Para aumentar a conscientização ambiental a respeito da Mata Atlântica, desde 1999, o 27 de maio é dedicado a este ecossistema. Presente em 17 estados do Brasil e cobrindo 15% do território nacional, o bioma é o mais degradado do país, com apenas 12,4% de sua floresta original.
Ações em todo o país buscam melhorar estes índices por meio do reflorestamento. Em Aparecida (SP), o Santuário Nacional, em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, realiza, desde 2016, um projeto que está devolvendo a vida para um território de 272 hectares, o equivalente a 300 campos de futebol.
“A gente vem trabalhando um processo que chamamos de restauração florestal de áreas degradadas. É uma área bem grande onde havia uma pastagem bem degradada e agora está sendo convertida em uma área de Mata Atlântica, como era originalmente”, explica o gerente de Restauração Florestal da SOS Mata Atlântica, Rafael Bitante Fernandes.
Desde o começo da mútua cooperação, 524 mil árvores foram plantadas em duas cidades do Vale do Paraíba. Cerca de 100 mil mudas foram plantadas em Taubaté (SP). Outras 430 mil na Fazenda Santana, localizada próximo à Rodovia Presidente Dutra, em Aparecida. A área está em recuperação desde 2002, mas teve seu processo potencializado pela parceria.
“Sozinho, o Santuário levaria décadas para restaurar os hectares que temos. Com a cooperação da SOS Mata Atlântica, hoje já estamos com 85% dos plantios efetivados”, comemora o gestor de Áreas Verdes do Santuário Nacional, Washington Agueda.
Os números já caracterizam o programa como o maior plantio de mudas nativas na cidade de Aparecida. A meta é que os números cheguem a 620 mil.
O sucesso da empreitada ficou ainda mais evidente com o retorno de animais da fauna local ao espaço. Os técnicos que cuidam da área já atestaram a presença de animais ameaçados de extinção, como a rara águia-cinzenta, e o famoso Lobo-guará, que atualmente estampa a nota de duzentos reais.
“Isso é um reflexo muito interessante. É a natureza dando resposta positiva a este trabalho que estamos fazendo”, afirma Bitante.
O resultado impulsiona os próximos passos do projeto. As áreas continuarão sendo preservadas e darão origem a uma unidade de conservação. Um plano de manejo para o espaço está sendo desenvolvido.
“O objetivo é garantir a biodiversidade para as futuras gerações. Tudo isso dentro da concepção do cuidado com a Casa Comum, pedida pelo Papa Francisco”, conta Washington.
Foi o próprio pontífice quem inspirou o projeto. A cooperação entre o Santuário Nacional e a SOS Mata Atlântica nasceu a partir de uma resposta concreta do Santuário Nacional à Encíclica Laudato Si, escrita pelo Papa Francisco em 2015. No texto, o pontífice convida os fiéis a protegerem a “Casa Comum” por meio do “desenvolvimento sustentável e integral”, assinala o chefe da Igreja Católica.
Além do reflorestamento, a parceria também contempla outras ações. Entre elas, projetos de educação ambiental com jovens, ações de sensibilização e engajamento da sociedade pela conservação da Mata Atlântica.
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