Neste domingo (03), a Igreja no Brasil celebra a Solenidade de Todos os Santos. No Santuário Nacional, a santa missa das 8h no Altar Central foi presidida por Dom Orlando Brandes, que refletiu sobre as bem-aventuranças e o caminho para a santidade.
Com a Casa da Mãe cheia de fiéis, o arcebispo de Aparecida iniciou sua reflexão falando sobre a primeira leitura do dia, que nos lembra sobre o primeiro passo para a santidade.
“A Primeira Leitura disse assim: 'os santos e os anjos estão louvando a Deus no céu'. Mas como chegaram no céu para cantar tantos louvores? Porque foram lavados pelo Sangue do Cordeiro. Então a gente tem que deixar-se lavar pelo Sangue salvador. E aí está, então, o primeiríssimo passo para a nossa santificação”. Leia MaisPapa: "as práticas das Bem-aventuranças são caminho de santidade diária"As “Bem-Aventuranças” para o mundo de hoje
Ele continuou explicando sobre a santidade e lembrou a todos que os cristãos batizados já tem o primeiro passo para a santidade, pois somos convocados a ser santos, somos chamados por Deus.
“A Segunda Leitura falou do batismo. Primeiro passo depois da purificação, primeiro passo para a santificação. Somos filhos e filhas muito amados e, então, como filhos e filhas, temos tudo para irmos na direção da Santidade. Sim, irmãos e irmãs, os batizados são santos”.
Por vezes nos envergonhamos de buscar a santidade, de falar sobre Deus, de pregar o Evangelho, e o arcebispo reforça a importância desta missão.
“Cá entre nós, não pense que santo é pescoço torto. Não pense que ser santo é ser cafona. Ser santo é buscar em Jesus a graça da santidade, porque Ele é o santo de Deus”.
Dom Orlando explicou que, durante muito tempo, a Igreja entendeu a santidade como algo difícil de alcançar, necessitando de grandes gestos, mas que chegou um momento que a Igreja olhou para as escrituras e entendeu que não era algo inalcançável.
Santa Teresinha nos mostra isso. A Doutora da Igreja “mudou essa visão da santidade, pois não é coisa complicada, é humildade, é abandono, é nas coisas pequenas. Olha que coisa boa, nas coisas pequenas nós estamos nos santificando”.
Continuando sua reflexão sobre ser santo a cada dia, Dom Orlando enfatizou um pensamento que, por muito tempo, foi comum entre os cristãos.
“Em algum tempo a gente dizia assim: 'padre, bispo e freira é que são santos'. Não, não e não. Lá, no fundo da Igreja tem pessoas mais santas do que eu aqui. Há santos no meio de nós, há santos na nossa casa, há santos na porta, ao lado da porta, como diz o Papa Francisco. E como é bom a gente conviver com pessoas santas e nos estimular para ser um pouquinho melhor. Para mim, a santidade é isso: quero ser melhor do que sou, me esforço para ser melhor do que sou, esse é o caminho real da santificação”.
O arcebispo de Aparecida lembra que os santos também foram pecadores, mas encontraram o amor misericordioso de Deus que os fez santos “e, por isso, os santos não desprezam os pecadores”.
Ele ainda afirma:
“A santidade nos humaniza, a santidade torna o mundo melhor. A santidade, irmãos e irmãs é esse crer no amor do Pai, porque sou amado, vou amar. Aí está a perfeição da santidade: a santidade é o primeiro mandamento”.
Refletindo sobre o Evangelho do dia, Dom Orlando explica que as bem-aventuranças não fazem parte de um caminho difícil, pelo contrário “é um caminho de felicidade, santidade é felicidade, santidade rima com alegria, santidade são esses gestos tão bonitos que as bem-aventuranças nos mostram”.
Ele ainda simplificou as oito bem-aventuranças para os fiéis presentes, explicando que as quatro primeiras bem-aventuranças nos pedem para que eu seja santo pessoalmente, discípulo de Jesus.
“E as outras quatro bem-aventuranças: que eu ajude o mundo a ser santo, uma santidade social, uma sociedade que quer também ser santa, para que o mundo também seja mais santo. Jesus veio por amor, para que o mundo amado por Ele se torne melhor”.
Ao finalizar sua reflexão deste domingo, o arcebispo reforça o que os santos representam para os cristãos católicos, destacando que são grandes exemplos e que nos ajudam em nosso caminho para a santidade.
“O santo é santo pela graça de Deus. O santo não tira o lugar de Deus e nem sua imagem. 'Eu sou santo' — dizem os santos — 'pela graça de Deus. Eu sou santo pela vitória da graça de nosso Senhor Jesus Cristo em minha vida'. Então, o santo glorifica a graça de Deus, glorifica a vitória de Deus. Por isso, então, é claro que os santos movem o mundo. Os santos ajudam a Igreja a ser mais santa e os santos são exigentes consigo e muito bondosos com os outros. Vamos crescer um pouquinho na santidade”.
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