O povo de Deus vivia em grande desânimo. Praticamente resignado com o nada. Nem sequer percebia um fio de esperança, uma porta de saída ou de escape. Tinha-se por um pequeno “resto” entregue à desolação. E na profundidade da leitura que faz através de Seu profeta, Deus irrompe uma vez mais, com decisão, em sua vida, e como fermento de revitalização: “Se isso parece impossível aos olhos do resto desse povo naqueles dias, será talvez impossível também a meus olhos? – oráculo de Javé dos exércitos” (Zc 8,6).
Haveria algo impossível ao Amor? Deus Se sentia também presente naquela desolação. Mas, o povo precisava igualmente tê-Lo como esse Deus poderoso, e Deus deles e para eles! “Ah! Senhor Javé, vós fizestes o céu e a terra com grande poder e com braço forte; nada vos é impossível” (Jr 32,17). O povo precisava sentir esse Deus a seu lado e do seu lado: isso lhe injetaria esperança, coragem de recomeçar. E que maravilha! Tinha sido a infidelidade a Deus e à Sua Aliança que criara aquele deplorável exílio, aquele desânimo generalizado por tudo, também por seu Deus! Infidelidade, porém, que não abalou o coração de Deus, o Esposo traído, mas que não desistia! “Sinto grande ciúme por Sião e uma grande paixão por ela me inflama” (v.2).
É um absoluto recomeço que Deus tem em mente e no coração: “Assim diz Javé dos exércitos: ‘Eu salvo meu povo do país do oriente e do país do ocidente: ‘Eu os reconduzirei para morarem em Jerusalém’” (v.7-8a). É um novo êxodo, arrancando daquela desolação o Seu povo para o reconduzir à sua terra, à terra sempre prometida.
Mas, esse repatriamento não era tudo, e nem o que havia de mais significativo para aquele divino coração. Ele também Se vira excluído de Sua terrena cidade, de Sua particular presença no meio de Seu amado povo. Mas, nova esperança Lhe aflora no coração: “Voltarei a Sião e morarei em Jerusalém” (v.3a). E mais, Sua cidade, qual Sua noiva, será também outra, será a noiva da fidelidade tão sonhada: “Jerusalém será chamada cidade fiel, e o monte de Javé dos exércitos, monte santo” (v.3b). “Cidade fiel... monte santo”!
“Jerusalém”, a morada do povo, como que o próprio povo, sendo chamada por Deus “cidade fiel”, Sua esposa fiel! E “o monte de Javé dos exércitos”, o monte Sião, onde se encontra o templo, também por Deus chamado de “monte santo”, monte d’Ele! O Deus santo convivendo com Seu povo fiel, procurando ser santo como Ele: “sede santos porque eu, Javé, vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2b).
Essa fidelidade recíproca criará a paradisíaca felicidade na terra: “Assim fala Javé dos exércitos: ‘Velhos e velhas se sentarão ainda nas praças de Jerusalém, cada qual com seu bastão na mão por causa de sua idade avançada. “As praças da cidade estarão cheias de meninos e meninas a brincar nas praças’” (v.4-5).
As “praças” de Sião lembrarão o sonhado “jardim” do prazeroso passeio “à brisa do dia”, local da convivência pacífica de todos, de Deus conosco e de nós com Ele (cf. Gn 3,8).
Idosos a conversar, muitas crianças a brincar na invejável paz. Deus nos confidenciando Seu sonho para nossa terra, Seu reino de fato se implantando na terra: assim, “eles serão meu povo e eu serei seu Deus, na fidelidade e na justiça” (v.8b)
1. Minha fé em meu Deus me permite às vezes me ver num beco sem saída e desanimar?
2. Que Deus o profeta me desafia experimentar até nas infidelidades a Ele e a Seus planos?
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Por Redação, em Santuário Nacional