Na manhã desta segunda-feira (20), no Santuário Nacional de Aparecida, a Santa Missa das 9h, no Altar Central, marcou o Dia da Consciência Negra e também o aniversário da Editora Ideias & Letras.
A celebração reuniu, além de centenas de fiéis, alguns seminaristas da Diocese de Amparo/SP e Dom Christopher Charles Prowse, Arcebispo da Arquidiocese de Camberra e Goulburn, na Austrália, além de contar com a participação dos missionários redentoristas Ir. Orlando Augusto, C.Ss.R. como animador e a presidência do Pe. Coutinho, C.Ss.R., bem como outros sacerdotes concelebrantes.
A Santa Missa teve um tom de reflexão sobre a importância do Dia da Consciência Negra em um país onde a data ainda não é reconhecida em todos os estados e onde muitos ainda desconhecem seu significado. A celebração destacou a relevância de compreender e honrar a história e a luta contra o racismo, especialmente em uma nação onde mais da metade da população é negra ou parda.
"Hoje, nós estamos vivendo um dia que pode ser considerado muito especial para nós cristãos, porém, alguns questionam a peculiaridade deste feriado, o feriado da Consciência Negra, pois em alguns Estados é reconhecido enquanto em outros não é, e dentro dos Estados em que é feriado, algumas pessoas estão trabalhando sem saber o que está acontecendo neste dia", disse Pe. Coutinho ao iniciar sua homilia.
Em sua fala, ele destacou o fato de que a Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, é uma figura negra e o quanto os milhões de fiéis que vão ao Santuário em busca de graças e proteção contrastam com a negação de muitos sobre a existência do racismo no país.
Leia MaisEspecial "Cores da Nação": Desvendando a realidade racial brasileiraA cerimônia também fez referência à história manchada pela escravidão, destacando a abolição como um marco importante, mas ressaltando como suas consequências persistem na forma de desigualdade, condições precárias e injustiças sociais que ainda perduram.
"Seria bom se no Brasil não existisse a necessidade de um feriado da Consciência Negra, visto que a maioria da população, mais de 50%, é negra ou parda. No entanto, somente aqueles que têm o mínimo conhecimento da História do país sabem que ainda há racismo e violência enraizados nele", destacou o missionário redentorista.
O discurso central da celebração apelou à reflexão sobre a dignidade de todos os seres humanos, independentemente da cor da pele, enfatizando a importância de buscar compreensão mútua e respeito, além de reforçar a mensagem de amar o próximo como a si mesmo.
Através das palavras e das preces, foi expressado o desejo de Nossa Senhora Aparecida, como Mãe Negra e Protetora do povo brasileiro, para ajudar a superar preconceitos e construir uma sociedade mais justa e igualitária, onde a consciência negra seja sinônimo de respeito e amor ao próximo.
"O próprio título do dia de hoje, o Dia da Consciência Negra, nos lembra da violência que marcou a história do Brasil, originada da escravidão. Mesmo nos dias de hoje, o racismo persiste, refletindo-se na falta de respeito pelos filhos de Deus, contradizendo assim o verdadeiro significado de amar o próximo como a si mesmo", apontou o sacerdote.
A celebração no Santuário Nacional de Aparecida foi uma oportunidade de reflexão e inspiração para buscar uma sociedade mais inclusiva, onde todos são reconhecidos e valorizados por sua essência e contribuição para o bem comum, reafirmando a importância de reconhecer o Dia da Consciência Negra e promover um ambiente de respeito, igualdade e amor ao próximo, guiados pela mensagem de Nossa Senhora Aparecida.
“Que Mariama, Nossa Senhora Aparecida, Mãe Negra e Protetora, nos ajude a superar qualquer preconceito, a enxergar o amor e a verdadeira essência de sermos todos filhos de Deus. Que sua bênção nos guie na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde a consciência negra seja sinônimo de respeito e amor ao próximo. Amém.”
Reveja a celebração no vídeo abaixo:
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