O Santuário Nacional comemora, neste sábado (04), 40 anos de sua sagração e da recepção do título de Basílica. O templo, maior do mundo dedicado à Virgem Maria, teve seu altar abençoado pelo Papa João Paulo II, hoje canonizado, no dia 4 de julho de 1980, durante a primeira visita do pontífice ao Brasil. Na oportunidade, o Papa também elevou a nova igreja ao título de Basílica Menor.
Para marcar a data, uma missa será rezada no Altar Central da Basílica no sábado. A celebração acontece às 9h, sem a presença dos devotos de Nossa Senhora Aparecida.
O local foi o mesmo em que, há 40 anos, Karol Wojtyla, nome de batismo de João Paulo II, sagrou e abençoou o templo e o altar. A cerimônia católica pode ser comparada à “inauguração” do templo religioso, já que por meio das orações e da unção com o óleo, o edifício passa a ser destinado exclusivamente às celebrações e rituais da Igreja.
“Este templo é morada do Senor dos senhores e Rei dos reis. Nele, tal a Rainha Ester, a Virgem Imaculada, que conquistou o coração de Deus e em quem grandes coisas fez o Onipotente, não cessará de acolher numerosos filhos e interceder por eles: Salva meu povo, eis o meu desejo”, afirmou João Paulo II em sua homilia na Terra da Padroeira.
Quem acompanhou de perto a sagração, lado a lado com o pontífice, foi o padre Antônio Agostinho Frasson. Na época o sacerdote, que possuía apenas sete anos de ordenado, foi encarregado de narrar para as emissoras que transmitiam a celebração o que acontecia dentro da Basílica.
“Eu tinha 34 anos e fui destacado para fazer a narração da sagração do Altar Central do Santuário e das colunas da Basílica para as emissoras que estavam transmitindo a Visita. Para mim, essa realidade foi marcante”, conta o religioso.
Apenas o rito de sagração do altar aconteceu dentro do templo. A maior parte da cerimônia aconteceu no exterior da Basílica, na Esplanada que hoje recebe o nome do papa polonês.
Cerca de 300 mil peregrinos entoaram o famoso hino “A bênção, João de Deus”, cantado na acolhida ao pontífice realizada ao redor do Santuário. Mas foi no silêncio da Basílica quase deserta que o jovem padre Frasson viveu um dos momentos mais inesquecíveis de seus quase 50 anos de sacerdócio.
“Foi impressionante a entrada do papa com a comitiva de sacerdotes e cerimoniários que o ajudaram. Quando ele subiu os degraus do presbitério e bateu o báculo no chão, olhou para mim. A emoção naquele momento de sagração foi muito pessoal”, recorda Frasson.
Emoção compartilhada pelos devotos que acompanharam a cerimônia. Ao fim da celebração, João Paulo II abençoou o povo com a Imagem original de Nossa Senhora Aparecida, que ele fez questão de beijar em seguida. Logo depois, o papa Wojtyla concedeu ao templo que havia acabado de sagrar o título de Basílica Menor.
O pontífice ofereceu ainda um presente inesperado: cinco mosaicos fabricados no Vaticano e destinados à Nova Basílica. Nele, são representados os quatro evangelistas – Mateus, Marcos, Lucas e João – e ao centro, o Cordeiro Pascal, símbolo de Cristo. O presente papal hoje encontra-se na Capela do Santíssimo Sacramento da Basílica, como testemunha silenciosa da primeira visita de um papa ao Santuário da Padroeira.
Além de Aparecida (SP), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Manaus (AM), Recife (PE), Salvador (BA), Belém do Pará (PA), Teresina (PI) e Fortaleza (CE) também foram municípios visitados por João Paulo II em 1980. O pontífice retornou outras três vezes ao Brasil, sendo duas em viagens oficiais e uma durante uma escala em um voo rumo à Argentina.
Fonte: Santuário Nacional
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