. Pv 29,18), ou seja, estava “sem o que fazer”.
Qual foi o apelo feito por Moisés?
Nesse contexto, Moisés faz um apelo à lealdade ao Senhor: Quem está do lado do Senhor? Venha até mim! (32,26a). Em hebraico, seu grito de três palavras é ainda mais abrupto e conciso; algo como: Quem é pelo Senhor? Até mim! Esta é a questão central em nosso texto.
Quem foram os que ouviram o apelo de Moisés?
A resposta foi surpreendentemente limitada. Embora todos os filhos de Levi tenham se reunido ao seu redor (32,26b), eles são aparentemente os únicos. O texto não nos dize se a maioria das pessoas permaneceu imóvel por inércia, confusão ou teimosia sombria, persistindo no desejo de adorar o bezerro. Seja como for, apenas os levitas, o próprio clã de Moisés e Arão (cf. Ex 2,1; 6,16-25), estão prontos para declarar sua lealdade inequívoca a Deus e a Moisés.
Como linguagem profética se relaciona ao julgamento de Deus?
Moisés se dirige a eles no estilo do discurso profético (assim diz o Senhor; essa fórmula apareceu já em Ex 5,1). Sua ordem para eles é ir e voltar pelo acampamento e matar seu irmão, seu amigo e seu vizinho (cf. Ex 32,27) e, no v.29, são acrescentados seus filhos.
A utilização da linguagem profética, nesse texto tão antigo, de algum modo, evoca a noção de julgamento implacável da parte de Deus. Essa teologia permanecerá em toda a Escritura não para ressaltar a concepção de uma divindade má, mas para mostrar que a fidelidade à Aliança é fundamental.
Quem são as cerca de três mil vítimas (32,28)?
Nós não sabemos. Tais incertezas, juntamente com o número de por volta de 3.000, devem nos alertar para não nos preocuparmos demais com as especificidades da cena.
O número 3.000 pode ser estereotipado (cf. Jz 16,27) e também pode estar relacionado aos 600.000 homens que deixaram o Egito (12,37). Nesse caso, a mensagem é que um número significativo, porém relativamente pequeno, ou seja, apenas meio por cento dos culpados foi executado.
O que significa a fala de Moisés aos levitas?
isés diz aos levitas: Hoje vocês se ordenaram para o serviço do Senhor (32,29a). É possível que eventos históricos complexos, incluindo o relacionamento dos levitas com outros grupos sacerdotais, tenham sido resumidos em nossa passagem (cf. Dt 33,8–9).
No nosso contexto atual, no entanto, a palavra de Moisés não se refere ao status formal dos levitas, mas ao fato de que o compromisso total com Deus, mesmo quando caro, se qualifica para o serviço de Deus e também traz bênção (32.29b; cf. Nm 25,10–13).
Nesta semana, estudaremos a nova oração de Moisés, ou seja, um novo clamor que ele faz a Deus a fim de que Israel não fosse destruído. Esse texto de Ex 32,30-35 ensina um modo de agir muito bonito do líder do êxodo que serve de modelo para o cristão atual.
Faça uma oração, clamando a presença do Espírito Santo, para que o estudo dessa semana gere frutos de vida cristã.
Leia Ex 32,30-35. Agora, destaque o que mais te chamou a atenção.
Por que aparecem duas intercessões de Moisés pelo povo diante de Deus?
Antes da descida de Moisés da montanha, Deus havia tomado a decisão de destruir os israelitas (cf. Ex 32,14-15). Além disso, os culpados foram punidos com a morte (v.27–28).
Mesmo assim, Moisés diz ao povo que eles pecaram muito ao fazer o bezerro e ele volta ao Senhor para buscar perdão em favor deles. Deus responde que punirá o povo, e o fará com uma praga (v.34–35). As duas intercessões podem refletir duas fontes separadas combinadas aqui por um editor ou redator final.
Qual seria a outra explicação possível para o relato da segunda intercessão de Moisés?
Uma segunda explicação seria a de que Moisés pode ter intercedido duas vezes pelo povo por causa da responsabilidade corporativa: a declaração de Moisés no v.30 refere-se não às pessoas que já foram punidas e mortas, mas ao resto dos israelitas (cf. Ex 20,5) que participaram também do pecado de idolatria.
O que Moisés pediu ao Senhor nesse segundo clamor?
Moisés não pede a Deus que se abstenha de destruir o povo, como ele fez nos v.14-15. Antes, ele quer que o Senhor perdoe os israelitas e está disposto a substituir a si mesmo. Aqui, o líder do processo de libertação se entrega por todos.
A entrega de si mesmo, feita por Moisés, será o modelo de quem no Novo Testamento?
O ato de Moisés de oferecer a si mesmo em favor de todos será um modelo a partir do qual o cristianismo primitivo compreenderá a ação de Jesus que dá sua vida por toda a humanidade (cf. Hb 10,10).
De onde vem a crença de que existe um livro da vida?
Moisés pede que Deus o risque de seu livro (v.32). Essa concepção advém da cultura presente no Antigo Oriente Próximo. Acreditava-se que a divindade mantinha livros também, assim como os reis o tinham para registrar seus feitos de governo.
Esse conceito é bem conhecido na Mesopotâmia, por exemplo, onde os livros contábeis dizem respeito tanto aos decretos do destino quanto às recompensas e punições.
Em um hino sumério a Nungal, a deusa discute sua justiça enquanto castiga os iníquos e traz misericórdia para aqueles que merecem. Ela afirma ter nas mãos as tábuas da vida, nas quais escreve os nomes dos justos.
Onde o conceito de livro da vida aparece no Antigo Testamento?
A expressão “livro da lembrança” ou “livro da vida” é encontrada nas Escrituras, por exemplo, em Ex 32,32; Sl 40,7; 69,28; 139,16; Is 4,3; 65,6; Ez 2,9-10; 13,9; Zc 5,1-4; Ml 3,16.
Onde esse conceito aparece no Novo Testamento?
No NT, esse conceito aparece novamente como o livro da vida (por exemplo, Fl 4,3; Ap 20,12.15; 21,27).
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