Em 20 de novembro, comemoramos o Dia da Consciência Negra. A data foi escolhida por ter sido o dia em que Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra ao regime escravocrata, foi assassinado, em 1695. Nesse dia, o objetivo é fazer com que todos reflitam sobre a inserção do negro na sociedade brasileira e sobre a questão da igualdade racial.
Na verdade, o ideal era nunca precisarmos abordar assuntos como racismo e preconceito, mas os fatos históricos e as situações que presenciamos em nosso cotidiano nos lembram que devemos, sim, ter dias como o 20 de novembro. Temos o direito e a obrigação de repudiar o preconceito racial e marcar essa data com o debate sobre as políticas de ações afirmativas para o acesso dos negros, ao que um Estado democrático de direito deve oferecer a todo e qualquer cidadão: direito à educação, à saúde, à justiça social etc.
Devemos ter a consciência de que somos todos iguais, tanto para a sociedade quanto para Deus. “Então, Pedro tomou a palavra e disse: Agora vejo com toda a clareza que Deus não faz discriminação de pessoas, mas que, em qualquer nação que seja, quem o teme e pratica a justiça é aceito por Ele... (At 10,34).
O idealizador do Dia Nacional da Consciência Negra foi o poeta, professor e pesquisador gaúcho Oliveira Silveira (1941-2009). Ele era um dos fundadores do Grupo Palmares, que reunia militantes e pesquisadores da cultura negra brasileira, em Porto Alegre (RS). De lá para cá, a data tem motivado a promoção de fóruns, debates e programações culturais sobre o tema em todo o país.
Anualmente, o Santuário Nacional de Aparecida (SP) acolhe a Romaria das Comunidades Negras. A Casa da Mãe Aparecida é cenário para as atividades e união das entidades negras. A Missa-afro celebrada no santuário é caracterizada pelo louvor dos agentes de pastoral, pela vida e pelo compromisso de um mundo mais justo.
As comunidades negras celebram partilhando a Eucaristia, mas também o canto, a dança, mostrando a sua criatividade. A tradição cultural afro-religiosa tem na comunidade a expressão maior de sua vivência. Trabalhos, festas, atividades religiosas, tudo está relacionado com a participação da comunidade nesta luta contra a desigualdade.
TEXTO: REVISTA DE APARECIDA, EDIÇÃO DE NOVEMBRO
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