Missa

Missa de Finados: “Todos nós somos romeiros da eternidade, romeiros do céu"

Fiéis recordam entes falecidos em Santa Missa presidida por Dom Joércio Pereira, C.Ss.R.

Escrito por Luciana Gianesini

02 NOV 2024 - 09H44 (Atualizada em 02 NOV 2024 - 11H19)

Na manhã deste sábado, 2 de novembro, Comemoração de Todos os Fiéis Defuntoso Santuário Nacional de Aparecida foi o ponto de encontro para centenas de fiéis que, em romaria ou peregrinação pessoal, participaram da Santa Missa das 9h.

Reprodução/ YouTube Santuário Nacional
Reprodução/ YouTube Santuário Nacional

A celebração, presidida por Dom Joércio Gonçalves Pereira, C.Ss.R., bispo emérito de Coari (AM), e animada pelo padre Helder José, C.Ss.R., foi marcada por momentos de profunda oração e reflexão sobre a passagem para a vida eterna. A data, dedicada a rezar pelos falecidos, ganha no Santuário um significado especial, onde o tema da esperança se destaca em meio à saudade.

Durante a homilia, Dom Joércio iniciou sua mensagem destacando que a morte, para o cristão, não representa o fim, mas a continuação de uma vida junto a Deus. Ele afirmou:

“Nós nascemos não para morrer, nós nascemos para viver. Por isso que nós temos que viver a nossa vida com Deus, porque o nosso destino também é Deus. A morte é apenas uma porta necessária e todos nós vamos passar por ela. Mas a certeza é que do outro lado nós não vamos cair no vazio, nós vamos cair nos braços do Pai. Eis a eternidade feliz: cair nos braços do Pai”. (cf. 2 Coríntios 5,1)

Reprodução/ YouTube Santuário Nacional
Reprodução/ YouTube Santuário Nacional

Dom Joércio incentivou os presentes a refletirem sobre a realidade da morte, não como algo distante, mas como uma parte da vida de cada um.

“Meu irmão e minha irmã, neste dia de hoje é importante você tomar consciência que você também vai morrer. A gente não acredita muito nisso, não. A gente vai na morte dos outros. Vamos ao velório, vamos no cemitério, mas é a morte dos outros. E a gente não gosta de pensar na própria morte. E cada dia que passa tá chegando. Você também vai morrer. Pense nisso, que o dia de hoje é propício pra você tomar consciência que aqui você está de passagem. Você não tem morada fixa aqui” (cf. Salmo 90,10).

O bispo prosseguiu, comparando a vida cristã a uma romaria espiritual:

“Todos nós, como você está fazendo hoje a sua romaria em Aparecida, somos romeiros da eternidade, Romeiros do céu. Então, meu irmão, minha irmã, tome consciência: eu vou morrer.” Dom Joércio Gonçalves Pereira, C.Ss.R., Bispo emérito de Coari (AM)

Segundo ele, essa consciência deve levar cada um a fazer o bem, evitando o mal. “Se você tomar consciência disso, garanto, tem muita coisa que você faz que você vai deixar de fazer, sobretudo o mal. E muita coisa que você ainda não está fazendo, você vai começar a fazer.” Para ele, o verdadeiro propósito da vida está em viver bem, inspirando-se no exemplo de Jesus, que passou pelo mundo fazendo o bem (cf. Atos 10,38).

Referindo-se ao Evangelho de São Mateus, Dom Joércio recordou a importância de praticar obras de misericórdia.

“A única coisa que nós vamos levar daqui é o bem que nós fazemos. E Jesus já deixou para nós como que vai ser o exame final: no Evangelho de São Mateus, o bem que nós fazemos para os outros. ‘Eu tive fome, você me deu de comer. Eu tive sede, você me deu de beber. Eu era estrangeiro, você me acolheu. Eu estava nu, você me vestiu. Eu estava doente, você cuidou, me visitou. Eu estava na prisão e você foi me visitar’” (cf. Mateus 25,35-36).

Reprodução/ YouTube Santuário Nacional
Reprodução/ YouTube Santuário Nacional

Para o bispo, a vida cristã deve ser fundamentada no amor e na caridade, de modo que a partida de cada um seja marcada por um legado de boas obras. Ao final da homilia, Dom Joércio destacou a importância de viver com esperança e gratidão.

Precisamos ter esperança. A nossa vida, gente, é uma vida tão gostosa, tão boa, que ela não pode acabar. Nós não nascemos para acabar, porque nós somos de Deus, temos a vida de Deus. A nossa vida não pode acabar com a morte. Ela tem que continuar. E pela esperança, pela fé que nós temos, e pela vivência do amor, da caridade, do nosso dia a dia, a certeza que nós temos da eternidade feliz (cf. 1 Coríntios 15,54-55).

Ele lembrou ainda que o Dia de Finados deve ser um momento de gratidão, um dia para oferecer as almas queridas a Deus. “Agradeça a Deus por esta pessoa querida da sua família. Agradeça a Deus. E ofereça esta pessoa para Deus. Não queira para você o que não é de você. Todos somos de Deus e ofereça esta pessoa para Deus, porque Deus merece” (cf. Romanos 14,8).

Dom Joércio concluiu sua homilia com uma reflexão sobre o legado que cada cristão deve deixar. O bispo enfatizou que, para o cristão, a morte é um momento de semeadura, onde as boas obras continuam a frutificar mesmo após a partida.

“Vamos aprender a viver de um modo diferente, de um modo novo, para que quando chegar o nosso dia, nós não sejamos enterrados, mas que sejamos semeados. Porque muitos frutos bons, eles irão ainda colher da nossa vida.”

Ele encerrou com um convite aos fiéis a aproveitarem o Dia de Finados para visitar o cemitério e rezar, não apenas pelos seus familiares, mas por todos os falecidos, inclusive aqueles que partiram sozinhos, sem ninguém que reze por eles (cf. João 12,24).

Reprodução/ YouTube Santuário Nacional
Reprodução/ YouTube Santuário Nacional

Ao final da celebração, os fiéis elevaram sua gratidão pela acolhida e pelo conforto que encontram em Maria, consagrando-se à Mãe Aparecida.

Mais que um local de peregrinação, a Casa da Mãe é, para todos nós, um refúgio de esperança e renovação, onde, sustentados pela fé e pela intercessão de Nossa Senhora, seguimos firmes na certeza de que a vida eterna é o destino de todos os que se firmam em Deus.

Reveja a celebração no vídeo abaixo:

:: Neste sábado, os fiéis que vierem participar das Santas Missas presencialmente no Santuário Nacional poderão participar da liturgia do Dia de Finados também nas celebrações das 12h e 16h. Após este horário, será celebrada a liturgia do domingo (03), Solenidade de Todos os Santos.

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Por Luciana Gianesini, em Missa

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