Só libertar da escravidão egípcia não esgotava o amor de Deus por Seu povo. Principalmente ansiava ter com o povo uma profunda intimidade de vida: que Ele e o povo fossem uma família, que Ele fosse como o Esposo do povo-esposa numa convivência de amor e fidelidade!
Assim, já fora do Egito, no deserto junto ao monte Sinai, faz uma Aliança de vida com o povo. Aliança que Ele grava em duas tábuas de pedra para que não se apagasse nem fosse esquecida. Tábuas a serem conservadas na Arca da Aliança, dentro do objeto mais sagrado que o povo tinha em sua peregrinação, pelo deserto, rumo à Terra prometida.
Deus era a fidelidade por excelência. Mas, sempre sonhava com a recíproca fidelidade do povo, pois dela é que dependia sua felicidade já aqui na terra.
Mas, o povo não era fiel. E, que maravilha! Essa infidelidade não enfraquecia o coração de Deus. Ao contrário, mais Lhe afogueava o amor que nutria por Seu povo! Assim, Deus ressurge ainda mais confiante e propõe uma nova Aliança: “Eis que virão dias – oráculo de Javé – nos quais farei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma nova aliança” (v.31). Não era apenas confiança, mas já certeza que Deus voltava a depositar em Seu povo: “eis que virão dias”: Ele via já acontecendo esse dia tão sonhado!
“Nova” porque “não (será) como a aliança que fiz com seus pais, quando os tomei pela mão para fazê-los sair da terra do Egito, minha aliança que eles violaram, embora fosse o Senhor deles – oráculo de Javé” (Jr 31,32). Não, a esta Aliança seriam fiéis! Confiança também devido a esta grande novidade: “Esta será a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias – oráculo de Javé. Porei minha lei dentro deles e a escreverei sobre seu coração” (v.33a).
Que maravilha! Aliança não mais gravada em tábuas de pedra, em algo inteiramente exterior à intimidade do povo, mas, “porei minha lei dentro deles e a escreverei sobre seu coração”!
E ainda: será “minha lei”, a lei que é lei de minha própria vida, é essa lei que Eu gravarei no interior deles! Sim, o que é lei para Deus, o que Lhe orienta a vida e as atitudes, é esta mesma Sua lei que Ele vai gravar “dentro deles”, no “coração” do povo. Nos céus Deus não tem tábuas em que esteja gravada a Sua lei! Não, ela está gravada em Seu mais profundo ser, em Seu coração. A Sua lei gravada em Sua intimidade, é essa mesma lei que Ele gravará no “coração” do povo!
A lei de Deus no coração do povo, cria um novo coração, um novo povo: “Dar-lhes-ei um coração capaz de conhecer que eu sou Javé; eles serão meu povo e eu serei seu Deus porque voltarão a mim de todo o coração” (24,7). Um “coração” novo, mais divinizado, mais como o coração do próprio Deus: “farei com eles uma aliança eterna: não deixarei de segui-los para fazer-lhes o bem, porei em seus corações meu temor, para que não se separem de mim. “Terei prazer em fazer-lhes o bem e os fixarei solidamente neste país, com todo o meu coração e com toda a minha alma” (32,40-41). “Não deixarei de segui-los para fazer-lhes o bem”: o Amor tentando vencer nossa dureza mediante Sua bondade!
Esse coração divinizado viverá a fidelidade: “Então eu serei seu Deus e eles serão meu povo” (v.33b). E... como o Amor sonha grande! Assim transformados, “não terão mais de
instruir cada qual seu vizinho ou seu irmão, dizendo: ‘Conhecei Javé!’ porque todos me conhecerão, do mais pequeno ao maior – oráculo de Javé; porque eu perdoarei sua iniquidade e não me recordarei mais de seu pecado” (v.34).
Vivendo Sua “lei” para conosco, Seu perdão total que esquece nossa maldade, eis Sua única força capaz de enfim nos levar à fidelidade!
1. “Virão dias”: já dei a Deus essa esperança de Ele gravar Sua lei, Seu próprio amor em minha mais profunda intimidade?
2.A sucessão de meus dias é de crescimento meu na fidelidade a meu Deus, a Seus planos para mim?
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Por Redação, em Santuário Nacional