Este dia 3 de dezembro é uma data importante para a Igreja no Brasil!
Celebramos o primeiro domingo do Advento, tempo de esperança para a vinda do Menino Jesus e também a segunda vinda gloriosa de Nosso Senhor. Junto à Igreja em todo o mundo, iniciamos o Ano Litúrgico B, onde vamos refletir o Evangelho de São Marcos.
Leia MaisAdvento: de Esperança em EsperançaEscolha os cantos para as celebrações do Advento em sua comunidadeA Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) determinou este dia para que paróquias e comunidades no Brasil comecem a utilizar a nova tradução da terceira edição típica do Missal Romano, o Livro do Altar.
Em Ação de Graças aos 19 anos de trabalho realizado e também os 70 mil missais enviados para as Dioceses brasileiras, foi celebrada a Santa Missa das 8h no Altar Central do Santuário Nacional de Aparecida.
Em entrevista ao portal A12, o Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes falou da importância da tradução do Missal aproximar mais o devoto de Nossa Senhora da rica liturgia da Santa Missa.
"Sem dúvida nenhuma, não somente o devoto de Aparecida, mas o devoto de todo o Brasil. O Missal é o livro de oração da Igreja! E esta é apenas uma nova tradução e não um Missal novo! O Missal continua o mesmo no mundo inteiro, mas no Brasil depois de 19 anos do trabalho de uma gente muito competente, nós temos essa tradução, e não é uma tradução do Missal inteiro, mas de partes das orações, enfim, que foram aprimoradas, colocando mais teologia, mais espiritualidade e foi aprovado por Roma. E agora só nos falta conhecer, amar e seguir o que diz o santo missal da Missa", disse.
No início da celebração, como de costume neste novo tempo litúrgico, foi acesa a primeira vela do Advento, mostrando que a vigilância é a atenção do coração, para escutar a voz do Mestre e aprender cada dia a reinventar nosso modo de vida.
Dom João Justino Medeiros, Arcebispo de Goiânia (GO) e primeiro vice-presidente da CNBB, presidiu a celebração, tendo como concelebrantes, Dom Orlando Brandes, Dom Hernaldo Farias, presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia, além de missionários redentoristas e outros sacerdotes presentes no Altar Central.
Em sua homilia, Dom Justino explicou a razão para a Igreja no Brasil celebrar esta nova tradução do Missal Romano.
"Nossas comunidades acompanharam o trabalho delicado de bispos e peritos nas línguas latina e portuguesa. Uma comissão foi se recompondo ao longo de duas décadas, fez um trabalho muito exigente. Eles se debruçaram sobre os textos, afinaram seus ouvidos para melhor comunicação dos textos litúrgicos e finalmente nos entregaram a tradução final. Com a ajuda de um número incontável de colaboradores, especialmente da Edições CNBB, foram entregues de 70 mil exemplares do Missal nas muitas comunidades, capelas, paróquias e santuários presentes nos mais longínquos lugares do nosso país.
Agradecidos hoje, podemos dizer que o Missal chegou do Oiapoque ao Chuí e nesse primeiro domingo do Advento, todos nós católicos, podemos celebrar com a nova tradução das orações litúrgicas da Igreja.
Uma data importante e bonita este 3 de dezembro, pois há 50 anos recebíamos a primeira edição do Missal Romano em português, e amanhã, 4 de dezembro, celebramos os 60 anos da constituição Sacrosanctum Concilium, sobre a sagrada Liturgia, documento do Concílio Vaticano II que introduziu a reforma litúrgica".
O Arcebispo também refletiu sobre o tempo do Advento, que a Igreja começa a celebrar neste domingo (4).
"Nossos olhos e corações se voltam para o mistério de Deus, que veio, vem e virá ao nosso encontro! Partilho uma breve experiência quando era jovem padre em Juiz de Fora (MG). Iniciando o Advento, pregava numa missa com crianças sobre a vinda de Jesus, o Filho de Deus no Natal. Uma pequena menina, atenta e ouvindo, se virou para mim e disse em voz alta: 'Uai, Ele já não veio?'.
Aquela observação estava correta! O Natal é a celebração do nascimento do Filho de Deus que já veio, mas que voltará, que virá glorioso! Nas orações de hoje, seguindo o Missal, faremos memória daquela primeira vinda. Assim como Jesus nos ensina no Evangelho, devemos ser vigilantes e ter os olhos abertos para reconhecer a presença do Senhor, que se faz próximo de nós em cada irmão e irmã. Fiquemos atentos, vigiemos para que os irmãos não padeçam de fome e de sede, não passem frio e nem esquecidos à beira do caminho, desabrigado, sem teto e nem desempregado. Reconheçamos em cada pessoa humana o Filho de Deus", concluiu Dom Justino.
A nova tradução
Em agosto de 2022, o Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos aprovou a tradução brasileira da Terceira Edição Típica do Missal Romano. O processo começou no ano de 2002, após uma promulgação da nova edição, dada pelo então Papa João Paulo II.
O Missal Romano é o livro que contém todo o rito da Santa Missa e as orações que o sacerdote reza durante a celebração litúrgica. Contém as partes fixas da missa, as orações conforme os tempos litúrgicos (Advento, Natal, etc.), os prefácios, as orações eucarísticas e demais orações necessárias.
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