Missa

4º Dia Mundial dos Avós e das Pessoas Idosas é celebrado com muita alegria na Casa da Mãe

“É uma grande possibilidade de oferecer cinco pães e dois peixes e o próprio Deus se encarregará de multiplicar a vida.” Afirma Dom José Antônio Peruzzo

Escrito por Rhanna Felicio

28 JUL 2024 - 10H15 (Atualizada em 29 JUL 2024 - 16H07)

Neste domingo (28), o Santuário Nacional celebrou o 4º Dia Mundial dos Avós e das Pessoas Idosas, uma ocasião especial que reconhece e valoriza a sabedoria, o amor e a contribuição que os mais velhos trazem para a nossa comunidade.

O tema deste ano, extraído do Salmo 71 “Na velhice não me abandones”, nos lembra que a solidão é uma realidade comum, que atinge muitos idosos, frequentemente desprezados pela cultura do descarte e vistos como um peso para a sociedade.

Os devotos e devotas de Nossa Senhora se reuniram em torno do Altar Central do Santuário Nacional, para a Santa Missa das 8h. A celebração eucarística foi presidida por Dom José Antônio Peruzzo, Arcebispo de Curitiba.

Andreza Galvão/A12
Andreza Galvão/A12

Ao dar início à Celebração Eucarística, Dom José Antônio Peruzzo afirmou:

“Quero ser grato ao Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, o qual é sempre receptivo às mais diversas causas da Igreja no Brasil, e aos peregrinos que atendem setores específicos da evangelização. Entre muitos, destaco hoje a Pastoral da Pessoa Idosa.” 

Ao iniciar a sua homilia, Dom Peruzzo relembrou as pessoas vítimas da tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul:

“Pessoas do Sul, de Porto Alegre e vizinhança, que tiveram suas casas inundadas completamente e vieram até aqui na Casa da Mãe buscar forças para si e para os outros, sejam bem vindos! E nunca esqueçamos daquele povo e daquela gente, que tem muitos motivos para derramar lágrimas, mas também belas experiências de fé em dias tão crucificantes.” 

O Arcebispo citou o Evangelho deste domingo (28) João (6,1-15): 

Jesus estava em uma colina com seus discípulos, e uma grande multidão estava com Ele, porque haviam visto os milagres que Ele havia feito. Quando Jesus percebeu que o povo estava com fome e não tinha comida suficiente, Ele perguntou a Felipe onde poderiam comprar pão para todos. Felipe disse ser impossível comprar comida para tanta gente. Então, André trouxe um menino que tinha cinco pães e dois peixes, mas isso parecia pouco para tanta gente. Jesus então pediu para que todos se sentassem e, então, Ele abençoou os pães e os peixes. De repente, todos começaram a comer e se saciaram. Depois, ainda sobraram doze cestos cheios de pedaços de pão. A multidão ficou tão impressionada que queria fazer de Jesus o rei, mas Ele se retirou sozinho para o monte. Esse milagre demonstra a capacidade de Jesus de suprir necessidades e revelou que Ele é o pão da vida”.

Nesta passagem bíblica, observamos que o evangelista não quis apresentar protagonistas, mas sim caminhos do Evangelho.

“O que foi traduzido “menino” na língua que o Evangelista escreveu não é uma pessoa jovem, frágil ou cheia de vida. No modo como ele escreveu, não se trata de um menino, mas de algo insignificante e, no qual esse ser tem apenas cinco pães de cevada, o pão mais pobre e mais barato para a época, e dois peixes. ” Dom José Antônio Peruzzo Ele não ofereceu do que faltava e nem do que sobrava; ofereceu quem era ele e o que tinha. Quando se fala de pão, nossa imaginação logo lembra do alimento. Mas no evangelho, desde o Antigo Testamento, o pão era a “Vida”. Quando se quer oferecer com gratuidade o que se tem, a vida se multiplica, os serviços se enumeram e as experiências de comunhão se irradiam e se difundem.

Então, com o exemplo do “menino”, com o pouco que ele tinha, tornou-se o grande e bastante suficiente. Com isso, podemos refletir que, muitas vezes, pensamos que temos tão pouco, somos ingratos com aquilo que Deus nos proporciona, egoístas demais para agradecer e de reclamar aquilo que almejamos e ficamos completamente cegos às dádivas que o Senhor nos presenteou.

A partir dessa reflexão, pensemos na Pastoral da Pessoa Idosa. O Papa Francisco tem falas primorosas sobre o Dia Mundial dos Avós e das Pessoas Idosas. 

“Recorda-se deles, dos idosos, lembra o quanto eles são esquecidos em muitos ambientes, numa cultura individualista que facilmente descarta a vida. O qual tem a vida semelhante à do “menino” do evangelho, que só tinha cinco pães e dois peixes. E os avós e idosos têm muita experiência, mas só têm experiência e sabedoria? A solidão parece envolver muitos idosos no nosso país, avós que são ignorados e esquecidos, o que este evangelho nos propõe? Voltemos as nossas atenções para multiplicar o serviço à vida lá onde a vida parece se encaminhar para sua conclusão, facilmente, dizemos, o seu fim.” Dom José Antônio Peruzzo

Uma realidade solitária

No Brasil, são em média 20 mil voluntários que visitam idosos. E aqueles que não têm ou que não podem participar de nenhum programa comunitário vivem solitários envoltos em uma cama, e muitos sonham com o final de sua vida de uma maneira mais apressada devido a tanta solidão e sofrimento.

E é justamente para esses que chega a Pastoral da Pessoa Idosa, tal qual o “Menino do evangelho de João” que não tem muito, mas o que tem torna-se suficiente! O mesmo leva e oferece os voluntários aos idosos: afeto, ternura e carícia. 

“ Visitamos 100 mil idosos todos os meses, mas existem milhares que estão esperando, seria uma grande dádiva de caridade da Igreja no Brasil quando conseguirmos multiplicar esses agentes que visitam os idosos. Muitos pensam que esses agentes são os que ajudam, mas em suma maioria são eles que são ajudados, pois quando vão de encontro a esses idosos se enchem de experiência de vida e de fé.”  

Muitos daqueles idosos perderam o sentido do dom da vida, mas com uma simples visita, chega um voluntário carregando amor, afeto e ternura e operam um verdadeiro milagre na vida daquele idoso. Isso é o poder que um toque de esperança pode fazer e simplesmente reacender a chama do “viver”.

“Esses toques de esperança, transmitidos a partir dos voluntários com os idosos, são sinais de ressurreição, que chegam até mesmo antes da morte.” Dom José Antônio Peruzzo

O Arcebispo ainda fez um apelo a todos que estivessem acompanhando a Santa Missa no Santuário Nacional ou em qualquer lugar do Brasil, para pensar nos idosos e refletir e até mesmo a fazer uma boa ação com o próximo, indo até um idoso, presenteando com um genuíno abraço.

Dom José Antônio Peruzzo afirma que “a Pastoral da Pessoa Idosa visitava, aproximadamente em média, 200 mil idosos, mas a pandemia levou muitos, tanto visitadores quanto idosos.” E complementa falando que o voluntariado parece demorar para adquirir ânimo: “É uma grande possibilidade de oferecer cinco pães e dois peixes e o próprio Deus se encarregara de multiplicar a vida.” 

4º Dia Mundial dos Avós e das Pessoas Idosas é uma data para celebrar e refletir a valorização dos mais velhos, enfatizando a importância da sabedoria e do carinho que eles oferecem as futuras gerações. 

E assim como no milagre dos pães e peixes, nossos pequenos gestos de amor e atenção para com os idosos podem ter um impacto imenso. A Pastoral da Pessoa Idosa, representa o espírito de serviço e solidariedade, é um exemplo claro de como cada ação, por menor que pareça, pode multiplicar a esperança e a dignidade na vida daqueles que mais precisam. 

Que possamos seguir o exemplo de generosidade e compromisso, fazendo do mundo um lugar mais acolhedor e cheio de vida para as futuras gerações. 

.:Acompanhe novamente a Santa Missa das 8h no Altar Central


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